*Discutindo com Emilly

11.6K 984 63
                                    

Ver Emilly naquela mesa fez meu coração bater mais forte.

Por que ela estava ali, se nunca mais tivemos uma relação de avo e neta

- Victória, minha neta. - Ela veio para mim e me abraçou, me mantive estática. - Como você cresceu, filhinha.

- Quem te convidou?

- Olá Theodoro, ela me ignorou.

- Boa noite, Emilly, como vai? - Os dois trocaram beijos na face. - Espero que tenha feito uma boa viagem.

- Ótima viagem. E que surpresa ver que você e minha neta se casaram. Você tem uma verdadeira fixação pela minha Família.

- E ela por mim eu diria. - ele me olhou com um sorriso no rosto e olhos brilhando, eu mais parecia um troféu do que um doce.

- Você sabia que seu atual marido e seu pai negociavam, Victoria?- encarei Theodoro, esboçando surpresa. - Não contou a sua esposa que era sócio do pai dela, Theodoro?

- Não gosto de falar sobre o passado, Emily... Por que se não, muito esgoto terá que ser derramado... Minha esposa já sofreu muito na infância, não merece sofrer mais. - Theodoro, tocou no meu braço. - Fui sócio no começo... mas logo seu pai se desfez da empresa por conta de dividas, eu comprei o pequeno Studio e vim embora para Washington. - Theodoro demonstrou segurança na voz.

- Podemos conversar vovó?... Por favor, Emilly.

- Claro. - Sorri forcado e me afastei de Theo, acompanhando Emilly.

- Vamos conversar em um local mais reservado.

-Tem um armazém nos fundos.

Tomei cuidado de me certificar de que ninguém nos via, antes de adentrar o que mais parecia uma grande e velha dispensa.

- O que veio fazer aqui? Por que veio me procurar?

- Como você foi capaz de se casar com esse homem? Você sabe quem ele é?

- Sim, eu sei exatamente quem ele é. É o pai do meu filho e o homem que eu amo.

- Victoria ele... Meu Deus, é pior do que eu imaginava - Disse ela nervosa.

- Cale a boca, Emilly! - Sorri para ela que parecia chocada. - Esse homem me salvou, eu o amo.

- Salvou? Esse homem destruiu a sua família, te deixou na miséria. Vocês e louca, menina.

- Eu sou louca? Seu filho era louco. Um maldito esquizofrênico que quase me matou com a sua ajuda. Você se lembra, Emilly? Lembra-se das surras? Do modo como ele me tratava? Como você me tratava! Quantas vezes você me surrou? Quantas vezes você se sentou e aplaudiu enquanto o seu filho me agredia, quantas vezes você tomou a cinta das suas mãos, alegando que ele não sabia como fazer direito, que eu era uma garota rebelde! Eu odeio você, Emilly.

Emilly sentou-se num caixote com a mão no peito, parecia sentir muita dor.

- Você esta enfartando? - ela parecia estar sem ar e estendia a mão na minha direção como se pedisse socorro- Que ridícula! Você acha mesmo que eu vou te ajudar?- me inclinei a sua frente- Morra, vovó!- me afastei dela e observei-a arfar com a mão no peito. - Lamento vovó. Dê um abraço no Nicholas por mim.

Deixei o armazém e tranquei a porta, deixando aquela mulher odiosa pra trás.

Theodoro conversava com um elegante rapaz, alto e magro, muito impecável em um paletó preto com lapela de cetim preto, os dois pararam de conversar assim que me aproximei, Theo sorriu e ao mesmo tempo franziu o cenho.

- Onde está Emily? - Theo passou a mão pela mina cintura.

- Ela não se sentia muito bem. Preferiu ir embora!

- Não era melhor... Theo torceu a boca. - Tudo bem... Deixa pra lá... Quero te apresentar, Michael, meu secretário e amigo fiel.- Muito prazer... - O rapaz se cursou pegando minha mão e depositando um beijo rápido.

- Feliz Aniversário.

- Obrigada Michael. É um prazer conhece-lo! Viu a Beatrice por ai, Theo?

- Não... Acho que não chegou... - Theo olhou para um canto do salão. - Volto em um minuto, Michael, faça companhia para minha esposa.Theo nem me deu chance, saiu em passos largos até o segurança.

- O que Será que aconteceu? - Michael pareceu interessado.

- Também não imagino o que possa ter ocorrido.

- Quer dar uma volta?... Ver se o buffet está aberto? - Michael me ofereceu o braço para mim, percebi que ela não era o tipo de homem que sorria abertamente, apenas mantinha um leve sorriso.

- Claro. - Aceitei sua companhia e avistei Beatrice chegando num vestido de um tom estranho de verde. - Ei veja só se não e minha medica. Venha comigo, vou apresenta-los.

- Atraente sua médica.

- E solteira. - Acrescentei quase o arrastando até ela. - Beatrice esse e o Michael.

- E um prazer. - Ela sorriu e estendeu a mão.

- Muito prazer, Sta. Beatrice. - Ele segurou a mão dela, as bochechas deram uma leve corada.

- Parabéns Victoria! - Ela me abracou. - Você esta linda.

-Obrigada Beatrice,voce tambem esta incrivel. Ela nao esta linda,Mike?

- Sim... Gostei do tom verde, realça com seus olhos. Beatrice corou, parecia timida e interessada. - Esse terno tambem lhe caiu muito bem. - Victoria... - Theodoro se aproximou, parecia afobado, mas se conteve ao ver Beatrice. - Fico feliz que veio... Obrigado por sua presença.- O que foi, Meu Amor? - Vem comigo. - Theo segurou meu braço delicadamente. - Vou rouba-la de vocês... Com licença. - Algum problema?- o acompanhei- Você largou aquela maldita velha sozinha... Porque fez isso? - Me levava pelo salão sem levantar suspeitas, sorria ele. - O que você queria que eu fizesse? A trouxesse no colo? - Não a deixasse só... - O segurança abriu a porta que dá para os fundos, um médico guardava o equipamento de desfibrilação. - Sinto muito... - Disse o médico, Theo levou a mão a testa bufando. - O que houve? - fingi surpresa. - Ela estava bem. Só com um leve mal-estar.

- Infarto do miocárdio... - O médico se coçou de pé.


MATA-ME DE PRAZEROnde histórias criam vida. Descubra agora