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Andamos até a cidade, e por algum motivo do capeta, estávamos de mãos dadas parecendo um casal. Ele não se importava com isso, diferente de mim, que morria de vergonha com alguns olhares. Mas estávamos de mãos não porque eu queria, mas sim porque ele estava me puxando para todos os lados.

Paramos em uma sorveteria e pedimos um sorvete para cada um.

Quando a moça que trabalhava ali foi entregar nossos pedidos, ela perguntou baixo para Taehyung, mas o suficiente para que eu pudesse escutar algumas palavras.

— Você... ela... ram? — Não consegui escutar direito MAS, tenho certeza que é algo sobre sermos um casal porque, pai do céu, parecemos muito.

Ele olhou para ela e negou.

— Está livre então? — Ela perguntou sorrindo.

— Do que está falando? — Perguntou Pacatabu fazendo careta.

— Se você e ela não namoram, quer dizer que posso namorar com você então? — Eu queria socar a moça naquele instante. Que atirada!

— Não, já amo alguém. — Respondeu sério e direto. Esse é meu garoto! Pera, o quê? Não foi no sentido de ser meu namorado ;-;...

Na hora a garota ficou com cara de tacho, e eu me segurei para não rir. Quando saímos da sorveteria e estávamos um pouco distantes dela, eu comecei a rir muito alto, fazendo todo mundo por perto me olhar estranhamente.

— A cara... A cara dela foi a melhor! — Digo rindo e batendo palmas. Taehyung começa a rir junto por causa da minha risada que estava igual a uma hiena morrendo.

— Coitada, ficou encantada com a minha beleza... — Jogou seus cabelos para o ar me fazendo rir mais ainda.

— Convencido. — Digo parando de rir.

Nos sentamos em um banco que dava a visão de um parquinho com crianças brincando.

Abro os olhos, vendo crianças familiares brincando de carrinho e Taehyung se senta ao meu lado...

— Eita... — Falo pondo a mão na cabeça. Mais uma parte de meu sonho...

— O que aconteceu? Está mal? — Ele pergunta pondo a mão nas minhas costase forma de consolo.

— Não, é que está vindo cenas do meu sonho do nada... — Ele arquea uma sobrancelha.

— Que?

— Quando eu acordei, eu sentia que havia sonhado, mas não lembrava o que tinha no sonho. E, do campinho para cá, venho tendo umas certas "lembranças" dele. — Faço aspas com os dedos.

— O que lembrou até agora? — Pergunta curioso.

— Oush, não vou falar. — Termino o meu sorvete.

— ... — Faz uma carinha de cachorro abandonado. — Puifavô... — Pede com a voz fofa.

— Não. — Observo as crianças brincando.

— Só um pedacinho... — Insiste.

— Não.

— Vai...

— Aish! Como você é chato! — Viro minha cabeça para ver ele, e quando faço isso, quase nos beijamos novamente. Corei na hora... — E-Ei... Muito perto...! — Me tento me afastar um pouco mas ele me impede de fazer isso.

Ele se aproxima cada vez mais, enquanto eu estava na esperança de que ele parasse de se aproximar, zoando comigo ou algo do tipo.

Fechei os olhos com força, quase chorando.

Sinto a minha e sua respiração se tornarem uma só...

— Achou que eu iria te beijar? — Pergunta perto do meu ouvido.

Eu nunca pensei que ficaria tão feliz em ouvir sua voz. Sério, toda a tensão que eu estava sentindo, após ouvir sua voz, foi embora de uma vez!

Abro os olhos devagar e olho para ele, que estava sorrindo vitorioso.

— Queria né? — Perguntou me provocando.

— Ah sim, muito sabe... — Digo irônica.

— Posso te dar um selinho agora. — Disse fazendo bico.

Ponho meu dedo em seus lábios.

— Not today. — Digo e me levanto andando em direção a uma menininha solitária que olhava triste as outras crianças.

Ela foi a primeira criança que eu reparei quando cheguei.

Chegando perto dela, pude perceber que ela aparentava ter 9 anos, e sua perna estava quebrada.

— Olá! — Digo sorrindo simpaticamente à ela. Ela me olha arregalando os olhos, parecendo surpresa.

— O-Oi...? — Respondeu meio receosa. — Eu t-te conheço?

— Hum, acho que não, mas, porque não brinca com as outras crianças? — Pergunto pensando em brincar com ela.

— Elas me zombam por ter a perna quebrada... E ainda falam que sou uma praga, que é para ficar longe deles porque irei passar uma doença... — Lacrimejava olhando para baixo.
— ... — Beteu uma bad... me sentei ao seu lado e fiz um cafuné nela. — Vou brincar com você então. — Sorrio.

Ela me olha novamente de olhos arregalados.

— É melhor não... Eles podem te zombar...

— Eles quem? — Taehyung chega na frente da garota e a mesma aponta para as outras crianças.

— Não me importo. — Digo séria. — Taehyung, vamos brincar com ela!

Ele me encara com tique nervoso no olho.

— What? — Perguntou não acreditando no que eu falei.

— Let's play with her! — Repeti em inglês.

Deu um suspiro.

— Tá... Mas! — Levantou o indicador. — Eu quero algo em troca viu?

— Pra que isso gente... — Digo balançando a cabeça negativamente. — Que coisa por exemplo...?

— Hum... — Pensou um pouco e sorriu diabólico. — Mais tarde eu penso direitinho. — Olhou para a garotinha que estava com uma interrogação na cara, literalmente, enquanto conversávamos, eu acho que ela pintou uma interrogação na folha de papel branco que estava com ela e o colocou em seu rosto.

Passamos a manhã e mais umas 2 horas da tarde brincando com ela. O estranho é que nem a mãe, pai ou responsável por ela apareceu em momento algum.

Quando íamos embora, perguntei à ela onde estavam seus pais.

— Mamãe falou para eu ficar aqui até ela voltar. — Sorriu. — Ela já deve estar voltando.

Será possível a mãe dela... a ter abandonado...?

Olho para Taehyung triste. Ele me olha de volta e vê minha tristeza, entendendo o que se passava em minha cabeça. Se agachou ficando na altura de Hyorin e sorriu para ela.

— Quer vir conosco? — Propôs.

Young Forever || Kim Taehyung - BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora