Capitulo 25

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Depois do pequeno imprevisto com Fernando e de ter conseguido encontrar um vestido, Henrique me levou para casa.
Tudo que eu precisava agora era um banho e um café bem aromatizado, que inebriasse meus sentidos e me preparasse para o que estava planejando fazer.
- Eu vou ter que resolver umas coisas, te vejo mais tarde? - Henrique digitava algo no celular e não pude ver do que se tratava.
- Na verdade, estava pensando em tomar um banho e descansar - Menti - O dia foi longo!
- Claro! Então até amanhã! - Ele me beijou docemente e queria que o mundo parasse naquele momento, só eu e ele.
Nos despedimos e eu entrei em casa, olhei para as horas e vi que conseguiria chegar a tempo para o último horário de visitas na prisão. Corri até o banheiro, tomei um belo banho e me troquei. Como estava com pressa, vesti a primeira roupa que encontrei.

Desci até a cozinha e encontrei minha mãe, Lorena segurando o pequeno Murilo e Ana

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Desci até a cozinha e encontrei minha mãe, Lorena segurando o pequeno Murilo e Ana.
- Oi família! - Disse dando um beijo na cabeça de cada um.
- Onde vai uma hora dessa? - Minha mãe perguntou me olhando dos pés à cabeça.
- No shopping! Me esqueci de comprar um sapato para o casamento da Lu! - Me servi de um copo de café.
- Que idéia ótima! A noite está tão agradável, porque não vamos todos juntos? - Ela sugeriu.
- Eu queria poder esperar vocês, mais tenho hora marcada no médico, para saber como anda a gravidez! Beijo, beijo! - Dei um pequeno gole no café e sai porta a fora, antes que eu acabasse me enrolando e percebessem a mentira.
Liguei para um táxi e logo estava descendo em frente ao presídio da cidade. Entrei e fiquei aguardando, para informar meu nome e o nome do detento que tinha vindo visitar.
Olhei ao redor e vi algumas mulheres jovens esperando também. Será que vieram visitar os pais? Ou os maridos? Não consigo imaginar como deve ser difícil essa vida.
Logo chegou minha vez de preencher a ficha, e quando falei o nome de Enzo, a policial que ficava na recepção arregalou os olhos.
- Qual seu parentesco com o detento? - Ela me perguntou e se aproximou mais para que ninguém ouvisse nossa conversa.
- Eu sou apenas uma amiga! - E então a policial me chamou para uma sala reservada ao lado - Pode me explicar o que está acontecendo?
- Quando foi a última vez que teve contato com ele? - Ela encostou a porta.
- No dia que o prenderam, no quintal da minha casa! - Aquelas perguntas estavam me deixando nervosa - Porque?
- Ele fugiu, senhorita! - Naquele momento parece que o ar sumiu e meu coração parou de bater. Fiquei em choque com o que ouvi.
- Como....? - Nem fui capaz de concluir a frase.
- Alguns amigos dele, cercaram o carro da polícia armados e mataram os policiais! - Um policial sempre deve manter a postura firme, mais quando ela falou sobre a morte dos policiais, sua voz falhou e então vi que eram seus amigos - Mas não se preocupe, temos todos nossos melhores homens na busca por Enzo! Se caso vê-lo, ou ele entrar em contato, nos acione imediatamente.
Deixei o presídio amedrontada. Primeiro o quase estupro, depois tentou matar Henrique e agora o assassinato de dois policiais. A ficha criminal dele só estava aumentando, o que tinha acontecido com meu amigo? Ele não se parecia ou se comportava da maneira que eu o conheci. Ele não era aquele monstro.
- Perdida? - Um carro parou do meu lado e o motorista abaixou o vidro. Vi que se tratava de Fernando e não sei porque eu simplesmente desabei em chorar. Rapidamente ele desceu do carro e veio até mim - Ei, o que houve?
- Eu só quero ir pra casa! - Respondi chorosa.
- Eu te levo! Consegue me indicar o caminho? - Perguntou Fernando abrindo a porta do carona para mim.
Balancei a cabeça positivamente, ainda chorando e tremendo muito.
Antes que Fernando desse a volta e tomasse seu lugar atrás do volante, recebi uma mensagem no celular de um número desconhecido. Na mensagem, mostrava uma foto tirada de Fernando me abraçando na calçada, havia sido acabada de tirar. Olhei ao redor com ainda mais medo. Meu celular apitou e mais uma mensagem chegou.

" Seu namoradinho sabe que está sendo trocado pelo seu chefe? "

Fernando entrou no carro e quando viu minha expressão assustada e meu rosto pálido, ficou preocupado.
- Melinda,  que foi? - Ele perguntou e seguiu meu olhar olhando ao redor.
- Tem alguém me seguindo! - Falei procurando por alguém por perto ou algum carro.
- Não vejo ninguém! - Fernando por precaução travou as portas.
Mais uma vez meu celular apitou, desta vez trazendo outra foto. Na imagem, aparecia minha mãe, lavando a louça. A foto foi tirada do lado de fora da minha casa.
Entrei em pânico.
- Ele está na minha casa! Temos que ir pra lá agora! - Passei o endereço a Fernando e com a mão trêmula liguei para a polícia, avisando sobre as estranhas mensagens que recebi, logo me informaram que uma viatura estava sendo deslocada até minha casa.
Meu celular tocou e eu atendi logo no primeiro toque.
- Não a machuque! - Implorei.
- Melinda? - Henrique estava do outro lado da linha - O que foi?
- Enzo fugiu antes de pudesse ser preso! E agora estou recebendo fotos estranhas - Eu só chorava - Acho que ele está na minha casa!
- Já estamos chegando, fica calma! - Fernando disse tentando me tranquilizar.
- De quem é essa voz? - Henrique perguntou.
- É o meu chefe! Encontrei com ele quando estava saindo do presídio e...
- Não sei que diabos você foi fazer sozinha nesse lugar - Henrique me interrompeu alterado - E por que não me ligou ao invés de pegar carona com seu chefe?
- Henrique, não estou com cabeça pra discussão agora!
Tudo que vi foi um farol alto, uma buzina ecoou e uma fresada brusca. Depois tudo escureceu.

Um Amanhecer (Livro I - TRILOGIA FASES DO DIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora