Um Chefe Apaixonado Por Mim (Concluído)

Capítulo 47

Abri os olhos que pesavam toneladas e olhei para o lado; Joseph está sentado desengonçado em um pequeno sofá que daria para uma pessoa pequena como eu, ele é grande demais; deve estar quebrado.

- Joe... - Chamei. Ele abriu os olhos, está com olheiras fundas.

- Meu amor, que bom que acordou. - ele diz se espreguiçando e se aproximando.

- E Patrick? - pergunto.

- Está se recuperando... Como você. - ele baixa o olhar.

- Ei, não é culpa sua. - eu conheço esse olhar, ele se sente culpado.

- O importante é que acabou. - suspira aliviado.

- Então ele... ?

- Sim. Depois do primeiro tiro a polícia entrou e aconteceu. - Joseph pega a minha mão.

- Era meu tio mas... Estava louco; ele me chamava de Nicole.

- Nicole? - franze o cenho.

- Era o nome da minha mãe. Ele disse algo sobre um testamento, estava fora de si... Me acusou de ladra. - aperto a mão do meu marido.

- Em parte ele tem razão...

- O quê? - ele não deve estar falando sério.

- Existe um testamento, sua avó deixou tudo pra você!

- Como você sabe disso?

- Eu derrubei o seu quadro sem querer quando dormi no seu quarto de hotel, o testamento estava lá e eu resolvi investigar.

- E não me contou por...?

- Porque eu sabia dos riscos e no fim não deu em nada, acabei colocando tua vida em risco. Me perdoe.

- Não tenho nada que perdoar, você queria me proteger... - dou um sorriso. - De certo modo não deu certo. - zombo e ele permanece sério.

- Zack não é o que pensei. - admite.

- O que te fez mudar de idéia?

- Medo. Ele estava apavorado assim como eu; cada minuto foi uma tortura.

- Ele me ama e tu também! - digo manhosa.

- Te amo demais minha gatinha. Agora durma, está morrendo de sono.

- Deita aqui. - me afasto devagar deixando espaço. Ele me olha indeciso. - Está cansado meu amor, não seja teimoso.

O convenço e ele se deita me abraçando com cuidado para não encostar no meu ombro e dorme antes de mim.
Tempos depois a porta se abre e Cristina entra observando a cena.

- Quer que eu volte outra hora? - pergunta segurando a porta.

- Não... Ele está dormindo.

- Aposto que não dormiu te observando. - ela diz baixinho.

- Ele está exausto. - olho para ele e depois para ela.

- Fiquei com medo. Se alguma coisa acontecesse eu não suportaria.

- Eu sei, você é minha alma gêmea. - sorrio sem forças.

- Da próxima vez que discutir com um louco com posse de arma eu mesma te mato! - Cristina fala com um misto de preocupação e tristeza.

- Não se preocupe... Aprendi a lição! - falo olhando o meu ombro.

- Não vai ficar cicatriz mocinha! - A enfermeira entra sem disfarçar que ouvia a nossa conversa.

Todo trauma deixa uma cicatriz; estamos todos marcados.

- Seu marido não pode ficar na cama. - repreende.

- A culpa é minha, ele está cansado.

- Ainda não contei a Liz, mas com certeza o jornal fez isso.

- Liz deve estar preocupada. - falo enquanto a enfermeira termina de trocar a faixa.

- Vou passar lá quando sair daqui. Seu pai está lá fora com a sua irmã e a madrasta.

- Belo jeito de conhecer gente. - reviro os olhos.

- Daqui a pouco estará em casa. - A enfermeira diz.

- Não vejo a hora. - elevo as sobrancelhas e ela sorri sem mostrar os dentes.

- Se cuida. - Cristina se despede.

A enfermeira sai e Zack entra com a família.

- Oi filha. - ele diz com os olhos marejados.

- Oi pai. - respondo e nasce um sorriso largo em seu rosto, não havia chamado Zack de pai, não na frente dele.

- Ah, ele estava cansado então o forcei a deitar. - percebi o olhar deles em Joseph que dorme pesadamente.

- Foi uma noite sem fim. - Zack comenta. - Bem... Estas são Marina e Vitória. - as duas são loiras - Vitória não via a hora de conhecer a irmã!

- Que bom... Eu também não! - abro um sorriso.

- Como se sente? - Marina pergunta.

- Melhor, são tantos medicamentos. - respondo.

Conversamos bastante e por incrível que pareça Joe não acordou; foi agradável, gostei delas apesar de sentir uma pontinha de inveja de Vitória por ter passado momentos que eu não tive oportunidade de viver com meu pai. Meu conforto é o presente, e eu pretendo aproveitar.