Capítulo 38

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Acordei com alguém batendo na porta, Joseph nem se mexeu; estava em um sono profundo.
Corri para atender.

- Liz? - pergunto óbvia.

- Posso entrar? - ela diz e eu faço um gesto com a mão permitindo sua entrada.

- O que houve? - pergunto sem entender a visita de madrugada.

- Ele me deixou...

- Nick é mulherengo. - digo indo para a cozinha. Ela me segue.

- Eu estou grávida! - fala tentando conter as lágrimas.

- Oh meu Deus! Contou pra ele?

- Não... Ele simplesmente sumiu Agatha!

- O semestre já vai começar... Vamos ver ele de novo. - abraço ela.

- Eu fui na casa dele, está á venda.

- Você vai ser mãe, é o que importa!

- Eu não queria esse bebê.

- Você não está pensando em...

- Sim! - diz convicta.

- Pensa melhor... Olha - digo pegando em suas mãos - Vamos chamar Cristina e conversar, você tem nosso apoio... Sempre!

- Eu sei. Por isso vim te ver.

- Vamos... Você dorme aqui hoje. - digo levando ela para um dos quartos vazios.

Liz dormiu em pouco tempo e eu voltei para a cama.

- O que houve? - Joseph pergunta com a voz embargada de sono.

- Liz... - respondo me aninhado a ele e dormindo em seguida.

O despertador de Joseph toca e ele se levanta e vai pro banho; levanto também e vou escovar os dentes.

- Levantou cedo... - ele diz se enxaguando.

- Tenho que chamar a Cristina para resolver o problema da Liz. - término e saio.

Joseph se veste e vai para o escritório terminar o projeto. Ligo para Cristina e vou para a cozinha fazer o café.

                             Joseph

Entro no escritório afim de trabalhar, pego alguns croquis já terminados e observo atenciosamente; estão magníficos como os olhos dela.
Agatha me tem nas mãos e eu não sei o porquê, talvez seja a solidão de duas almas que o destino quis juntar, talvez nos completemos... - me sento na cadeira me lembrando do dia em que pus os olhos nela. - Ela parecia estar com medo, mas confiante. Eu estava atrasado, não haviam passagens na primeira classe então fui na econômica. Depois de encontrar vários diamantes diferentes encontrei algo mais importante dentro dos olhos indecisos e o semblante de menina mulher dela. Deus... anseio por ela só de vê-la sair do quarto, como pode? - passo as mãos pelos cabelos molhados.
Meu celular vibra no bolso, olho rápido e vejo o nome de Ricardo.

- Alô! - espero que seja uma notícia boa.

- Joseph, a intimação foi enviada a três dias. A causa é sua... Pode ter certeza! - Ricardo diz exultante.

- Você pesquisou tudo? - pergunto curioso.

- Claro! A história bate. E o testamento é garantia de que tudo é da sua mulher.

- Ela vai gostar de saber.

- Apenas tenha cuidado, o tio dela é um bêbado traiçoeiro!

- Não se preocupe. - digo e ele desliga.

A porta se abre e Agatha aparece.

- Vamos tomar café... - diz me abraçando.

- A sua amiga já acordou?

- Já... Ainda não acabou? - fala com o cenho delicado franzido.

- Está quase pronto. - beijo a testa dela onde as linhas se formam por sua expressão, desfazendo-as.

- Você passou a nossa lua de mel toda trabalhando. - diz manhosa.

- Foi necessário meu anjo... Eu prometo que vamos ter outra  lua de mel... Vamos viajar, nos divertir, conhecer novos lugares.

- Não dá pra ter duas. E eu só preciso de você... - diz rindo.

- Vamos ter tudo o que você quiser pequena gata. - Tomo os lábios dela  acabando com o assunto. Entrelaçamos os dedos e vamos até cozinha.

                             Agatha

- Ela estava aqui! - afirmo apontando para a cadeira afastada da mesa. Joseph me olha confuso. - Talvez esteja  no banheiro. - digo indo até lá.
- Ela vai fazer uma besteira!

- Era tão grave assim? - ele pergunta.

- Ela quer abortar.

- A porta estava aberta. - Cristina diz entrando.

- A Liz sumiu. - me adianto.

- Eu vou procurar. - revira os olhos e sai.

Longe dali...

A caixa de correio estava cheia, o homem alto de cabelos encaracolados cambaleia e abre derrubando tudo no chão.
Ele pega uma, duas, três correspondências até que uma chama mais atenção, tem a sigla da justiça federal; ele abre rasgando metade da embalagem, lê e amassa o papel.
Ele entra com os olhos fundos e passa os braços nas coisas em cima da mesa derrubando copos, um jarro e outros papéis no chão. Caminha sobre os estilhaços de vidro e sobe se apoiando na escada de madeira vermelha entrando no quarto.
O homem joga as roupas em cima da cama deixando o guarda roupas meio vazio, a procura de algo.
Desiste e procura na escrivaninha dando um sorriso diabólico com o que encontra; uma arma de alto porte que ele manuseia com maestria.


Um Chefe Apaixonado Por Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora