CAP|10

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     Olho entediado para o treinador que estava com a cara amarrada me analisando. Estava perdendo o primeiro tempo de aula e ele nem ligava para isso.

— Por que não me contou das dores que vem sentido no tornozelo? 

Estávamos a mais ou menos vinte minutos nesse bate e volta e nada havia sido resolvido. Ele não se contentava com minha reposta, e eu não diria que estava com medo dele me afastar outra vez do time. Porque eu estava!

— Já disse, apenas não achei importante comentar.

 Digo impaciente, não aguento mais essa história do meu tornozelo.

— Não achou importante Eliot?


Ele respira fundo.

— Isso é muito sério filho, você pode prejudicar mais ainda se continuar escondendo esse tipo de coisa!

— Me desculpe senhor Conor, não vai mais acontecer.

 Baixo a cabeça.

Ele pega um papel e coloca em minha frente e me entrega uma caneta, olho para ele sem entender o que aquele papel significa.

— O que é isso?

Ele me olha como se não fosse óbvio.

—  Seu afastamento do time, por tempo indeterminado. Não posso colocar sua saúde acima de um campeonato. Me desculpe filho!

Sinto uma leve tontura na cabeça, a sala parecia esta girando ao meu redor e parado bruscamente. Nenhuma palavra saia da minha boca, nenhum som ou protesto. Um nó se forma em meu peito impedindo o ar de entrar para os meus pulmões.

 Ele não podia estar fazendo isso comigo!

Todo o esforço que eu tive para chegar onde cheguei. Anos de dedicação para tudo ser arrancado de mim sem mais nem menos. Tudo por uma maldita fratura no tornozelo. A dor que tanto incomodava minutos antes, agora passava despercebida.

Scott entra na sala com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Scott vai subsistir você enquanto estiver afastado!  

Diz ele por fim. 

— Você não pode fazer isso! 

 Digo em um fio de voz. Não posso acreditar que Conor iria colocar o babaca do Scott pra me substituir.

— É para o seu bem filho

Levanto abruptamente da cadeira, a raiva tomava conta de mim a cada segundo.

— EU SOU O SEU MELHOR JOGADOR, NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!

Grito com toda a raiva que tinha em mim. Meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia acompanhar as batidas. Minhas mão tremia e meu sangue estava fervendo de raiva, e Scott parecia se divertir bastante com a situação. Pego minha mochila que estava jogada no canto e saio da sala, Conor não impediu que eu o fizesse e agradeci. Caminho até o campo de futebol que estava vazio. 

Isso não podia estar acontecendo!

Jogo-me no gramado do e coloco a cabeça entre as mãos frustrado. Conor sempre fora muito protetor comigo, bem mais que meu próprio pai. Mas no momento eu só conseguia pensar o quanto ele havia sido sacana comigo. 

Ouço alguém se aproxima, mas não me viro para ver quem é. Nem me interessa saber!

— Eu quero ficar sozinho!.

O QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora