CAP|08

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SELENA STANLEY




A brisa da manhã batia em meu rosto bagunçado meus cabelos. Íris azuis fixos nos meus olhos suplicam por ajuda. Simplesmente eu tento entender como alguém se torna dono dos seus pensamentos em questão de segundos. Sem mais nem menos.

— Adam, você precisa falar para Nicole dos seus sentimentos.

Digo e ele respira fundo.

Adam está em minha frente olhando profundamente em meus olhos, totalmente desesperado e sem saber o que fazer com o que estava sentindo. Já que ele nunca sentiu isso por uma garota antes.

— Mais o problema não é falar, e sim ela acreditar mim.

Diz ele frustrado.

Dou uma sondada no local e encontro Nicole sentada perto de uma árvore com um livro nas mãos . Ela estava tão concentrada, que era como se o mundo pudesse desabar ao seu redor que ela não ligaria. Tento entender como Adam conseguiu se apaixonar ao ponto de não saber o que fazer. Sua fama de quem não presta não ajuda muito esse sentimento.

Nicole é uma garota do segundo ano, a quem ele é eternamente apaixonado, e que não dar a menor bola para ele. Já que ele sempre foi conhecido como um tremendo galinha.

—  Você precisa ser sincero com ela!

Sugiro cautelosa.

—  E paciente pois ela não parece gostar de você!

Meg fala com a boca cheia. Dou um beliscão em sua perna e ela me olha feio.

— O que foi ? Eu não estou mentindo!

Retruca ela. 

— Você tem razão Meg! 

Ele pega a mochila e sai para um ponto longe de nós. Faço uma carranca para Meg e ela faz cara de paisagem e continua comendo o sanduiche dela.

O sinal toca anunciando o fim da aula. Coloco a mochila no ombro e caminho até a biblioteca. Não tinha ninguém, somente Teresa contando carneirinhos e roncando. Pego um espanador e começo a limpar alguns livros sem muito interesse.

— Atrasado de novo Evans!

Ela diz despertando do sono quando o garoto tentava entrar de mansinho.

— Desculpe-me Teresinha. 

 Ela faz uma careta engraçada, desgostosa pelo apelido ridículo.

Continuo espanando  os livros, um por um, na tentativa de evitar conversa. Percebo que estou sendo observada e dou de cara com o quaterback me encarando feito um banana.

— Quer uma fotografia?

Falo com ironia.

— Ah não!

Diz.

—Sabe? fico tentando imaginar o que uma garota como você fez para a professora te mandar para uma detenção.

Completa ele. Arqueio uma das sobrancelhas e ele me observa com os olhos estreitos. Idiota!

—O que você quer dizer com "uma garota como você"?.

Faço aspas com os dedos e ele se aproxima.

— Tão certinha! 

 Diz debochado, reviro os olhos, pois era sempre assim. As pessoas sempre tirando conclusões ao nosso respeito. Só por que tiro boas notas, me dedico a algo importante e me esforço bastante, não quer dizer que eu tenha me tornado a Madre de Calcutá. 

Nada contra ela!

Bufo irritada.

— Não sou certinha, apenas sou dedicada, é diferente! 

Digo mudando de corredor.

Ele olha fixamente para mim, e aquilo estava me incomodando. Ele sorria de canto, percebendo meu desconforto.

— Mais então, o que você fez?

 Volta a perguntar.

Reviro os olhos incomodada com toda aquela atenção. Pego um livro e finjo esta lendo alguma coisa nele, mas o babaca continuava me encarando, esperando uma resposta.

Dou as costas e caminho até a outra prateleira. 

— Uma longa história quaterback. Longa historia!


Digo sumindo do seu campo de visão.



[...]


Existem momentos na vida e que nos encontramos no lugar e na hora errada, vendo o que não queríamos ver ou sentindo o que não deveríamos sentir. Mas lá estava eu, no meio do corredor tentando ignorar o que todo mundo estava olhando e comentando. No entanto, era bem difícil passar e não olhar, afinal, eles estavam quase se engolindo no meio do pátio do colégio.  

Eliot Evans e Alicia Price dando um show de casal do ano. 

     Tento passar despercebida no meio da multidão para olhando feito abutres os dois, mas o carma ainda parecia me perseguir. No momento em que estava quase chegando em meu armário, ouço os sapatos de Alicia ecoa no chão do pátio. Ela caminha em minha direção e para frente a frente comigo. Sugo todo o ar possível para meus pulmões e ela um sorriso forçado e sarcástico.

— Algum problema Selina? 

Pergunta ela enrolando o cabelo nos dedos.

— Selena.

Digo corrigindo meu nome.

— O que você disse lindinha ?

Além de burra é surda!

— Meu nome é Selena, e não Selina! 

Ela sorri mais ainda com deboche, me olha da cabeça aos pés, mascando sei chiclete. Reviro os olhos quando ela da as costas e volta para o teatrinho dela. Guardo meu material e vou direto para a biblioteca pegar alguns livros que queria ler.



O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora