— Kath?
— Oi.
— O que estamos fazendo?
— Conversando.
— Não estamos, não.
— Estamos, sim.
— Okay. E sobre o que estamos conversando?
— Você é minha psicóloga. Você deveria saber.
— Certo... Sobre o que você ainda quer conversar?
— Não sei. A senhora não é quem deveria saber?
— Kath?
— O que foi, Bárbara?
— Pare de fugir.
A doutora Taylor está certa.
Kath está fugindo.
Ela está vergonhosamente fugindo.
— Não sei do que a senhora está falando. – Kath tenta disfarçar.
— Sim, você sabe.
Kath sabia.
— Seja mais clara, por favor.
— Você precisa conversar com Will e Maze. – Bárbara é firme.
— Não acho que estou pronta.
— Sim, você está. Quanto tempo mais irá enrolar os pobres coitados? Esta já é nossa 13º sessão. Tínhamos somente 10 sessões agendadas.
— Eu só acho que ainda temos questões a serem discutidas. Traumas a serem vencidos. Dúvidas a serem tiradas. – Kath tenta argumentar.
— Você já entende da sua doença; arrisco-me dizer que até venceu-a. Já entendemos que Anthony é um criminoso com desequilíbrio psicológico e, por isso, está preso em um manicômio judiciário. Também já compreendemos que nada do que aconteceu foi culpa sua; você é uma vítima, nada mais que isso. Já está claro para você que nada do que você achava que sentia era realmente amor; era apenas uma forma de autodefesa que sua mente criou para a preservação de sua vida. E, até onde eu sei, você também já percebeu que Will nunca te traiu, logo, ele também não mantem nenhum relacionamento com Maze. Agora, pode me dizer o que, exatamente, você ainda quer discutir comigo? – Bárbara finaliza.
— Bom... bom... – Kath gagueja.
— Foi o que imaginei. Levante essa bunda bonita desse sofá e vá atrás deles. Garanto a você que eles estão de braços abertos a esperando. – Bárbara diz, sorrindo.
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Kath não sabe como conseguiu dirigir até a casa de Maze.
Suas mãos tremiam tanto que quase não conseguiu tirar a chave da ignição do carro.
O suor escorria por suas costas.
Olhando-se no retrovisor do carro, viu que a sua pele não estava mais com a cor morena de sempre; estava pálida.
O medo tomou conta de cada parte dela.
Kath sabia o quão injusta havia sido com Maze.
Ela sempre fora uma amiga leal, verdadeira e fiel.
O amor distorcido e doentio que Kath um dia sentira por Anthony a cegara completamente e a afastara da melhor amiga.
Dissera coisas horríveis para Maze. Coisas imperdoáveis.
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Bem me quer, mal me quer.
General FictionKatherine Thompson: - 23 anos; - Filha amada; - Namorada dedicada; - Amiga querida; - Estudante exemplar; - Sequestrada.