Depois de ver minha mãe sumir naquele iate, mar adentro com Bruno, eu perdi o chão. Não sabia o que eu devia fazer dali pra frente, não sabia o que dizer a Daniel, que imóvel estava ali olhando o horizonte, talvez na esperança de tudo não passar de uma brincadeira e minha mãe voltar rindo de nossas caras. No fundo eu também tinha aquela esperança, pois se ela realmente fugiu, pra mim não me restou muitas opções. O que eu faria com todos aqueles convidados que estavam na festa, esperando pelos noivos? O que eu diria? Afinal, não poderia dizer-lhes simplesmente "A noiva fugiu com outro!". Eu teria de bolar um plano e bem rápido. Olhei para Henrique e pedi que ele levasse sem que ninguém visse, Daniel para mansão e o mantesse lá. Não me testou alternativa a não ser mentir, dizer que os noivos já haviam partido para a lua de mel e que a festa portanto estava encerrada. Agradeci sorridente a presença de todos e quando perguntada sobre Henrique, disse que ele havia sentido dores na perna e foi se deitar. Aos poucos os convidados foram indo embora, até sobrar apenas eu e toda aquela bagunça.
Caminhei lentamente por entre as mesas recolhendo as taças e então me aproximei da mesa de som, o liguei baixinho e começou a tocar a música que minha mãe costumava dançar comigo quando eu era pequena, e me lembro bem dela dizer que foi a música que tocava quando ela conheceu o grande amor da vida dela. Naquele tempo eu sorria alegre, imaginando ser de meu pai que ela estava falando, mas vi que não. Aquele tempo todo, ela falava de Bruno. Desabei na cadeira do Dj, que a poucos minutos já havia ido embora, enchi uma taça de whisky e antes que eu colocasse na boca, uma mão a tomou de mim.
- Você não pode beber isso! - Daniel me olhava e antes de virar a taça na boca falou - Você está amamentando lembra?
Eu não me contive e chorando o abracei, como eu me sentia culpada por tudo aquilo. Afinal foi que eu empurrei minha mãe diversas vezes para Daniel.
- Eu sinto muito, sinto muito! - Repetia para ele enquanto rios de lágrimas escorriam de meus olhos.
- Você não teve culpa de nada, minha filha! - E tendo ouvido isso, o olhei espantada.
- Ainda me considera sua filha? - Perguntei sentindo pela primeira vez todo amor paternal que eu nunca havia recebido.
- E vou considerar para sempre! - Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha - Posso não ser seu pai de verdade, mas... - Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma caixinha, quando a abriu vi um colar lindo com um pequeno coração pendurado - Aceita ser minha filha pra sempre?
Se eu já chorava, depois desse pedido chorei ainda mais e acenei positivamente com a cabeça. Daniel tirou o colar da caixinha e o colocou no meu pescoço.
- Eu ia fazer esse pedido antes de eu e sua mãe partimos para a lua de mel, mas essa oportunidade não chegou! - Mesmo com tudo que aconteceu Daniel não parecia nem um pouco triste. Dentro dele havia muita força e isso eu admirava nele - Que tal uma dança com seu pai?
Eu sorri para ele e juntos fomos até a pista de dança, e ao som da suave melodia que tocava baixinho, dançamos. Encostei minha cabeça em seu peito, fechei o olhos e pedi a Deus que realizasse todo e qualquer sonho que aquele homem tivesse, que o ajudasse a passar por aquele momento complicado. Pois Daniel esteve presente em tão pouco tempo em minha vida, mas já havia despertado em mim um amor entre pai e filha, que eu jamais pensei ter um dia.
- É melhor eu ir! - Daniel falou assim que a música acabou.
- Não! - Percebi que havia respondido um tanto rápido demais e fiquei vermelha de vergonha - Quer dizer, se não for pedir demais.. Fique aqui com a gente! Eu.. Eu posso ter atingido a idade adulta, ser mãe e logo uma mulher casada.. Mas minha mãe sempre foi uma base pra mim sabe, é agora ela não está aqui, e...
- Eu fico! - Daniel me interrompeu e me abraçou carinhosamente - Bom, então vou subir e tomar um banho!
- A casa é sua! - Sorri e o vi entrar na mansão enquanto decidi permanecer mais alguns minutos ali fora olhando o mar. A rota de fuga que minha mãe havia traçado, escolhendo um futuro incerto, deixando para trás todos nós, sem nem ao menos considerar.
- Meu amor! - Henrique se aproximou e se sentou ao meu lado - Como você está?
- Eu vou ficar bem! - Deitei a cabeça em seu ombro e fiquei segurando o colar que ganhara de meu pai, sim, era assim que eu o chamaria agora.
- Foi lindo a atitude de Daniel! - Henrique falou e quando o olhei ele sorriu de lado.
- Você viu? - Perguntei já sabendo a resposta.
- Sim! Estava na varanda do quarto - Ele entrelaçou seus dedos ao meus - Não quis atrapalhar! Preferi dar um tempo para você e seu novo pai!
Eu sorri e o beijei. Naquele beijo Henrique sentiu a necessidade que eu tinha do apoio e carinho dele naquele momento, então pegou em minhas mãos e me levou para o nosso quarto e assim que entramos ele trancou a porta.
Nada dissemos um ao outro, afinal já tínhamos a plena consciência do desejo que sentíamos e da necessidade de se desligar um pouco do mundo. Caminhamos até a cama, nos deitamos e lentamente nos beijamos, um beijo calmo. Senti as mãos de Henrique percorrer minhas costas e deslizar junto com o zíper de meu vestido, logo estava apenas de calcinha. Ele ficou me admirando e sorrindo. Então tirou seu blazer, camisa e gravata, ao pegar no botão da calça eu o impedi. Eu queria fazer aquilo, então Henrique se deitou na cama e ficou me observando terminar de despí-lo.
Depois de livrar ele da calça e cueca, subi com meus lábios pelo lado interior de sua coxa, sendo inebriada pelo seu perfume próprio, que exalava de seu corpo. Aquilo me deixava louca, continuei subindo chegando em sua intimidade e quando o apertei com minha mão, vi Henrique gemer e fechar os olhos. Fiquei acariciando seu membro que já estava ereto, e quando sentia que ele ia chegar no auge, eu diminuía o ritmo e sorria.
- Você acaba comigo desse jeito! - Ele sussurrou rindo.
Tendo ouvido isso, levei seu membro a boca e comecei um delicioso vai e vem enquanto girava a língua pela cabeça. Não demorou muito e Henrique anunciou que ia gozar, sendo assim aumentei a velocidade, mas ele sentou e me empurrou delicadamente.
- Não! Vamos gozar juntos! - E então ele me puxou de 4 para a beirada da cama, onde ele ficou atrás de mim de pé. Deslizando a ponta dos dedos sobre minha pele enquanto tirava minha calcinha, ele sorria e entao com força me penetrou, me fazendo gozar logo de primeira.
Como ele também estava se segurando, foi preciso apenas mais algumas estocadas para que gozasse e ver ele gozar me fez gozar junto.
Depois disso, ainda nos enroscamos um ao outro mais algumas vezes, para que depois caíssemos cansados na cama.
- Eu te amo! - Henrique sussurrou antes que eu pegasse num sono profundo e satisfeito.
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Um Amanhecer (Livro I - TRILOGIA FASES DO DIA)
RomanceMelinda era uma garota de poucos amigos, embora levasse consigo a certeza de que tinha ao seu lado somente os verdadeiros amigos.. Sempre muito esforçada, corria atrás dos seus sonhos, jamais esquecendo de ser gentil e nunca perder a fé.. Já que ess...