15 | Você me leva mais alto que o resto

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Corremos para o estacionamento em plena chuva quando a aula acabou. Uma vez dentro do meu carro, joguei minha bolsa junto à de Vincent no banco traseiro e segurei seu rosto, beijando-o com sede, mais do que nosso segundo beijo na piscina. Mesmo de olhos fechados, eu podia ver os clareamentos que os raios causavam no céu, e as gotas de chuva colidindo no teto do meu carro me trazia mais conforto ainda.

Não satisfeito com a posição que eu estava, saí do meu banco e sentei-me de frente a Vincent, os joelhos dobrados em cada lado de sua cintura. Okay, é só um beijo... Um longo e viciante beijo.

As mãos dele entraram por trás da minha camisa e a levantaram, até que eu ficasse nu da cintura para cima. Ele jogou minha roupa no banco traseiro e eu repeti o gesto, desgrudando nossos lábios só para conseguir meu intento. Agora nós dois já não usávamos mais camisas. Tive que recuperar um pouco do meu fôlego para retornar ao ato e, enquanto isso, passei o polegar no lábio inferior de Vincent. Meu Deus, olha esses cílios espessos molhados... Olha essa boca vermelha...

Admirando seus traços faciais lentamente à medida que meus olhos percorriam seu rosto, fui subindo minhas mãos pelo seu peitoral molhado e, ao chegar aos mamilos, comecei a massagear a região. Vincent inclinou-se para frente, beijando-me mais uma vez. Puxa, isso aqui não estava nos meus planos... Devolvi o ato, apertei seu peito com certa força e pressionei minhas coxas às laterais das suas, tão entorpecido que não me importava com mais nada que não fosse ele. Sorte minha o vidro do meu carro ser fumê, senão eu jamais me submeteria a beijar Vincent dessa forma.

A maneira como nossos corpos se encontravam informava que não faltava muito para quase praticarmos coisas além do que estávamos fazendo. De repente, num segundo não muito longe, nossos dedos causavam mais pressão em partes próximas ao que eu considerava como limites. Não era como se isso fosse novidade, mas não queria fazer isso agora.

Determinado, beijei Vincent num estalo gostoso e afastei minha cabeça da dele, observando-o. Sua respiração gelada acariciava minhas narinas.

— Melhor não apressarmos as coisas — sussurrei, exibindo um sorriso frágil. — Falei sério quando disse que queria mudar. Vai ser a primeira vez que beijarei alguém sem ir... para a cama.

Ele achou graça.

— Eu espero — falou baixinho. — Mesmo que seja doloroso ver seu cabelo loiro molhado e sua calça jeans colada e não poder fazer nada. Mas sou paciente, então eu espero.

— Eu não sou. — Toquei sua boca. — E admito que te beijaria mais vezes se não tomasse a decisão de me dar uma chance ou não.

Dei uma piscadela a ele e retornei ao meu banco, o corpo um pouco menos molhado. Não disse onde.

— Vai lá para casa? — perguntei, soando mais como um pedido. — A gente pode ensaiar mais para a peça.

— Ensaiar para a peça? — Ele ergueu uma sobrancelha provocantemente.

— Ou ensaiar nossos beijos, quem sabe? Apesar de duvidar muito de que preciso de treino.

Vincent deu um riso gostoso e assentiu.

— Eu irei. — Beijou-me fortemente, os polegares roçando meu maxilar conforme os segundos ia passando. — Estarei lá às oito.

— Okay.

Ele fez um gesto de "sim, capitão" — por que, eu não sabia, mas ficou muito sexy — e abriu a porta do meu carro, indo ao seu às pressas. Liguei o meu veículo no mesmo ritmo e acionei o limpador de para-brisa, assistindo a Vincent correr no estacionamento com sua calça preta perfeitamente grudada no corpo. E sem camisa... Meu Deus.

DEPOIS DO "EU TE AMO"Onde histórias criam vida. Descubra agora