Prólogo

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ELIOT EVANS


Uma das poucas coisas que me deixa feliz na vida, é o Futebol Americano. Mas nos últimos dias, nem isso tem sido capaz de me tirar do inferno que estou vivendo.

Confesso que quando recebi aquela ligação no meio de um jogo fodido. Minha vontade era de arremessar o celular para bem longe de mim. Mas o sentimento que tomou conta do meu peito e paralisou meu corpo, no instante em que atendi. Sobrepôs quaisquer outro tipo de sentimento que pudesse vir à existir.

Se eu fosse contar a história da minha vida. Talvez me faltaria tempo para terminá-la. De tão longa e agitada que é. 

Tomado pelo medo, naquele momento eu caminhava de um lado para o outro na sala de espera do Hospital Santa Maria. Ainda em choque, com adrenalina correndo por minhas veias. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo novamente, e que tudo estava vindo à tona outra vez. Rogério, vulgo meu pai, falava com alguém ao celular. Sua expressão era séria. Como em todas as vezes eu o via. Nenhum sorriso, nenhuma gentileza. Nada! Com ele era penas broncas, cobranças excessivas, brigas inacabadas e muita arrogância.

Hoje sinto como se o mundo estivesse a ponto de me empurrar um de grande precipício. Sem se preocupar qual seria o tamanho da minha queda, ou com estrago que irá causar quando eu encontrasse com o chão.

É como se eu não pudesse dar um passo sequer para me salvar.

— Não se desespere tanto querido. Ela vai ficar bem!

Amélia afaga meus cabelos na tentativa de me acalmar. A verdade é que nada poderia me acalmar naquele momento.

— Eu não posso perdê-la.

Digo entre um suspiro e outro, desesperançado.

— Você não vai. Nós não vamos!

Diz convicta de suas palavras.

Aquela sala tinha se tornado minha segunda casa desde o primeiro mal-estar da minha mãe.

Quando menos esperava, aqui estava eu. Angustiado e sem nem um pingo de esperança. O que mais queria era que todo esse pesadelo acabasse de uma vez.

Mais não. Isso não passaria tão cedo!

Caminho lentamente pelo corredor do hospital, que me levaria até a cantina. Já se passam  da meia noite e eu ainda não havia comido nada.

Minha mãe iria surtar se soubesse disso!

Coloco as mãos no bolso da calça jeans. Dou um longo suspiro e continuo a caminhada pelo corredor frio e com pouca luz, onde mais parecia um labirinto sombrio. Caminhado até a cantina que tinha poucas pessoas. Três para ser mais exato. Peço um café e ocupo uma mesa no canto da sala.

 Analisando minha vida desde de que tudo começou. Vejo o quanto me sentia perdido. Desde a primeira recaída, a longas crises durante as noites e um turbilhão de coisas que tiraram a minha paz. Lembro-me o inferno que tudo se tornou desde então.

Passo a mãos pelos cabelos um tanto bagunçados, jogo água no rosto e vejo meu reflexo no pequeno espelho do banheiro.

Estou acabado!










Boa Leitura!

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