Capitulo 15

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Henrique perdeu a voz e a cor fugiu de seu rosto. Ele apenas ficou olhando imóvel para a chave em minha mão.
- Onde...onde conseguiu isso? - Ele falou depois de minutos em silêncio.
- Não importa! Se vamos mesmo casar, não devemos manter segredos entre nós dois, não concorda? - A resposta dele influenciaria muito a minha em relação ao pedido de casamento. Sem perceber eu estava torcendo para ele, me revelar tudo e assim podermos passar o resto de nossas vidas juntos.
Henrique, me olhou no olhos e sorriu de lado, acariciou meu rosto e beijou minha testa.
- Voce tem toda razão!  - Ele respondeu e meu coração pulou de alegria - Vou te contar tudo que sei sobre essa chave e sobre o que ela guarda, isso prova o quanto eu amo você?
- Prova até mais! - Uma lagrima de felicidade escorreu de meus olhos e ele fez questão de enxugá-la.
- Eu prometo te amar até o fim dos meus dias, te fazer feliz mesmo quando tudo parecer perdido, te apoiar a cada passo, te encorajar em cada sonho, te aplaudir a cada conquista! - Henrique não desgrudava os olhos dos meus.
- Os votos devem ser feitos apenas na cerimônia seu bobo! - O beijei e ri.
- Pra você vou repetir todos os dias, só pra te fazer entender o tamanho da minha felicidade em ter você comigo!
Mais uma vez o beijei, entregando-me por completo naquele ato. Henrique sempre me respeitou e nunca tentou nada, então mantinha as mãos em meu rosto.
Parei o beijo e o olhei com um brilho nos olhos que ele pôde entender.
- Tem certeza? - Ele perguntou - Não precisamos se não quiser!
- Eu quero! Nunca tive tanta certeza como tenho agora!
Então Henrique se colocou de pé,  me pegou pela mão e fomos até seu quarto, que ficava no andar superior e com uma linda visão do mar, que agora estava bem calmo e tinha poucas ondas. Ele encostou a porta depois de entrarmos e banhados pela luz da lua, nos amamos.
Minha pele se arrepiava toda, ao sentir o leve toque de Henrique. Seus beijos percorriam o caminho que suas mãos faziam.
Deitada naquela imensa cama, fechei os olhos,  aproveitando cada sensação. Henrique tirou a roupa, ficando apenas de cueca box. Eu ja estava de calcinha e sutiã apenas.
- Você é linda! - Henrique sussurrava enquanto abria o fecho de meu sutiã e deslizava as alças por meu braço.
Eu olhei em seus olhos e o beijei. Enquanto suas mãos acariciavam meus seios, mesmo cheio de vontade e desejo, ele era muito gentil. Intenso, mais gentil.
Sua boca deslizou para meu pescoço e eu sorri satisfeita.
-Você. É. Minha. Diz. Que. Sim. - A cada beijo em meu corpo ele pronunciava uma palavra.
Sua boca chegou aos meus seios e ele levemente o mordeu, eu apertava o lençol da cama e mordia os labios.
- Diz que sim! - Henrique repetiu e sua boca desceu mais um pouco, chegando a minha intimidade. Ele delicadamente tirou minha calcinha e foi depositando beijos, antes de colocar a língua em ação.
Um gemido alto escapou de meus lábios e eu agarrei Henrique pelos cabelos.
- Ainda não me respondeu! - Ele disse e continuou a levar-me a loucura.
- Sim! Sim! - Eu respondi ofegante - Eu me caso com você! 
Ele parou e me puxou para o seu colo.
- Eu não ouvi direito! - Ele sorria igual a uma criança.
- Eu me caso com você!  - Repeti sorrindo também.
- Eu te amo Melinda!  - E tendo dito isso, começamos a fazer amor como se fôssemos dois adolescentes loucamente apaixonados.
Depois de horas nos amando, deitei a cabeça no peito dele e Henrique ficou fazendo cafuné em mim. Estava me sentindo completa, a felicidade que existia dentro de mim era sem explicação.
- Está quase na hora! - Henrique disse olhando para o relogio na cabeceira da cama.
- De que? - Perguntei.
- Da surpresa final! Vem comigo!  - Ele se vestiu num roupão e me entregou outro que logo coloquei.
Henrique segurou em minhas mãos e me levou ate a sacada do seu quarto, me abraçou por trás no exato momento que fogos de artifícios iluminaram o céu.
- Henrique, que maravilha! - Disse encantada.
- Tudo pra você!  - Ele beijou-me a cabeça.
- Vai me deixar mal acostumada com tanta surpresa - eu me virei para ele e ri.
- Então que seja! - Assim me beijou, fechando nosso amanhecer com chave de ouro.
Quando os fogos acabaram, voltamos para o quarto e fomos tomar um banho de banheira. Depois nos vestimos e ele olhou em meus olhos na porta de entrada da mansão.
- Agora como prometido, vou te levar para te mostrar o que essa chave abre!
E assim partimos de iate, até o cais onde ele tinha deixado o carro. Quanto mais nos aproximávamos da cidade, mais parecia que aquele amanhecer juntos havia sido um sonho. Mal percebi que haviamos parado e quando olhei, estavamos de frente a biblioteca.
- O que estamos fazendo aqui? - Perguntei descendo do carro.
- Você não queria saber sobre a chave? - Ele me deu a mão e caminhamos até a porta da frente da biblioteca.
Henrique a abriu com uma cópia da chave que ele tinha e depois de entramos, fomos nos direcionando para os fundos da biblioteca. Conforme nos aproximamos, meu coraçao ia apertando e parei, levando a mão aos joelhos, estava tonta.
- Tudo bem? Se quiser vamos embora! - Henrique se pôs ao meu lado preocupado.
- Não!  Ja estamos aqui - eu me endireitei - vamos até o fim!
Henrique pegou minha mão e entramos numa pequena sala que ficava nos fundos da biblioteca. Nesta sala havia um sofá e uma estante com varios livros, nada que precisasse de uma chave para abrir. Até que Henrique empurrou a estante de lado, revelando uma porta.
Antes de abrir ele se virou para mim.
- Antes de abrir, quero te dizer que o quem tem atras dessa porta é muito importante para mim! - Henrique falou e seu rosto revelou uma expressão de dor e então ele esticou a mão.
Enfiei a mão no bolso e lhe entreguei a chave,  ele a pegou, respirou fundo e abriu a porta.
Me aproximei para olhar o seu interior e o que ela guardava, e quando meus olhos viram o que estava bem na minha frente, eu não pude acreditar, levei a mão a boca e meus olhos se encheram de lágrimas.

Um Amanhecer (Livro I - TRILOGIA FASES DO DIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora