Capitulo 13

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Aquela chave e o que Enzo me contou, me abateu
tanto, que tudo que consegui fazer foi correr pra casa e me trancar no quarto. Somente eu, aquela chave e um milhão de pensamentos.
Foi nesse instante que meu celular tocou me tirando a concentração, ao olhar a tela vi que era Henrique.
- Alô? - Atendi normalmente. Resolvi que até descobrir pra que servia aquela chave eu não o colocaria contra a parede exigindo explicações.
- Oi minha princesa! - Pelo tom da sua voz dava para ver que estava muito feliz e era impossível não se contagiar - Adivinha onde eu estou agora?
- Não faço a menor idéia! - Eu ri - Onde?
- Por que não abre a janela do seu quarto?
Caminhei até a janela e a abri, me deparando com um coração enorme montado com rosas no meu jardim. Levei a mão a boca e meus olhos se encheram d'água. Henrique estava sentado no capô de sua caminhonete,  estacionada de frente da minha casa e segurava uma garrafa de champanhe nas mãos.
- Posso saber o que significa tudo isso? - Perguntei emocionada falando com Henrique pelo celular sem tirar os olhos daquele sorriso de lado que eu tanto aprendi a amar.
- Isso - ele disse - é só o começo da surpresa! O que acha de passar um amanhecer comigo?
- Me dá 10 minutos! - E assim desliguei e fui me arrumar.
Aproveitei e escovei os dentes, coloquei uma roupa confortável e me perfumei.

Logo estava saindo pela porta da frente e andando em direção a Henrique, que estava boquiaberto ao me ver

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Logo estava saindo pela porta da frente e andando em direção a Henrique, que estava boquiaberto ao me ver.
- Você está linda! Quer dizer, já é linda..  Está ainda mais! - Pela primeira vez ele estava se atrapalhando todo com as palavras e eu tive que rir.
- Pra onde vamos? - Perguntei quando entramos no carro.
- Se eu te contar deixa de ser surpresa! - Por um momento ele entrelaçou seus dedos nos meus e levou até sua boca, depositando um beijo doce. Depois abriu o porta luvas, tirando uma venda e me pediu que colocasse. Agora vendada, eu só podia ouvir os sons ao meu redor, bom era o que eu pensava que pudesse ouvir. Senti Henrique me cumular e me virei pra ele.
- Você também não vai ouvir nada! - Ele riu antes de colocar fones de ouvido em mim e uma música muito barulhenta. Fiz uma careta e depois ri da situação.
A música se repetia cada vez que acabava, pelo embalar do carro, percebi que tínhamos pegado a estrada, isso significava que estávamos indo para praia. Henrique com certeza não contava com a minha experiência com viagens e minha aguçada sensação com a maneira que o carro passa sobre estradas e rodovias.
Cerca de meia hora, o carro parou, Henrique desceu e veio abrir a minha porta. Levei as mãos aos olhos e ele me impediu. Ok, ainda não devia retirar a venda.
Ele foi me guiando e como eu não conseguia ouvir sua voz por causa dos fones e da música ele dava leves batidinhas no meu joelho, quando eu devia erguer o pé para passar por algum obstáculo.
Só sei que por fim, uma brisa leve batia em meu rosto e eu tive a certeza de que estávamos na praia.
Henrique finalmente retirou os fones e eu pude ouvir o mar. E quando enfim retirou a venda, não só estávamos na praia, como estávamos a bordo de um iate maravilhoso.
- Nossa! - Era realmente de tirar o fôlego - É incrível!
- Esse é um dos menores! - Henrique estava desatando alguns nós,  que prendiam o iate no cais.
- Ele é seu? - Eu sabia que ele era rico, só não tinha idéia do tamanho da sua riqueza.
- Sim! - Ele caminhou até a parte onde ficava a direção e eu arregalei os olhos.
- Você vai pilotar? - Um sorriso surgiu em meus lábios e o coração acelerou com a adrenalina.
- Sim! - Henrique repetiu sorrindo.
Mais alguns ajustes e logo estávamos em direção a alto mar.
Me sentei na parte da frente do iate e fiquei observando ao redor, sentindo alguns respingos de água me molharem.
Olhei para Henrique e ele sorria enquanto pilotava. Me surgiu o pensamento de que aquela chave não deveria ser nada demais, e a ameaça que Enzo disse que dona Rosalina havia feito, poderia ser só uma brincadeira, ou..  Uma invenção de Enzo para me separar de Henrique, já que o mesmo era alvo do ciumes de Enzo. Resolvi que depois entregaria a chave para Henrique, mas no momento eu iria aproveitar a noite.
No horizonte, pude ver luzes e conforme íamos nos aproximando, vi que se tratava de uma casa. Casa! Aquilo era uma mansão, construída no meio de uma ilha. E se não me engano havia um homem vestido de terno esperando na areia. Ele segurava uma bandeira com.. Não conseguia ver o que havia na bandeija. Paramos no cais e caminhamos até aquele homem.
- Boa noite senhor Bragança! - O homem disse.
- Alex, sabe que pode me chamar pelo primeiro nome! - Henrique caminhava ao meu lado.
- Champanhe senhor? - o homem ofereceu e então vi que na bandeija havia duas taças.
- Não obrigado! Eu vim prevenido! - Henrique ergueu a garrafa que trazia.
- Devo pedir para Thalita preparar algo?
- O que quer comer? - Henrique se virou para mim que ainda não estava acreditando no lugar que eu estava.
- Se não se importa, quero conhecer o lugar primeiro!
Henrique riu e se virou para o homem.
- Diga a ela que faça sua especialidade! Vou levar a senhorita Camargo para conhecer a casa!
Tendo recebido a ordem, o homem partiu.
Juntos entramos na casa e era ainda mais encantadora por dentro do que já era por fora.
Tudo muito iluminado e as paredes de vidro a deixavam ainda maior. Depois de conhecer cada cantinho, fomos para a piscina, que ficava na lateral da mansão e a ela quase se juntava com o mar.
Eu estava encantada com aquele lugar, parecia ter saído de algum sonho.
- Melinda? - Quando me virei, Henrique estava de joelhos e segurava uma caixinha com um anel que deve ter custado o valor de 3 casas iguais a minha.
Perdi o fôlego e paralisei.

Um Amanhecer (Livro I - TRILOGIA FASES DO DIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora