O Quarterback

CAP|24

SELENA STANLEY

Dois meses passaram-se e a escola estava puro caos. Daqui a duas semanas seria o baile de formatura. A euforia era tanta que os alunos não se contiam de tão ansiosos.

— Já arranjou seu par para o baile?

Reviro os olhos sem paciência. Era a milésima vez que Meg me fazia essa pergunta só essa semana.

— Ainda não!

Respondo como das vezes anteriores.

Nada perecia real o que aconteceu nesses dois meses. Desde a última conversa com Elliot, não o vi frequentemente no colégio. E toda vez que o via, fugia. Basicamente porque não queria uma aproximação entre nós. Quando soube do seu relacionamento com Amora, foi como se uma faca tivesse sido fincada em meu peito. O sentimento de traição foi inevitável!

Os dias no colégio passavam-se lenta e dolorosamente. Apesar do fuzuê por conta do baile, eu não estava nem um pouco animada. Me sentia completamente exclusa de toda aquela movimentação. Tento me manter focada nas meninas a minha frente que incansavelmente falavam de roupas, cabelos, maquilhagem e sapatos. Mas foi em vão. Minha mente viaja para algumas semanas atrás.

alguns dias atrás.. 

Deixo as compras da cima da bancada e volto para a sala, onde Elliot estava cabisbaixo com as mãos nos bolso da bermuda.

— Então.

 Desperto sua atenção. Ele Puxa o ar e em fim começa a falar.

— Me escuta por favor .

 Diz com os olhos suplicante.

— Não tenho nada para ouvir de você !

 Respondo de forma seca e audível. Cruzo os braços na defensiva e o encaro com altivez. Mesmo que falsa!

— Esses dias sem você tem sido os piores da minha vida.

Engulo seco o nó que se forma em minha garganta.

— Isso é um problema seu!

Eu não podia ceder.

Seus olhos tão radiantes agora estavam escuros e sem vida. Assim como seu rosto pálido e suas mãos trémulas. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos. Como se tivesse matando seus próprios demónios. Ele suspira forte e passa as mãos no rosto. De forma que consigo ver sua expressão cansada e abatida. Abaixo dos olhos haviam alguns olheiras e a barba estava por fazer. Os ombros caídos e cansados.

De fato ele estava acabado! E isso fez meu coração doer dentro do peito. Uma lembrança invadiu minha mente.

—Você ainda a ama?

 Minha voz sai trémula. 

Eu temia pela resposta.

— Selena, eu.

—Só me responda.

Digo firme.

— Eu Não sei.

 Sua expressão é confusa. No fundo algo me dizia que ele não estava dizendo a verdade.

Dou um passo para trás desnorteada. Desvio do seu olhar que ate agora sustentava. Meu coração batia acelerado e todas as minha forças se esvaiam por meus poros. O chão já não estava mais presente debaixo dos meus pés, eu sentia que a qualquer momento ia cair num buraco sem fim.