CAP|17

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ELIOT EVANS



No domingo de manhã eu fiquei jogado no sofá junto com a minha mãe assistindo porcaria na Netflix. Tiro minha atenção da TV quando flash da sexta-feira invade minha mente. Um sorriso bobo nasce em meus lábios e quando olho para o lado, minha mãe me encara curiosa.

— Posso saber o motivo desse sorriso bobo aí?

Diz tocando a ponta do meu nariz.

— Que sorriso bobo? Não viaja mãe!

 Tento disfarçar mais ela me olha com os olhos semicerrados.

— Eu sou a sua mãe Eliot, não pense que pode enganar por que você não consegue!

Cruza os braços arqueando a sobrancelha direita. Suspiro derrotado.

— É uma garota da escola.

 Minha mãe me olha com atenção para que eu continue.

— Não sei o que ela está fazendo comigo. Eu nunca fui de pensar tanto tempo em uma menina como penso nela, ou nem mesmo fiz coisas como eu já fiz por ela. Você ia adorar conhecê-la.

Foi então que minha mãe teve a brilhante ideia, ou não, de convidar Selena para vir aqui durante a tarde. Claro que eu tentei desconversar e convencê-la de que não seria possível, mas é claro que ela não aceitou.

Paro o carro em frente à casa dela. Mais cedo havia lhe mandado uma mensagem avisando-a que viria buscá-la por insistência da minha mãe. Ela ficou com um pouco de medo mas eu a tranquilizei deixando a par de que minha mãe não era nem de longe uma louca controladora dos meus relacionamentos.

Não que eu já tivesse tido muitos relançamentos. E nós também não estávamos em um relacionamento, certo!

Saio do transe quando a vejo fechando a porta da sua casa e andando graciosamente até o carro. Ela da um sorriso nervoso colocando o sinto para só então se manifestar.

— Oi.

 Diz tímida.

— Olá.

Respondo abrindo um sorriso e arrancando com o carro.

Ela parecia inquieta esfregando uma mão na outra em seu colo. Entro em uma avenida mais calma cortando caminho até minha casa, onde minha mãe nos esperava. Pego uma de suas mãos que estavam suadas e tremendo, ela me olha apreensiva.

— Não precisa ter medo, minha mãe vai adorar você, e você a ela, claro!

Tento passar para ela a certeza que eu tinha. Não tem como alguém conhecer minha mãe e não amá-la profundamente. O mesmo eu digo por Selena, elas são duas pessoas encantadoras de se conviver. Paramos na garagem da minha casa e Selena reluta um pouco antes de descer do carro. Entrelaço nossas mãos apertando levemente a sua. Ela sorri fraco e nós caminharmos para dentro da casa.

— Mãe cheguei.

 Digo assim que entramos e minha mãe aprece na porta da cozinha com um avental e com trigo até nos cabelos. Vejo Selena reprimir um sorriso ao ver o estado da minha mãe naquele momento. Ela por sua vez, caminha até Selena e da um abraço nela a pegando de surpresa.

— Nossa como você é linda!

 Diz minha mãe pegando nos cabelos loiros dela.

— Eliot tinha razão quando disse que você era a menina mais bonita do universo!

— MÃE!

 Repreendo ela, sentindo uma vontade de me enfiar num buraco esquentar. Mais que viadagem é essa. As bochecha de Selena ganham um tom avermelhado expondo sua vergonha.

Sem da muita importância para a vergonha alheia. Minha mãe leva Selena até o sofá e puxa assunto com ela que parecia um pouco tímida. Com mais ou menos meia hora de conversa, as duas falavam de tudo. Tudo mesmo!

Tive até que aguentar minha mãe falando das minhas travessuras se eu era criança. Quase morri quando ela comentou sobre o meu primeiro beijo ter sido apenas quando eu tinha 15 anos. A cada revelação constrangedora dela, Selena parecia cada vez mais surpresa por o que estava descobrindo sobre mim.

— Então Eliot Evans tem medo de baratas?

 Selena não se aguentava de tanto rir quando minha mãe também abriu a boca para dizer o meu pavor.

— Não é medo, é apenas nojo!

Me defendo.

—  Imagina o quão horripilante é aquela coisa nojenta voando!

Sinto calafrios só de imaginar.

— Apesar das travessuras, e talvez por elas, eu sou muito grata por mãe desse guri. Apesar do pouco tempo que passávamos juntos.

 Me senti orgulhoso de mim mesmo pelas palavras da minha mãe.

— Agora chega de papo e vamos comer meu bolo de cenoura.

 Ela se levanta indo para a cozinha e eu e Selena a seguimos.

Eu particularmente amava o bolo de cenoura com chocolate da minha mãe! Não só por ser dela, mas por ser o bolo mais macio e saboroso que eu já comi na vida. Selena estava com a boca toda lambuzada de chocolate e eu sorrio da cena. Minha vontade era de limpar com a minha própria boca, mas convenhamos que não seria nada educado fazer isso na frente da minha mãe.

 Ela me olha por cima da mesa a para com o bolo perto da boca.

— Que é? Isso está muito bom

 Coloca o pedaço novamente na boca sem se importar com a mini plateia e bebe um pouco do seu suco. Minha mãe nos olhava de uma forma boba fazendo com que eu revire os olhos.

Mães!

Após de comer o bolo maravilhoso, Selena e eu decidimos jogar videogame enquanto minha mãe lia sua revista em uma poltrona distante de nós.

— Ei, você está trapaceando!

 Selena acusa indignada por eu ter passado em sua frente no Car 2013. Já que era o único que ela sabia jogar.

— Não estou não!

 Digo fazendo cara de paisagem e ela estreita os olhos. Por uma fração de segundos ela sorri e eu me perco nesse sorriso deslumbrante até a começar a gargalhar e fazer uma dança ridícula.

— Haha, perdeu play boy.

 Olho para a tela da TV onde estava escrito "Game Over" anunciando o jogador um como vencedor da partida.

— Isso sim foi trapaça, você me distraiu.

 Acuso ela.

— Aceita que dói menos!

Diz colocando uma mão na cintura arqueando a sobrancelha divertida.

— Ah, então eu acho que você merece um prêmio por ter ganhado essa partida.-

Digo inocentemente a ela que fica toda animada por isso. Me aproximo dela e começo a enchê-la de cócegas, ela se debatia sorrindo contra o sofá me pedindo para parar. Quando vi que ela já não tinha tanto fôlego para sorrir, paro com as cócegas e ela respira ofegante.

Aos poucos sua respiração vai voltando ao normal, ela estava deitada no sofá e eu estava apoiado em meus braços por cima dela. Selo nosso lábios por um momento, minha mãe que estava alheia a toda a nossa bagunça pigarreia sem tirar os olhos da revista, para me deixar ciente de que ela ainda estava ali.

O que fez com que Selena ficasse tão vermelha feito uma pimenta.

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora