Capítulo II

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Acordei vendada, amordaçada e com as mãos amarradas nas costas. Tento me soltar, mas é em vão.

Onde estou?

A última coisa de que me lembro é estar conversando com minha mãe.

O que aconteceu depois?

E então, de repente, flashes me veem a mente:

Mãos cobrindo a minha boca.

Uma faca sendo pressionada em minha garganta.

Eu sendo jogada em um carro.

Uma forte pancada na cabeça.

Dor.

Escuridão.

Não!

- Finalmente acordou. - uma voz masculina diz.

Escuto passos em minha direção. Na mesma hora fico tensa.

Meu Deus, o que está acontecendo?

- E então, princesa, podemos esclarecer de uma vez as coisas? Primeiro: caso não tenha percebido, ou ainda possua alguma dúvida, você foi sequestrada - em seguida, retirou minha mordaça -. Segundo: você não vai sair daqui. Nunca - retirou minha venda, e precisei piscar várias vezes para me acostumar com a claridade -. Terceiro: não tente nenhuma gracinha, me obedeça e nos entenderemos muito bem - por fim, desatou os nós que prendiam minhas mãos.

Foi só o que precisei para sair correndo em direção a única porta do quarto.

Achei que ele viria atrás de mim, mas consegui chegar à porta facilmente.

Qual a minha surpresa ao descobrir que a mesma encontrava-se trancada?

Imediatamente comecei a gritar por ajuda.

- Socorro! Por favor, alguém me ajude.

Ouço uma risada baixa atrás de mim.

- Boa tentativa, docinho, mas não será tão fácil assim.

Continuo batendo na porta e gritando por alguém - qualquer pessoa!

- Bom, se eu fosse você, pouparia minha linda voz. Não há ninguém nessa casa, além de nós dois. E, alias, não há ninguém na vizinhança também. Estamos completamente sozinhos, somente você  e eu. - e esta última frase foi dita bem perto de mim.

Virei-me e, pela primeira vez após acordar, olhei para meu sequestrador.

Alto, forte, olhos azuis e intensos, cabelo preto e liso, maxilar forte...

Por Deus! Ele é lindo.

Espera... o que?!

Não!

Cruzou os poucos centímetros que nos separavam e prensou-me contra a porta.

- Deixe-me relembrá-la do item número três: não tente nenhuma gracinha, me obedeça e nos entenderemos muito bem.

E me beijou.

Forte, duro e sem uma gota de delicadeza, forçando a língua na minha boca.

Quando por fim processei o que estava acontecendo, mordi seus lábios e lhe dei um tapa no rosto.

- Não encoste em mim!

Ele sorriu - sorriu! - e, com uma voz sombriamente baixa, disse:

- Querida, se fizer isso novamente, garanto que será a última coisa que irá fazer. Estamos entendidos?

A única coisa que consegui fazer foi encará-lo.

Ele apertou meu pescoço e prensou-me novamente na porta.

- Eu perguntei se estamos entendidos. - e apertou ainda mais a mão em volta do meu pescoço.

- Estamos. - respondi, praticamente sem ar, com a voz fraca.

- Ótimo. - retirou a mão que me apertava e cai no chão procurando o ar que me faltava.

- Amanhã voltarei e, para o seu bem, é melhor que esteja mais calma.

E com isso, sai pela porta.

Foi o que precisou para que eu começasse a chorar.

Bem me quer, mal me quer.Onde histórias criam vida. Descubra agora