CAP|03

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ELIOT EVANS







Tudo o que eu mais quero nesse momento é chegar no meu quarto. Me jogar na cama e dormir por pelo menos o resto do ano inteiro. Me sinto cansado. Exausto. Completamente esgotado. Além dos treinos extremamente puxados e cansativos. Estamos em semanas de provas. E isso nem era o pior. A semifinal do campeonato está próxima. O  internato inteiro está vibrando com esse jogo. Só de imaginar que pela segunda vez nesse ano, iremos disputar uma partida tão decisiva para o meu futuro. Meu e  dos garotos do time. Minha paz vai pro espaço.

Qualquer oportunidade de ficar sozinho, pra mim é valioso. Mas isso é praticamente impossível nesse colegio. Encontro Cristian e uma loira se pegando dentro do quarto. Reviro os olhos. Respiro e abro a porta por completo.

— Posso saber o que está acontecendo aqui?

Pergunto sério. Jogo a mochila no canto do quarto. Mas sem tirar a atenção dos dois.

— Porra Eliot. Tá querendo me matar de susto cara!

Ele põe a mão no coração de forma dramática. Suspira aliviado quando me ver. A menina que estava com ele, me olha envergonhada por ter sido pega no flagra.

— Desconhece as regras da escola Cristian Miller?

 Pergunto e ele revira os olhos.

— Conhece a palavra vai se ferrar, Eliot Evans?

Diz levemente irritado.

A menina sai do quarto dando uma desculpa de que ia encontrar uma amiga. Cristian me fuzila com os olhos. Pego uma almofada e jogo em sua direção.

— Não tem vergonha na cara ? Não era a Júlia?


Pergunto.  

— Sim. Mas enjoei dela. Garota grudenta!

Cristian não tinha jeito mesmo. Toda semana é uma garota diferente. Não sei como ele aguenta tanta menina chata no seu pé. Um tempo atrás até que isso era divertido pra mim também. Mas acabou perdendo a graça. A paciência foi se esvaindo.

 Minha única preocupação no momento é conseguir ganhar o campeonato. 

— Irmão. Vai rolar uma festa daquelas esse sábado na casa do David. Tá dentro? 

David é um dos garotos do time. Ele sempre dava umas festas muito loucas na casa de praia dos pais dele. Quando não, damos um jeito de fugir do colégio para as boates ou bares próximos. Pode parecer impossível, mas sempre dávamos um jeito de sair sem que ninguém percebesse nossa ausência. Certamente Rogerio me mataria se soubesse de uma coisa dessa!

— Não vai rolar não mano, prometi a minha mãe que passaria o fim de semana com ela.

 Recuso, explicando minha situação.

Em toda a escola, Cristian é o único que sabe da situação de minha família. E  principalmente a situação da minha mãe. Ele é uma das poucas pessoas em quem confio. Sempre que preciso, Cristian está lá como um bom amigo, pronto para me estender a mão.

— Entendo mano!

Fico pensativo enquanto ele sai do quarto, me deixando sozinho. Tomo um banho rápido, visto uma calça moletom e me jogo na cama em seguida. Dormir agora será a melhor coisa a se fazer.

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora