CAP|01

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ELIOT EVANS



Sinto uma leve pontada na cabeça quando tento levantar da cama. Aos poucos vou abrindo os olhos, acostumando-me com a claridade do sol que entrava pela fresta da janela. Olho em volta e percebo que estou em meu quarto, e não na sala de espera do hospital. Levanto sentindo a pontada ficar mais intensa à medida que vou movimentando o corpo.

Necessito de um banho e vários analgésicos!

Penso.

A casa está silenciosa. O que indica que não tinha ninguém além de mim e os empregados. Tomo um banho, visto uma calça jeans e uma camisa do uniforme. Pego minha mochila, meu celular e desço para tomar café.

— Bom dia Amélia.

Saúdo a senhora de cabelos grisalhos, quando a vejo caminha com um pote de biscoitos e o colocar sobre a mesa.

— Onde está Rogério?

Pergunto em seguida.

Ela despeja um pouco de suco de laranja no copo e se posiciona ao meu lado, como sempre fizera.

— Bom dia querido. Seu pai saiu logo cedo para a empresa.

Diz ela, entregando-me o suco.

— Sente-se melhor?

— Sim. Bem melhor! Obrigado.

Agradeço gentilmente.

Tomo café sozinho no mais puro silêncio. Termino e saio do cômodo com a mochila nas costas em direção a garagem. Dante aguardava-me para levar-me ao colégio.

— Bom dia senhor Evans.

Saúda ele

— Bom dia Dante.

Respondo de forma simples.


O carro seguia pelas ruas a caminho do internato. O trânsito caótico aquela hora da manhã da  segunda-feira. Coloco meu fones de ouvido e uma música qualquer para tocar.

Olhando pela janela do carro, a cidade passa diante dos meus olhos como borrões. Minha vontade é que esse ano termine o mais rápido possível, para que eu possa enfim ir pra bem longe de Seattle, e principalmente do meu pai. Esse último ano é muito decisivo na minha vida. Eu não posso perder o foco por nada. Entrar na Universidade de Michigan está no topo da minha lista de prioridades para quando terminar o ensino médio.

Porém. Isso também não será nada fácil. A influência de Rogerio vai muito além de Seatle, e isso torna as coisa bem difíceis. Pois ele não mede esforço para que eu faça suas vontades.

O que par mim não era nenhuma novidade, partindo dele.

— Chegamos senhor.

Dante diz, assim que chagamos em frente ao colégi, tirando-me dos meus devaneios.

— Obrigado. Tenha um bom dia!

Saio do carro e caminho em silêncio até o portão onde estava Olga, a inspetora. Séria e disciplinada. Com seu impecável e bem passado uniforme preto. Os óculos fundo de garrafa contornavam seus olhos amendoados.

Ela recebe os alunos como sempre. Nenhum sorriso, elogio, nada. Sua expressão é de contentamento, somente!   

— Bom dia, Olguinha.

Saúdo a senhora de meia idade parada no portão. Na tentativa de que ela mudasse aquela cara de maracujá murcho. Mas ela enrijece ainda mais a expressão. Travando o maxilar, levemente irritada. Olga odeia ser chamada dessa forma.

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora