Capítulo 26

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Dias depois...

Hoje começa o meu designo na vida, o dia em que um pedaço do meu futuro começa a se desenhar.

Não vi Joseph durante esse período tão pouco conversei com Patrick ou qualquer outra pessoa, me abriguei na despensa do meu andar para as refeições, para pensar e para dormir; é ridículo, eu sei.

Horário de almoço e eu preciso das minhas roupas, decidi ir na casa de Alexandra pegar as coisas que ainda estão lá, subi devagar e bati na porta do apartamento, não escuto nada lá dentro e já que estou com as chaves abro e entro parando na porta de boca aberta.

A cena que presencio é surpreendente... Melanie e Vicent no sofá, ele sem camisa em cima dela aos beijos.
Eles percebem a minha presença e ficamos nos encarando; Vicent se levanta deixando a mostra seus músculos esculpidos parado na minha frente.

- O que faz aqui? - Melanie pergunta ajeitando o vestido florido e muito curto por sinal.

- Vim buscar as minhas coisas. - respondo séria.

Vicent continua a minha frente sem esboçar expressões.

- Você não bate, já vai entrando assim na casa dos outros? - fala.

- Eu bati mas... Vocês estavam tão ocupados. - prendo o riso.

Caminho até o quarto e coloco as coisas nas malas, maquiagens, roupas, sapatos e livros.
Volto para a sala e coloco as chaves na mesinha de centro. Vicent foi embora e Melanie não sabia o que dizer.

- Alexandra não estava deprimida dentro de casa? - pergunto com uma das mãos na cintura.

- Ela foi embora. - sussurra.

- E pelo visto você não aprendeu nada...

- Não me julgue antes de saber tudo. - espero - Eu e Vicent nos apaixonamos, estamos juntos! - conclui.

- Ele é casado. - lembrei a ela.

- Ele vive de aparências Agatha! -  exclamou.

- Por isso mesmo... Você só vai se machucar... Como eu, a propósito... Você estava certa. - forço um sorriso.

- Não, não estava. - negou.

- O que? - pergunto aturdida.

- Ele não te traiu.

- Você está dizendo isso porque tem medo de eu descontar em vocês e sair espalhando o que vi.

- Eu não me importo... Acredite em mim.

- E como você sabe?

- Você não se perguntou como Vicent sabe se ele assim como você não estava lá?

Franzi o cenho.

- Ele sabe porquê foi armação da mãe de Joseph! - completa.

- Ela não forçou ele a beber.

- A bebida que a mulher ofereceu estava batizada Agatha... pensa um pouco, ele apagou depois!

- Oh céus! - digo me sentando.

Meu coração vira um misto de alívio e  remorso.

- Eu sei que te fiz mal mas juro que essa é a verdade. E eu espero mesmo que me perdoe algum dia.

Levantei, peguei minhas malas e saí.

Levei as coisas ao hotel, porque ainda estava esperando as chaves de um apartamento na zona leste; eu não conseguiria me manter perto do trabalho.

Ao chegar na empresa já recebi o recado de Vicent, transmitido por Vanessa.
Subi de elevador até o décimo primeiro andar e a secretária, uma morena de cabelos curtos me manda entrar; faço o que ela diz e entro me sentando em uma das cadeiras negras a frente da mesa.

- Sabe... Fiquei sabendo que Joseph está devastado, eu pensei que você iria perdoar já que é uma namorada apaixonada.

- Por que trata ele assim?

- Você deve me julgar como um homem mal e perverso.

- Não perderia meu tempo com isso.

- Ele não é meu filho.

- Não tinha o direito de jogar esse fardo em mim. - digo perplexa e levanto.

- Sente-se!

Obedeço

- Izobel também me trai. Descobri depois que me casei e ela implorou para que vivêssemos assim e eu também tinha meus interesses. - ele passa a mão no queixo.

- E você exigiu que Joseph fosse criado longe.

- Que esperta... Eu era imaturo e minha família estava perdendo o prestígio.

- Tudo se resume a isso não é?

- Se tivesse mais ambição Agatha, você entenderia.

- Ele sofreu tentando agradar vocês a vida inteira... Vocês são monstros!

- Cuidado com as palavras! - ralha

- Você ainda tem tempo... Tem tempo de consertar.

Vicent fica em silêncio.

- Você não teve culpa e muito menos ele... Espero que faça o certo.

- Se contar pra alguém eu vou negar.

- Não se preocupe. A sua vida não me interessa, com licença senhor Chord. - levanto e saio.

Que dia meu Deus, que dia!

A tarde se arrastou como nunca e eu só pensava em Joseph, queria abraça-lo mas não era a hora. Eu errei em não ter confiado.

Vesti uma calça jeans, uma blusa, um salto preto e fui para a faculdade, o primeiro dia.

Uma palestra. Ótimo.

Sentei na terceira fila, tinha um rapaz egocêntrico comentando sobre os colegas de curso, me dispersei em pensamentos até um homem alto, moreno e maduro subir ao palco.

- Boa Noite! - ele diz e todos responderam em uníssono. - Nesta noite se inicia um progresso na sociedade; onde jovens, futuros advogados irão trilhar por um caminho que mudará suas vidas.

Ele falou do curso por mais de quarenta minutos e começou a apresentar os professores, administradores do colegiado etc. E por fim acabou.

Saí da faculdade quase nove da noite e não sabia como voltar até que vi no emaranhado de pessoas Joseph encostado no carro do outro lado da rua; ele me encarava de longe.

Meu coração doeu dentro do peito.





Um Chefe Apaixonado Por Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora