Theo tenta a convencer

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- Não quero conhecer esse mundo! -ela disse com pesar                       

Deslizei para fora dela, me afastando completamente, puxei a calça para me vestir.

- Aperte o ENTER, Victória... O contrato também está no envelope pardo que caiu no chão... - Dei as costas prendendo o cinto, minha cabeça dava nó, eu não me sentia seguro de deixa-la a vontade e tendo a ilusão que seria minha a hora que eu quisesse. - Vou ver como está a nossa volta para Dubai... - Coloquei a mão na maçaneta e a olhei.

- Não quero o dinheiro! - Ela repetiu, fechando o notebook e apanhando o vestido do chão. Vestiu-o sem se preocupar com a calcinha e me encarou- Por que precisa ter o controle de tudo, Theo?

- Para me sentir seguro... Para te assegurar se eu lhe faltar... Preservar sua vida é ter direitos... - a encarei da porta. - Não gosto de deixar a solta, gaviões de olho me deixam em estado de alerta.

- Gaviões? - Ela riu e se aproximou me abraçando. - Eu assino o contrato. Mas, com um porém.

Agora a nossa conversa estava melhorando.

- Qual a condição?

- Não quero um centavo seu.

- Muito bem... não vou discutir isso com você, não quer o dinheiro, então não o terá, mas vou mandar para uma conta quando estiver provado sua gravidez.... - A encarei. - Sim... Eu fiz de proposito e você foi a escolhida para me dar um filho... Então seja uma menina boazinha, não tente matar meu filho, por que eu vou saber.

- Você nem sabe se eu estou mesmo grávida, Theo!

- Não... eu não sei... -  Segurei seus cabelos pela nuca, a encarei. - Promete que vai me contar se houver o atraso menstrual? - Meu coração disparou, eu a queria comigo, ao meu lado, na minha cama todos os dias, "droga" o que estava acontecendo na minha cabeça, nunca desejei tanto alguém como desejo Vick, estava se tornando o ar que eu respirava, e de alguma forma sabia que aquela aproximação era um erro, um risco enorme que corria, aquele desejo de ter um filho era a assinatura para me afundar mais ainda, mesmo assim eu queria arriscar. - Venha morar no meu apartamento.

- Por enquanto não, Theo! Não acho que seja uma boa ideia.

- Não faz isso... - A espremi nos meus braços, falei com um pesar tão grande, grunhi revoltado, nunca fui tão recusado em toda a minha vida. - Por favor?... eu não estou impondo o contrato, estou te oferecendo um lugar ao meu ado na cama, na minha vida, no meu mundo...

- Por que toda essa urgência?

A soltei percebendo o quanto estava me humilhando e sendo fraco, mostrando a ela que estava rendido pelo doce mel de seus lábios e do elixir de seu corpo, me afastei, respirei fundo.

- Não existe urgência, apenas quero tê-la quando quiser. - Tomei mina postura altiva. - Farei como quer... Mas não me cobre lealdade, não sei se serei capas de ser leal a uma pessoa que não aceitou minha generosidade... E não se esqueça que me deu a sua palavra que será minha, apenas minha... não me traia, Victória, não ouse, pois mesmo gravida não respondo por mim.

- Eu não sou mulher de duas palavras, Theodoro Austin! - Ela disse séria e altiva. - E não se preocupe, não estou cobrando a sua lealdade... Você pode ser de quantas quiser... - Ela tentou soar impassível, mas seus lábios tremeram e ela pareceu tentar conter um choro.                       

- Muito bem... - Engoli em seco, abri a porta e a fechei deixando Vick do outro lado para pensar.

Meu coração estava em ruinas e odiava a cessação de estar amando, fiquei parado esperando me recompor, segui para o convés para saber quanto demoraria para chegar a Dubai, respirei fundo o ar, fechei os olhos pensando na semana incrível que vivi, logo senti os braços de Vick me envolverem, não disse nada, apenas a segurei e contemplando a cidade de Dubai se aproximando cada vez mais de nós, dando-nos a certeza de que estávamos chegando ao fim de nossas aventuras.

- Não se preocupe, vamos fazer muitos passeios destes... - Sorri girando em seus braços, toquei seu rosto e a puxei para um beijo. - Ainda vou fazer amor com você nas alturas, lento, gostoso e ter a certeza que seremos apenas um.

 - Eu sempre vou me lembrar de nós dois nesse lugar. - Ela aninhou a cabeça em meu peito e beijou o meu ombro, o seu tom soou como uma despedida, ou talvez fosse impressão minha.

- Não vai precisar se lembrar deste lugar, é só pedir que te trago aqui... - A puxei para ficar ao meu lado. - E se eu faltar na sua vida, traga meu filho aqui e conte a ele como foi nossa lua de mel... E como te amei neste tempo.

Ela fechou os olhos e se manteve longos minutos em silêncio.

- Acho que você estava no meu destino, Theo.

- Acho que você está no meu.. - Puxei seu rosto para me olhar, seus olhos estavam húmidos, sorri triste. - Não me ame, Victória... Eu não mereço seu amor... Não sou um homem bom...

- Claro! - ela riu forçado e seguiu para dentro.

Fechei os olhos pesadamente, o medo que a muito tempo não sentia se instalou em meu peito, agora era tentar ver no que iria dar essa nossa história, me sentei no sofá olhando o quanto Dubai era bonita, seguíamos para a ilha onde estava aportado o Iate, e esperei, não tinha o que se fazer.


MATA-ME DE PRAZEROnde histórias criam vida. Descubra agora