CAP|21

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Eliot Evans



Olho mais uma vez para a prova em minhas mãos e balanço a cabeça negando com desaprovação a minha nota. Coloco a mochila nas costas e saio da sala pisando duro quando esbarro em alguém. Levanto os olhos para pedir desculpas, mas as palavras somem e sinto minha garganta minha garganta secar.

— Amora?

 Pisco várias vezes para ter certeza que era ela mesmo.

—  Eliot!

 Sua voz saiu mais como uma afirmação que como uma pergunta.

— Oh, é você mesmo. Quanto tempo!

É ela mesmo, mas o que raios ela faz aqui?

Quando me dou conta ela já estava me abraçando animadamente, fazendo com que eu fique sem reação.

— Sim, muito tempo!

Concordo. 

— Achei que você estivesse na Europa.

Pela primeira vez eu abro um sorriso sincero para ela. Apesar de estar surpreso por ela está ali, bem na minha frente.

— E eu estava. Mas você não respondia meus e-mails, minhas cartas pareciam não chegar. Ai eu resolvi te fazer uma surpresa.

Diz com um tom de decepção. 

— Amora, eu.

— Eliot, você prometeu que nos teríamos uma conversa definitiva depois do ensino médio. Falta apenas três meses. Você precisa tomar uma decisão! 

Amora havia sido minha primeira namorada no ensino fundamental. Até que seu pai decidiu mandá-la para morar na Europa com a mãe. Jurei  que manteríamos o contato. Mas não foi possível manter a promessa. 

Ficamos em silêncio e me sinto um tanto incomodado pela forma que ela estava me olhando. O sinal toca e eu suspiro aliviado por não ser eu quem iria quebrar o silêncio.

— Bem, eu preciso ir. Conversamos depois.- Diz ela arrumando a bolsa no ombro.

— É, eu também!

Coloco as mãos no bolso da calça e ela sorri sem animo.

— Te vejo na hora do intervalo?

Ela pergunta.

-É, que. Espera, você vai estudar aqui ?

-Claro que não né bobinho. 

Diz como se fosse óbvio.

— Esqueceu que seu treinador é meu pai?

Claro!

Amora era filha de Conor, e certamente estaria ali por ele. E não por mim, como dissera.

Apenas afirmo que sim com a cabeça. Ela sorri novamente e sai em sentido oposto a mim.


[...]

Entro no campo que estava vazio e caminho até o meio dele. Começo me alongar até que outros garotos do time chegam e vão se alongando também. Me pego no meio do campo pensando como eu vou cantar para o meu pai que estava namorando sério. Ele sempre diz que primeiro vem meu futuro e que essa coisa de relacionamento não passa de uma bobagem de adolescentes. E para complicar mais ainda minha situaçã, Amora estava de volta.

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora