Capitulo 18

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Já fazia 1 semana que estávamos dividindo uma pequena casinha que aluguei próximo a um lindo rio com cachoeira e próximo a uma praia paradisíaca. A cidade era bem bacana e logo que chegamos aqui, eu havia conseguido um emprego numa empresa de marketing e propaganda. O salário não era lá grande coisa, mais mantinha a mim, e a Lorena e a pequena Ana.
Hoje era meu dia de folga e eu havia encerrado uma vídeo chamada com a minha mãe quando Lorena entrou no meu quarto.
- Como está se sentindo? - Perguntei dando um tapinha na cama, pedindo que ela se sentasse.
- Tá difícil andar com esse barrigão e os pés inchados! Mais,  isso - ela falava de toda ajuda que eu a tinha dado até agora - Não sabe como me deixa feliz!
- Eu que fico imensamente feliz em ajudar! - Beijei a testa dela.
Naqueles poucos dias que convivemos juntas, nos tornamos grandes amigas e eternas confidentes.
- O dia está lindo! Que tal levarmos a Aninha para a praia? - Perguntei vendo o sol atravessar a pequena janela.
- Ela vai amar!
Então fomos nos arrumar e separar algumas guloseimas para comermos. Quando cheguei no quarto de Lorena a vi segurando uma roupa de tule, dessas que as grávidas usam para serem fotografadas.
- Que lindo! - Falei me aproximando.
- Eu comprei quando descobri que estava grávida, mais nunca cheguei a usar!
- Então vai colocar já!  Vou tirar uma foto sua com ele!
Vi a animação em seus olhos, e Lorena foi se trocar. Enquanto esperava, ajudei a Ana a amarrar seu biquíni e prender seu cabelo num rabo de cavalo.
Lorena voltou meio envergonhada.
- Como ficou? - Ela perguntou.
- Você está mais linda que todas as princesas das historinhas mamãe! - Ana falou pulando de alegria.
- Concordo com ela! - Eu ri, peguei meu celular e tirei uma foto, mostrando a ela o resultado.

- Concordo com ela! - Eu ri, peguei meu celular e tirei uma foto, mostrando a ela o resultado

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- Minha mamãe é a mulher mais linda do mundo! - Ana batia palminha.
Todas rimos e então partimos para a praia. O sol estava um tanto forte, então usamos e abusamos do protetor solar.
Ana já construía seu terceiro castelo de areia, quando Lorena a chamou para comer.
Eu comia um sanduíche de frango enquanto Lorena dividia uma salada de frutas com Ana, que estava conversando com seu irmãozinho dentro da barriga da mãe dela.
- Que amor esses dois! - Falei apontando para Ana.
- São a razão do meu viver! - Lorena respondeu com um sorriso enorme no rosto - Mas, e você Melinda?  Não pensa em ter filhos?
Por um segundo Henrique me veio a cabeça e minha expressão entregou a tristeza que senti.
- Ah, desculpe! Não quis te magoar, me perdoa! - Lorena esticou a mão e segurou a minha.
- Tudo bem, eu..  - Fui interrompida pelo som do meu celular tocando, ao olhar a tela o nome de Henrique apareceu e eu tive que piscar várias e várias vezes para ter certeza do que meus olhos estavam vendo.
Recusei a chamada, mas logo ele ligou novamente. E a cada vez que eu recusava, ele retornava a ligação. Percebi que o jeito seria atender.
- Alô? - Respondi e minha voz quase falou.
- Melinda! - Ouvir a voz dele depois de tanto tempo quase me causou uma parada cardíaca, todo aquele amor que eu pensei ter ido embora, veio a tona e então me dei conta de que estava apenas adormecido.
- Oi Henrique! O que você quer? - Tentei soar indiferente.
- É o nosso pai.. - Ele parou e vi que estava chorando.
- O que aconteceu? - Levei a mão ao coração já pressentindo o pior.
- Ele... Ele faleceu Melinda! - Henrique falou e nesse momento eu caí na areia da praia desmaiada. Meu pai havia cometido diversos crimes horrendos? Sim! Mais nem mesmo a pior pessoa do mundo merecia morrer. Não tive tempo de conhecer o lado bom, que Henrique dissera que ele tinha. Não tive tempo de me despedir. Não tive tempo de compensar todos os anos que ele havia perdido de meu crescimento. Agora, ele se fora.
Abri os olhos e me vi deitada numa maca, estava sozinha na sala. Minha cabeça latejava e meu braço ardia com uma agulha lançando soro em minhas veias.
Apertei o botão que chamava uma enfermeira e logo ela apareceu.
- Acordou senhorita Camargo! - Ela verificou minha pulsação - Como está se sentindo?
- Onde estou? Cadê a Lorena? E a Ana? - Perguntei tentando me sentar, mais a enfermeira me segurou.
- Descanse! Você está num hospital do centro, sua amiga nos ligou quando você desmaiou na praia! Devia se poupar de emoções fortes, pelo bem do bebê! - Ela anotava algo numa prancheta.
- Eu sei, não queria fazer Lorena passar mal preocupada comigo!
- Não, não..  - Ela me interrompeu - O bebê em questão aqui é o seu!
- O que? - E pelo monitor cardíaco deu para reparar que meus batimentos dispararam.
- A senhora não sabia que estava grávida? - Perguntou a enfermeira se aproximando de mim.
Balancei a cabeça negativamente e levei a mão a barriga. Será que meu sofrimento não terá fim? Agora o que eu faria grávida do meu próprio irmão?

Um Amanhecer (Livro I - TRILOGIA FASES DO DIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora