25 - A chance

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— Quando ele disse aquelas palavras, eu entendi, mas fingi não ter sido comigo, não quero magoa-lo.
Então, você vai pra casa de alguém nas férias? Perguntei cortando o assunto. Ele me olhou sem entender o que aquela pergunta tinha de comum com o que ele acabou de sugerir.

— Ele me olhou novamente e voltou a olhar pra frente,  à caminho da biblioteca, passamos pela porta e saimos para o jardim da universidade. Olhei ao redor e percebi que Jessy e Bren não estavam ali, eu poderia conversar sem que uma briga acontecesse.

— Acho que nós deveríamos passar as férias juntos. Tipo uma viagem com nosso grupinho de amigos, que tal? — Sugeriu ele.

— Acho que vou ficar estudando. —  Demonstrei desinteresse.

—  E porquê ? Todos devem se divertir nas férias é por isso que se chamam férias.

— Eu sei Sammy, eu só não quero ter que ficar evitando os lugares pra não brigar com a Jessy, como estou fazendo agora. E não quero ter que viajar pra conhecer ninguém novo.

—  Parece que você não prestou atenção no que te falei. — Disse tristonho. E era disso que tinha medo, de magoar meu amigo.

— Eu ouvi, só não me acho preparada.

— E como vai saber se não tentar? Perguntou Sammy cheio de esperança.

— E quem seria o meu alvo? Perguntei sorrindo tentando fazer aquilo tudo não ficar pior do que já estava.

— Acho que se olhar bem ao seu redor, vai descobrir que alguém te amou desde o primeiro momento em que te viu.

— Ao ouvir as suas palavras enquanto seus olhos me encaravam, eu senti o frio tomar conta do meu corpo. Eu não quero magoar ninguém juro! E não quero que seja o primeiro que farei isso, mas a cada palavra que ele falava, eu sentia que não tinha escolha.

— Em vez de me afastar, fiquei parada olhando fixamente aqueles olhos negros como a noite, tão cheios de desejos como o olhar penetrante do meu Justin, que já não é meu. Não me afastei, permaneci ali parada e quando percebi já era tarde de mais.

— Seus lábios tocaram os meus com suavidade, a calma de seu beijo era igual a sua personalidade. Levemente ele tocou mais uma vez os meus lábios, e é quente assim como seu corpo, agora tão próximo ao meu.

— Ele abriu de leve o espaço entre seus lábios e tocou a minha língua com suavidade. Assim que correspondi o seu beijo com seus movimentos, ele intensificou o beijo permitindo que explorasse minha língua na sua. Aquilo foi ficando bom e eu estava gostando, quando senti ele se afastar bruscamente de mim.
Parecia que alguém havia arrancado ele de mim. E eu estava certa.

— O que é isso ? Está louco! Solta ele. — Gritei!

— Quem você pensa que é pra tocar nela. — Gritava Justin socando Sammy.

— Para com isso! Ele me olhou mas não o soltou. Agarrado ao colarinho da camisa social azul marinho que Sammy vestia, Justin cuspia todos os tipos de palavrões, bateu mais uma vez em Sammy e parecia que não ia parar.

— Eu odeio você! —  Gritei. O meu grito fez ele parar no mesmo instante e vir na minha direção soltando Sammy no chão. Ele caiu com o rosto machucado dos socos, e a culpa era toda minha.

— É isso? Perguntou Justin me encarando com seus olhos cor de mel, que antes eram tão suaves e chegavam ser doces de ternura. Agora fervia de raiva.

— Quem você pensa que é pra bater em qualquer um que se aproximar de mim? Não pensou que eu o beijei? Vai me bater agora? Ele me olhou triste sem dizer uma palavra.
Ficamos ali nos encarando quando Jessy e Brenda chegaram mandando os curiosos circularem.

—  Está bem o circo terminou, vocês não tem aula não? Procurem o que fazer. — Disse Jessy tentando talvez livrar o irmão de um escândalo.

— Me abaixei pra ver Sammy que estava sentado tentando com o lenço limpar o sangue em seu rosto. Vamos pra enfermaria, eu te ajudo.

— Tudo bem Jullie, vai com seu dono, eu sei o caminho. — Disse ele.

— Não vou deixar você, somos amigos e a culpa é minha. Deixa eu te ajudar.

— Já ajudou.  —  Disse frio.

— É Jullie deixa ele, a gente tem que conversar.

— Cala boca seu estúpido, eu não tenho nada pra falar com você. Me deixa em paz!

— Nossa quanta frieza com alguém que acabou de te livrar desse merdinha. E que tanto fez e faz por você. Eu só quis mostrar a ele que você me ama.  — Disse Justin, colocando diante de todos o fato de ter me ajudado a chegar até aqui, fazia dele meu dono.

— Ignorei as suas palavras e segurei no braço de Sammy. Não, não me mande embora.  —  Disse olhando seu rosto tão bonito agora todo machucado.

— Jullie! Aonde pensa que vai com esse cara?

— Vou pra bem longe de você acredite.  Segui até a enfermaria da universidade com todos os olhares me seguindo por onde Sammy e eu passávamos. E tudo isso graça ao idiota do Justin Bieber, eu agora estou marcada.

— Pode ir, eu me viro. Não quero que sobre pra você.

— Justin jamais bateria em mim. Ele ficou louco por ver que pode me perder. 

— Será? Jullie é sério eu estou bem, o meu rosto vai ficar legal, daqui uns dias, não se preocupe com isso.

— Eu sinto muito! Eu não queria machucar você...

— Não me machucou. — Disse sério. Mas eu sabia que não era verdade e que algum sofrimento havia causado a ele.

— Eu estava me sentindo tão mal que sem pensar duas vezes o beijei levemente nos lábios machucados, tentando aliviar sua dor. Olhei pra ele e percebi que havia feito merda. Pois ele entenderia que também o desejo da mesma forma que ele me deseja.

— Fica comigo Jullie, me dá uma chance.  — Implorou.

— Eu queria que ele me amasse como amiga, mas aquela súplica só me mostrava que eu estava ferrada.  E não posso aceitar o amor de alguém só para a felicidade dele, se eu amo outro homem.

— Eu sou completamente apaixonado por você. E só quero uma chance.

— Eu não queria, juro! Devia ter outro jeito mas não tinha, eu iria machuca-lo mais ainda. Sammy sinto muito! Eu amo o Justin.  — Ele me olhou confuso pelo beijo dado, antes do não.

— Mas você me beijou! Eu pensei... Que droga Jullie, pena é a última coisa que quero de você.  — Disse ele. E ali eu feri pela primeira vez o coração de alguém especial. Quando tudo que ele queria era uma chance que eu não posso dá.

— Ele me olhou tão destruído que eu não poderia mais ficar ali naquela enfermaria, causando dor a ele. Levantei da cadeira de espera ao lado da porta da sala de enfermagem, e sai sem saber se no dia seguinte, eu ainda teria a chance de ser apenas a sua amiga do curso de medicina.


50 Tons de BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora