-O quê? Como assim? -pergunto meio perdida.
"O quê que tá acontecendo meu Deus do céu?" faço esta mesma pergunta à mim própria várias e seguidas vezes, impressionantes para o curto período de tempo em que aconteceu."Afinal, o quê que eu tinha feito?" perguntava incansavelmente, e mesmo assim parecia não achar resposta. Mesmo o policial tendo dito o que supostamente fiz, parecia que o meu cérebro não havia assimilado tal acusação, me deixando em um loop cansativo de auto-avaliação.
-A moradia pertencente à família Smith foi assaltada na manhã de ******* do dia *******. A senhorita foi filmada pelas câmeras de vigilância existentes na casa e com um pouco de investigação chegamos até si -o policial à minha frente explica enquanto outro já me tinha puxado para fora da entrada da minha casa, deixando-me praticamente no meio no jardim, agarrou as minhas mãos pressionadas contra as minhas costas, prendendo-as com umas algemas.
-Mas eu não roubei nada! -digo incrédula.
-Foi confirmado pelos proprietários que vários itens foram levados, entre eles joias, relógios, dinheiro, tudo isso estimando um valor superior à 5000 dólares -disse o único policial que me tinha dirigido a palavra até àquele momento. O outro já havia acabado de me algemar, mas permanecia a minha trás.
-Mas...se viram as supostas imagens de vigilância devem ter percebido que eu não estava sozinha, certo? -pergunto encarando fixamente o policial à minha frente. Ouvindo isso ele trocou olhares com o policial à minha trás, mas no entanto nenhum deles conseguiu dar-me rapidamente uma resposta.
-É verdade. Mas o seu companheiro encontra-se foragido e a senhorita não -disse por fim um deles.
-Mas eu não roubei, eu juro! -disse numa última tentativa, já sem argumentos.
O policial à minha frente respirou fundo.
-Senhorita, lamentamos mas nesse caso está presa por invasão e cumplicidade -ele diz simples.
"Não é possível, eles estavam MESMO determinados em me levar pra cadeia né?" pensava, frustada, enquanto outra parte de mim também pensava que eu provavelmente merecia aquilo, já que me deixara arrastar para um assalto.
-É o seguinte -suspiro -Eu fui enganada pelo meu ex amigo Alex Adams que me certificou que a casa era sua. Só depois dentro é que eu acabei descobrindo que aquilo tudo não passava de um assalto do qual eu não quis participar de jeito nenhum. Eu tenho uma foto dele -olho para o policial que me havia prendido, fazendo menção de que precisava das minhas mãos que estavam presas naquele momento. Depois de um pouco de contestação, ele tira as algemas e eu tiro rapidamente o meu telefone e mostro uma foto que eu havia tirado com Alex.
Os policiais a analisam por alguns segundos, voltando a me encarar.
-Como saberemos que há veracidade em suas palavras, srta Hopes? -pergunta o policial moreno de bigode e óculos escuros que tinha sido o único a dirigir-me a palavra.
-Não podem apenas...acreditar? -pergunto e ele apenas nega com a cabeça.
-Bom, sendo a sua história verídica ou não você poderá ser presa por invasão e cumplicidade -ele diz e eu me irrito.
-Eu já disse que não sabia de nada porra! -falo num tom elevado e irritado, e quando me dou conta eu havia acabado de estapear o agente.
-Bella Hopes, você está presa por agressão à um agente.
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THE PURGE
RandomBella Hopes, uma menina do Mississipi, uma simples cidade dos EUA, teve a sua infância e família prejudicadas por um terrível evento anual que levou a vida de seu pai e por pouco a da mãe. Agora crescida, Bella decide vingar o seu pai e fará de tud...