Acordo com o celular tocando; é Joseph em seguida ouço batidas na porta. Atendo a chamada e vou até lá.
- Joseph? - digo desligando o celular. Ele passa por mim e entra.
- Eu não consegui dormir direito então vim logo cedo. - ele coloca o terno em cima do sofá. - Desculpe ter te acordado.
- O que houve? - digo enfergando os olhos.
- Eu fiz uma cópia da chave para você. - ele abre a minha mão e deposita uma chave dourada.
- Ah... - digo confusa.
- Quando quiser, pra quando você quiser ir. - ele diz apontando pra mim.
- Você está bem?
- Sim. - ele me abraça.
Joseph estava inquieto parecia nervoso.
- São quatro da manhã! - o afasto e caminho até o quarto.
- Me desculpe... Eu estava ansioso... Posso deitar com você?
- Só se prometer que vai ficar quieto. - ele faz um gesto positivo com a cabeça.
Joseph se deita de barriga para cima e eu coloco almofadas no espaço entre nós dois.
- É sério? - diz olhando as almofadas.
- Seríssimo meu anjo.
- Tem medo de mim ou de você?
- O que aconteceu com "ficar quieto"?
Ele fica em silêncio passando as mãos nos meus cabelos suavemente e eu pego no sono.
O despertador toca às seis e Joseph continua dormindo, acaricio seu rosto e ele sorri sem mostrar os dentes.
- Bom dia! - digo dando um beijinho rápido nele.
- Bom dia. - ele diz me puxando.
- Está na hora! - digo tentando me levantar sem sucesso.
- Você está sempre fugindo. - coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Você sabe que não
- Tento me convencer...
- Vamos perder a hora. - insisto.
- Eu sou seu patrão.
- Você também tem um patrão. - ele fica em silêncio e me solta.
Pego a farda de sempre e vou para o banheiro, ao voltar encontro Joseph sentado na cama com os olhos perdidos.
Tomamos café e descemos; Joseph ficou em silêncio no café e agora no carro.
Eu não entendo e acho que nunca vou entender as pessoas.
- Por que tão calado? - pergunto.
- Não... Nada. - diz pensativo.
- O que está te causando tanto conflito interno?
- Vamos sair hoje?
- Desde que me conte.
Ele estaciona e nós entramos; Patrick está lá; o abraço e me sento no meu lugar, ele parece bem.
- Chegaram juntos... - ele diz
- Sim, viemos juntos. Ele está estranho. - digo pensativa.
- Ele não sabe o que você sente.
- Ele que confidenciou? - pergunto.
- Ele é assim... Precisa de certezas. - ele digita algo no computador.
- Mas eu não... - levanto e vou até a sala de Joseph.
Entrei sem bater; Joseph está sentado no sofá com uma pasta em mãos, ele me olha surpreso.
- Joe... Eu...
A porta bate.
- Joseph, você verificou esses papéis? - Vicent diz me interrompendo.
- Que papéis? - ele se levanta.
Me viro devagar e caminho até a porta.
- Fique! - Vicent ralha. Fico imóvel.
Joseph pega os papéis da mão de seu pai e começa a folhear, observando atenciosamente cada um.
- Não há nada de errado. - diz.
- Não há nada de novo, há semanas você não apresenta nenhum croqui!
- O chefe aqui é você, você não permite que meus projetos cresçam! - Joseph diz. -
- Onde está o projeto que você viajou pra fazer?
- Estou terminando.
- Se não tivesse ficado bêbado se agarrando com uma qualquer teria terminado! - diz raivoso.
Joseph olha para mim e eu faço o mesmo.
- Isso não é da sua conta. - diz
- Você tem dois dias pra aparecer com esse projeto! - Fala e sai da sala a passos largos.
Permaneço parada olhando para Joseph por uma fração de segundos e depois saio voltando ao meu posto.
Saí no horário do almoço com Patrick, almoçamos enquanto ele me conta de suas aventuras.
Voltando a empresa Joseph estava em reunião com os outros empregados do mesmo andar.
Agradeci por não ter que vê-lo pelo resto da tarde.Cheguei no hotel, convicta de que preciso procurar outro lugar para morar, não vou conseguir me sustentar aqui.
Tomei um banho e fiz miojo; ouço batidas desesperadas na porta e continuo comendo, as batidas continuam e eu aumento o som da televisão.- Agatha se você não abrir eu vou quebrar a porta! - ele grita.
Coloco a panela em cima da mesinha de centro e caminho até a porta abrindo-a em seguida. Ele entra como sempre. Fecho a porta e me viro para encara-lo.
- Agatha, não aconteceu nada demais, eu bebi muito e ela me agarrou.
- Enquanto eu estava preocupada porque você não dava nenhum sinal de vida você estava se divertindo, foi isso que aconteceu.
- Não foi bem assim!
- E como é que foi? Hãm?
- Eu estava lá e achei que um copo de whisky faria bem e tudo aconteceu. - ele se aproxima.
- Por que não me contou? Por que não me conta nada?
- Eu fiquei apreensivo, Agatha.
- Eu não tenho ninguém Joseph... Já deveria ter me acostumado.
- Você tem a mim, e eu só tenho você. - diz.
- Sai, agora eu preciso pensar. - abro a porta.
- Você sempre faz isso, sempre fica impassível... Como se não se importasse de verdade. Eu só queria que demonstrasse!
- Se você não me aceita por quê veio?
- Porque eu estou apaixonado. Preciso de você... Eu estava fora de mim.
- Vai pra casa. - uma lágrima escorre.
Ele passa por mim encostada na porta depois volta e me segura pela cintura com uma das mãos no meu queixo e me beija.
- Eu vou estar esperando que me perdoe. - me solta e sai.
Tranco a porta e me sento no sofá encarando o nada que se formou a minha frente.
Os dias nunca terminam como esperado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Chefe Apaixonado Por Mim (Concluído)
RomansaAgatha é uma jovem de 20 anos órfã que após a morte de Mercedes viaja para São Paulo em busca de um sonho e acaba virando secretária de um homem muito atraente; Joseph por outro lado se apaixona a primeira vista. Agatha passa a morar com Alexandra e...