Último Adeus II

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Pov Christian

Ana dormiu por cerca de três horas, fiquei ali velando seu sono, até Carla e Ray chegarem me pediram desculpas pela demora, pois precisaram tomar um bom banho e fazer uma boa refeição na medida do possível, eu disse a eles que não tinha problema algum, e que eu ia dar um pulo em casa rapidamente para tomar um banho trocar de roupa e comer algo e logo eu estaria de volta pois Anastasia me pediu para acompanha-la, assim como Kate e Eliott que já estavam cientes do pedido de Ana.
Cheguei em casa arrasado meus pais também já estavam por lá se arrumando para o velório e funeral do Edgar, claro que eu nunca, jamais em toda minha vida pensei que ele tão jovem fosse morrer dessa forma tão trágica. Assim que entro em casa mamãe está sentada no sofá da sala cochilando sua cabeça apoiada no encosto do sofá, sua aparência também não está nada boa ela está cansada, afinal passar a noite em claro não é nada fácil, pra mim já foi difícil me manter em alerta - mas por Ana tudo vale a pena - minha consciência chama minha atenção. Tento passar pela sala em no mais profundo silêncio para não despertar mamãe afinal ela só terá esses minutos de descanso até que tudo isso acabe.
- Christian - diz assim que me vê ao pé da escada - Ah filho você tá aí, nem te vi entrar - desculpa-se.
- Oi mãe - me viro pra ela, ao ouvir sua voz, antes que eu pisasse no primeiro degrau da escada - Como a senhora está?
- Tentando me recuperar de tudo isso - suspira e me olha bem dentro dos meus olhos - Ana vai precisar de todos nós - afirma eu concordo com um aceno de cabeça, indo de encontro a ela no sofá me sento ao seu lado.
- Sim mãe e eu vou estar aqui para ela.
- E você Christian como está meu filho?
- Eu estou... Estou desolado mãe me dói demais vê a Anastasia passando por tudo isso sabe - desabafo.
- Eu posso imaginar meu filho - acaricia meu rosto, alisando minha barba já por fazer - da pra ver no seus olhos que você está abatido com tudo isso.
- Se fosse em outras circunstâncias eu até poderia ficar feliz com isso - mamãe me olha com reprovação - Mas não tudo que consigo sentir é uma imensa tristeza - seu olhar muda de reprovação para um olhar terno e ganho um abraço - Sabe mãe poderia ser qualquer um de nós ali, eu Eliott ou Mia em uma situação dessas.
- Christian por isso que eu te amo filho você tem um coração de ouro - chora um pouco emocionada e eu acabo deixando as lágrimas banhar o meu rosto nesse abraço tão apertado da minha mãe, a primeira mulher que eu amei incondicionalmente.
- Eu estou triste pela Ana, por essa criança que vai chegar sem conhecer o pai, pelos pais do Edgar que nunca mais verão seu filho - digo fungando no pescoço da minha mãe, em outra ocasião soaria meio gay, mas não posso controlar minha empatia por essas pessoas.
- Eu sei disso filho - mamãe desfaz do nosso abraço e mais uma vez me faz um carinho tão bom. Que só tenho a agradecer por ainda estar aqui com as pessoas que eu amo - Não consigo nem dimensionar o tamanho da dor de Smith e Sarah, é uma dor sem tamanho. Ana é jovem vai sofrer, contudo vai conseguir contornar isso é voltar a viver. Mas para Smith e Sarah a perda é irreparável - mamãe conclui.

Depois da minha breve conversa com mamãe subo para o meu quarto, tomo um banho bem quente para relaxar todo o meu corpo que fisiologicamente pede por uma cama bem quentinha, só que essa não é uma possibilidade agora já que Anastasia precisa de mim.
O pior de tudo isso é esse bando de desocupados da mídia que vão cair matando em cima da Ana e de sua família eles não respeitam nada nem ninguém.
Levo cerca de uma hora até ficar pronto desço como alguma coisa que Gail preparou, mesmo com todo meu dinheiro eu nunca quis ficar longe da casa dos meus pais, aqui é o meu refúgio já que praticamente estava condenado a viver sozinho, eu tinha decidido que se eu não ia ter Anastasia para mim não ia te espaço para outra mulher na minha vida, meu amor por ela vai além de mim mesmo.
- Filho estamos prontos para ir - papai avisa assim que me vê mechendo no meu celular sentado na bancada da cozinha.
- Ok pai eu também estou pronto - me aproximo para o abraçar geralmente não sou tão emotivo mais hoje é um dia extremamente atípico, me liberando papai me dá um tapinha entre minha mandíbula orelha - Posso pegar uma carona com vocês?
- Claro, nos te deixamos no hospital, sua mãe disse que Anastasia pediu para você, seu irmão e Kate a acompanharem, eu e sua mãe vamos direto para o local para ajudar a receber o corpo do Edgar - papai me explica enquanto saímos da cozinha em direção a sala onde mamãe nos aguarda.
- Certo pai, sabe me dizer se Eliott já está lá?
- Sim acabei de falar com ele, ele é a Kate já estão no hospital - papai responde já inrompendo para fora rumo a garagem para entrarmos em seu carro.
Entramos em seu carro nos acomodamos, meu pai inicia a viagem até o hospital vamos todos em silêncio durante todo o trajeto, o dia aqui é Seattle está mais cinza que o habitual como se até a natureza soubesse que uma vida se perdeu.
Ao chegar ao hospital me despeço dos meus pais, entro rumo a ala onde Ana estava internada. Assim que chego avisto Ray e meu irmão Eliott.
- Olá - comprimento a ambos - Como ela está?
- Oi mano - Eliott responde.
- Oi Christian, ela está muito abalada, entretanto não quer abrir mão de se despedir do marido - Ray me explica com sua expressão preocupada e continua depois de uma breve lufada de ar e tinha um ótimo genro, entendo a dor do homem.
- O médico já a liberou? - faço outra pergunta dessa vez meu irmão toma a frente e responde.
- Então Chris, Flynn achou melhor sedar Anastasia um pouco para a não ficar muito nervosa e também não prejudicar o bebê - fala passando a mão pelo queixo preocupado com a amiga.
Noto a ausência de Kate - E a Kate cadê?
- Esta lá no quarto com Carla para ajudar a Ana a se arrumar, já providenciamos também uma cadeira de rodas para ela não precisar se esforçar muito.
- Certo bem pensado - concordo.

Ficamos os três em silêncio até não sei quanto tempo, esperando que Anastasia esteja pronta para irmos para seu último adeus ao Edgar.

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