Capítulo XV

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Estaciono o carro logo atrás de Bárbara.

Estamos em frente a um prédio antigo e, arrisco dizer, desabitado – na verdade, esse edifício está em ruinas.

Desço do carro, um pouco incerta.

Essa é a segunda vez no mesmo dia em que a doutora Taylor me traz para um lugar de segurança duvidosa – e ainda não é nem meio dia!

Mas não tenho escolha a não ser confiar nela.

Preciso confiar nela.

Minha cabeça ainda está tentando processar tudo o que conversamos na cafeteria.

Uma parte de mim ainda está um pouco duvidosa quanto a veracidade de tudo o que foi dito por Bárbara.

Não é possível que Anthony tenha me enganado o tempo todo.

Não posso ser tão ingênua assim.

E quanto ao Will? Todas as coisas que ele tinha feito e planejado para termos um futuro juntos...

Seria tudo verdade?

Pelas Barbas de Merlin, estou ficando tonta.

Apoio-me na lateral do carro e coloco minhas mãos nos meus joelhos, tentando acalmar minha respiração e meus batimentos cardíacos – vou acabar tendo um infarto se não me acalmar.

Minhas mãos estão tremendo, minhas pernas estão bambas, minha visão está escurecendo.

A última coisa que vejo são os pés da doutora na minha frente e então tudo fica escuro.

************************

Acordo sentindo mãos dando leves tapinhas em meu rosto.

Abro os olhos, e vejo o rosto conhecido de Bárbara e o rosto de um homem desconhecido.

Ele é negro, por volta dos 50 anos, barba grisalha, assim como seus cabelos, e usa um óculos de grau.

Apoio-me nos braços e me sento.

Ao fazer isso, percebo que estava deitada no chão.

Que diabos...?

— Você desmaiou, Kath. – ouço a voz da doutora Taylor dizer – É uma reação natural, depois de ser exposta a tanta informação. Na verdade, eu esperava que você desmaiasse lá na cafeteria. Você se saiu muito bem, resistiu bastante. Estou orgulhosa de você. – ela concluiu, com um sorriso.

Eu deveria me mostrar satisfeita?

O homem me estende a mão para me ajudar a levantar do chão.

— Kath, este é Daniel. Dan, esta é Katherine, aquela minha paciente que comentei com você.

— Espere aí, doutora. Achei que nossas conversas eram confidenciais. – ralhei para ela.

— E são confidenciais, querida. Não se preocupe, não disse nada a ele que você mesma não irá contar.

— Como ass...

— Vamos, querida, já estamos atrasadas. – Bárbara me interrompe.

— Atrasadas para o que?

Ela ignora minha pergunta.

Apenas segue o tal do Daniel-Sem-Sobrenome e sou obrigada a me arrastar atrás deles.

Bem me quer, mal me quer.Onde histórias criam vida. Descubra agora