Bônus

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Duas semanas depois, Kath recebeu alta do hospital.

Um mês se passou desde que Kath recebera alta e ela continua sem falar com ninguém.

Pai, mãe, amigos, familiares...

Ninguém.

Ela se fechou em uma concha, protegendo-se do resto do mundo; se eles não queriam entender o seu amor, então que ficassem longe dela.

A partir do momento que ficou claro que Anthony não iria ser solto, e que ninguém iria ajudá-la a tirar as acusações contra ele, ela decidiu que nenhum deles merecia seu afeto.

Porém, o que Kath não sabia era que tanto seus pais quanto Maze e Will já estavam preparados para essa reação.

Nos quinze dias em que esteve internada, o senhor e a senhora Thompson, juntamente com Maze e Will, fora acompanhados pela doutora Taylor, psicóloga do hospital.

Com essa psicóloga, eles descobriram uma doença chamada Síndrome de Estocolmo que, aparentemente, tinha acometido Kath.

A doutora lhes explicou que Kath acreditava que amava Anthony e que seu amor era recíproco. Esta, segundo a psicóloga, era uma forma de defesa que a mente desenvolvia para fugir do perigo. Afinal, se seu sequestrador a amava, não iria lhe fazer mal.

No começo, Robert ficou duvidoso, recusando-se a acreditar que a filha estava com uma doença psicológica. Entretanto, o comportamento da filha só fez com que as suspeitas médicas se concretizassem.

A doutora Taylor trabalhou incessantemente durante duas árduas semanas com a família de Kath, tirando todas as dúvidas que eles tinham e lhes preparando para a dura jornada que enfrentariam pela frente, pois não seria fácil convencer Katherine a buscar ajuda psicológica e aceitar que possui uma doença. Afinal, na cabeça dela, ela e seu sequestrador realmente tinham criado um laço afetivo verdadeiro.

Kath, nesse momento, estava, como de costume, trancada em seu quarto, a fim de se abster de quaisquer interações com a família.

Duas batidas em sua porta fizeram com que ela dispersasse seus pensamentos distraídos.

— Vá embora, não quero falar com ninguém. – Kath gritou para quem quer que esteja do outro lado da porta.

— Kath, querida, quero conversar com você. – a voz de Emilly ressoou pelo quarto – É do seu interesse, minha filha, prometo.

— Duvido muito. – caçoou.

— Vamos permitir que você visite Anthony.

Kath não sabe como, mas menos de um segundo depois ela estava em frente a porta, destrancando-a.

— O que a senhora disse?

— Vamos deixá-la visita-lo, se isso é tão importante para você.

Apesar da difícil conversa que teria com a filha, Emilly não conseguiu impedir que um pequeno sorriso surgisse em seus lábios.

Já fazia mais de uma semana que não via a filha; apesar de morarem na mesma casa, Kath estava tão reclusa em seu mundo particular, que ninguém mais a via em casa, mesmo ela não saindo em momento algum.

— Qual a pegadinha? Porque com certeza a senhora está brincando comigo.

— Não há brincadeira nenhuma, filha. Entretanto, como deve imaginar, quero que faça uma coisa em troca.

Bufando, Kath vira-se e vai em direção a sua cama.

Emilly encara isso como uma permissão para entrar em seu quarto, e segue a filha.

Bem me quer, mal me quer.Onde histórias criam vida. Descubra agora