CAP|19

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A lua brilhava de uma forma estonteante no céu chuviscado por estrelas no seu azul escuro intenso. Um suspiro escapa por meus lábios enquanto admirava aquelas constelações que enchia meu olhos.

— Feche os olhos e faça um pedido.

 Diz Selena eufórica, quando suponho que uma estrela cadente traçou o céu.

Estávamos deitados de barriga pra cima no campo vazio. Após um dia cansativo de muitas provas e trabalhos, decidimos vir observa a lua que estava cheia.

— Ah não. É sério que você acredita nisso?

 Arqueio as sobrancelhas para ela que revira os olhos.

— Eu acredito na força do nosso querer, se você quer algo e acredita. Então acontece!

 Ela se senta com as pernas cruzadas amarrando seus cabelos em um coque.

Penso em suas palavras por uns minutos e me dou conta de que, não importa o quanto as coisas pareciam simples. Era sempre elas as que mais fascinam a garota de olhos azuis em minha frente. Sem permissão, peguei sua mão entrelaçando nossos dedos e fechei os olhos. Então, abri somente um dos olhos para ter certeza que ela me olhava com um sorriso bobo nos lábios, fechando os seus logo em seguida. Depois de uns minutos com os olhos fechados, abro ele lentamente e repito "Quero assim seja" como um mantra de sorte.

— O que você pediu?

 Pergunta ela sorrindo curiosa.

— Se eu disser não vai acontecer!

Falo rindo sua careta de "nada a ver" que ela faz.

— Por favor, me conta.

Ela cruza as mãos em forma de súplica e eu nego com a cabeça.

Então ela desiste de insistir e fica me olhando de forma estranha. Coço a nuca sorrindo sem jeito. Sua mão toca meu rosto de forma delicada, fecho meus olhos tentando absorve o máximo aquele sensação boa que se formou em mim. 

Um sensação de Paz!

— Sabe o que eu pedi?

 Abro os olhos e nego com a cabeça, ainda com sua mão em meus rosto.

— Que essa sensação de felicidade nunca acabe!

Meu coração dar algumas cambalhotas dentro do peito com a intensidade que havia em suas palavras e gestos. Por que de certa forma eu me sentia bobo naquele momento.

— As vezes eu tenho medo de tudo isso acabar.

 Falo aleatoriamente à ela que fitava o céu.

— E se acabar a gente vai continuar seguindo em frente. Por que a vida não espera nós nos recuperarmos para bater de novo! Não tem como saber o que vai acontecer amanhã, por isso aproveite sempre o hoje. Por quê se o amanhã for triste, hoje você foi feliz?

Penso um pouco na resposta e sorrio.

— Sim. Com toda certeza!

— Não se preocupe com isso. Tudo vai ficar no lugar que tiver de ficar!


[...]


— Seu tornozelo está completamente recuperado campeão!

Desço da maca com estava sentado, calço meu tênis enquanto o ortopedista anota algo em um papel.

Por insistência do senhor Conor, tive que fazer uma outra bateria de exames para saber o estado do meu tornozelo. Graças a Deus já estava sarado.

— Já posso voltar a jogar?

 Pergunto com esperança na voz.

— Sim filho, até mesmo hoje se quiser!

 Meu sorriso vai de uma ponta a outra. Dou um abraço no doutor pegando uma prescrição da sua mão e saindo da sala. Caminho até a sala do treinador e encontro ele de costa vendo alguns troféus e limpando os mesmo. Peço licença para entrar, quando me vê abre um pequeno sorriso.

— Filho, que bom ver você!

 Ele vem até mim e me dá um abraço de pai. Por que isso que ele era pra mim. O pai que eu nunca tive!

— Acho que isso é o passe livre para voltar pro time, certo?

Entrego o papel pra ele onde o ortopedista autoriza que eu faça todo e qualquer tipo de esportes.

O senhor Conor sorri e me abraça novamente. Pega o papel da minha mão e vai até uma gaveta pegando o braçal de capitão e me entregando. Soube que Scott andou brigando com mais dois do time e o treinador o expulsou por isso. Me deixou a par dos acontecimentos dos últimos dias no time e me alertou que teríamos um grande e decisivo jogo daqui a um mês. Ou seja, jogaríamos antes da formatura contra os Dayer.

Ponho a mochila no ombro e vou para a sala de aula. Sento em uma cadeira no fundo prestando atenção na aula. Restavam apenas dois meses para o ano letivo acabar. O colégio estava uma loucura para decidir quem seria o "Rei e a Rainha" do baile de formatura. Alguns faziam suas propagandas ridículas com cartazes e sons por todo o colégio, outros compravam votos, e os alunos que restam, tipo eu, não davam a mínima pra isso!

Tudo bem que é o último ano, que isso não vai voltar, mas não era pra tanto. Apesar de ter sido um ano muito nublado em minha, tive algumas lições. Vamos reconhecer também que foi o ano em que encontrei a garota mais especial que eu pudera encontrar.

Que por falar nela. Abre um sorriso de orelha a orelha quando ver eu me aproximando da mesa, onde ela e Meg estavam sentadas no refeitório. Dou um beijo casto em seus lábios atraindo a total atenção da sua amiga louquinha. Selena que talvez não esperasse isso, fica vermelha e eu sorrio.

— Tudo bem mulher das cavernas?-

Arqueio uma das sobrancelhas para Meg que me olha.

— Sua avó.

 Ela me mostra o dedo do meio e dou uma gargalhada. Dou uma sondada no local a procura de Cristian e o encontro sentado em uma das mesas com uns garotos do time. Sinto um líquido gelado com cheiro de morango cair na minha camisa e dou um pulo do banco em que estava.

— Mais que Porra e essa

 Pergunto irritado me virando para ver quem tinha derramado suco em mim. Sinto meu sangue ferver quando vejo Scott rindo para mim com o copo de suco na mão. 

Ah não, me ajuda vai!

Selena me olhava apreensiva. Tento controlar minha raiva para não sofrer as consequências de novo.

— Desculpa aí irmão.

Fecho os punhos com força e respiro fundo novamente. Selena entra em nosso meio e sai me arrastando para fora do refeitório. Solto sua mão que estava entrelaçada na minha e dou um soco na parede fazendo ela se assustar e se encolhe com minha atitude.

— Desculpa, eu precisava fazer isso

 Dou um sorriso fraco e ela apenas balança a cabeça.

— Vem, você precisa trocar essa camisa suja.

 Diz me puxando novamente pela mão até o dormitório masculino.

— Você não pode entrar aqui sabia?

Digo assim que chegamos na porta do quarto.

— E não vou!

 Ela se encosta em uma mureta perto da porta e cruza os braços roendo a unha.

Sem pensar muito à prendo contra a parede e sua respiração fica acelerada, passo o braço por sua cintura trazendo ela pra mais perto de mim, se é que isso era possível. Iniciamos uns beijo calmo que logo foi ficando mais intenso e mais profundo. Com muito esforço dou apenas uma mordida de leve no seu lábio inferior e me afasto tentando controlar minha respiração.

— Me desculpa, já volto.

 Saio um pouco atordoado com o que acabara de acontecer. Ela parecia um pouco sem jeito por ter sido pega de surpresa de novo. 

Preciso me controlar ou vou acabar fazendo merda!

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora