CAP|14

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ELLIOT EVANS

— Pelo amor de Deus, mãe, passeio escolar é coisa para criança. Me deixa dormir em paz!

Suplico enquanto minha mãe abria as cortinas do meu quarto. Era apenas sete da manhã, ela já estava de pé com sua roupa de ginástica.

Travávamos uma guerra à qual nenhum dos dois cedia. Era sábado, eu queria dormir e aproveitar o pouco tempo que tenho fora daquele inferno de escola. Mas para minha mãe, isso era desperdício do fim de semana!

A semana passou tão rápido que, quando me dei conta, já estava indo para casa.

— Todos os seus amigos vão, então não, não é coisa de criança, Eliot!

Ela puxa meu cobertor e eu puxo de volta.

— Mas eu não quero ir.

Digo, colocando o travesseiro na cara, e ela me olha feio.

— Filho, vai ser bom. Além do mais, você não vai fazer nada no final de semana! Então, levanta essa bunda dessa cama e vai tomar um banho. Amélia já preparou seu café. Não demore!

Ela sai do quarto e me deixa sozinho. Pego uma toalha, contra minha vontade, tomo um banho e visto uma roupa qualquer.

A confusão era basicamente porque a escola iria fazer um passeio durante o final de semana e eu simplesmente não queria ir. Mas minha mãe, quando colocava algo na cabeça, era só Deus pra tirar. Pego, contra gosto, a mochila que ela havia enchido de roupas pra praia e outras para dormir e desço para tomar café. Rogério já havia saído para o trabalho como sempre, e ela para fazer sua caminhada.

Pego uma maçã e saio em direção à garagem. Dante me esperava para irmos para o colégio, de onde partiríamos para o sítio onde passaríamos o final de semana.

Chego em frente ao colégio, onde havia muitos alunos eufóricos pelo passeio. Caminho até um banco distante e jogo minha mochila no mesmo, colocando meus fones de ouvido para ninguém me incomodar.

— Bom dia, bebê.

Diz Alicia, tirando meus fones e sorrindo largamente.

Reviro os olhos.

— O que você quer?

Pergunto, impaciente.

Ela faz uma careta de tédio e sai pisando duro para sabe-se lá onde. Vago meus olhos pelo campus cheio de alunos e pauso em uma silhueta conhecida. Seus olhos passeiam pelo local até encontrar os meus, ela abre um pequeno sorriso.

O ônibus chega e todos os alunos começam a se aglomerar em frente ao portão. Pego minha mochila e meu violão, caminhando lentamente até o final, que tinha poucos alunos, e me acomodo em uma das poltronas sozinho.

Selena estava ao lado de Meg, pouco longe de onde eu estava. Stuart dá algumas recomendações e assim seguimos para o fim de semana mais longo e tedioso da minha vida.

Por volta das 12h, chegamos na pequena praia, que parecia mais uma ilha. Tinha um pequeno resort rústico, que ficava de frente para a praia e um pouco afastado da cidade. Os alunos, aos poucos, vão descendo do ônibus e se juntando ao lado do mesmo. Cristian não pode vir, pois faria uma viagem com os pais e só retornaria na segunda.

Após todos estarem reunidos, seguimos para o salão do resort, onde seriam divididos os quartos por grupos de três. Meninos para um lado, meninas para o outro.

— Silêncio.

Pede Stuart.

— Vou dizer os nomes de cada trio e entregar as chaves dos respectivos quartos.

Completa ele, com um bolo de chaves na mão.

— Aline, Paula e Julia, primeiro quarto. Andressa, Liza, Fernanda, primeiro da direita. Nicole, Emily e Sabrina, quarto do meio. Alicia, Meg e... Selena, último quarto!

Algumas meninas sorriem por aprovar suas companheiras de quarto, menos as três últimas. Elas fazem uma careta, como se fossem as piores companhias do mundo.

— Meninos, agora!

Continua ele.

— Jorge, Luan, Pietro, segundo quarto na parte de baixo. Victor, David e Cauã, quarto perto da varanda. Armando, Victor, Pedro, quarto de frente para o da varanda. Bernardo, Scott e... Eliot, quarto de frente para a praia!

Que ótimo!

Bufo irritado.

Minha mãe e eu teríamos uma longa conversa quando eu voltar.

Ah, se teríamos!

Depois da divisão dos quartos, não vi mais Selena. Ela havia sumido com as meninas. Alicia fazia escândalo por causa das suas colegas de quarto. Seguimos para nossos quartos para descansar. Pela parte da tarde, faríamos um passeio pelo resort e à noite teria um luau.

A noite chegou rápido. Após o passeio pelo resort, voltamos para nossos quartos e nos preparamos para o luau. A lua estava radiante no céu, deixando as águas iluminadas e calmas, com um som agradável, que só elas são dignas. Fizemos uma fogueira na beira da praia e alguns alunos sentavam em círculos com seus cobertores.

Pego meu violão, coloco sobre a perna e começo a afiná-lo. Fico dedilhando uma canção qualquer quando um dos meninos sugere:

— Toca uma música aí pra nós, Evans.

Diz Brando, abraçado em sua namorada.

Percebo que a maioria estava em pares. O diretor não estava por perto, então os casais aproveitaram para se abraçar e ficarem perto. Selena estava do outro lado da fogueira. Havíamos trocado poucas palavras durante o dia devido à correria. Ela caminha até onde estou, estende o cobertor na areia e senta ao meu lado.

Não sabia que música cantar, até que uma veio à minha cabeça, me fazendo rir. Começo a dedilhar a mesma no violão, fazendo um som calmo e suave que caía perfeitamente com a noite...

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora