50 Tons de Bieber

23 - O começo

Uma semana depois...

- Acorda ou vamos todas nos atrasar para nosso primeiro dia de aula.  — Gritei, tentando arrancar as Kat's da cama.

- Calma! Está cedo ainda.  — Reclamou Kaytlin.

- Fiquem aí, eu não me importo de ir sozinha. O café está pronto, eu não posso me atrasar.

- Vai sozinha? Você é estranha.  — Disse Lís. Primeiro não quis ir a festa de ontem, e agora vai sozinha.

- É a um quarteirão, o que pode acontecer ?

- Nada. Mas eu vou com você.

- Nem faz o mesmo curso que eu. Vou ver se Jessy está pronta.  Sai ignorando o que Lís falava, apenas peguei minha bolsa, celular e as chaves de casa e diante da porta dos meus vizinhos toquei a campanhia.

- Bom dia! Pronta para o seu primeiro dia de aula? Perguntou Justin me tirando totalmente o meu foco, o fôlego e o sossego.

- Desculpas, eu não sabia que você estava aqui.  Eu não conseguia tirar os olhos daquele homem de calça de moletom cinza, baixa na linha V da virilha, deixando a mostra a falta da cueca, fazendo eu encarar os pêlos de sua intimidade, sem camisa parado na minha frente. Eu podia sentir a baba escorrendo por minha boca até o queixo.

- Tudo bem?  — Perguntou ele sem entender por que eu estou travada diante da porta.

- Jessy está ? — Gaguejei.

- Sim, ela está. Entra, eu não mordo.  — Disse ele deixando o seu lindo sorriso iluminar aquele dia sombrio de inverno.

- Já vamos, deixa eu pegar minha bolsa.  — Gritou Jessy ao me ver parada e sem graça diante da porta.

- Você ainda está assim? Falou que me levaria. Está esperando o que, põe logo uma roupa.  — Ordenou, minha melhor amiga para o irmão mais velho.

- Deixa eu vou a pé.  — Tentei fugir daquela situação.

- Não mesmo, você vai comigo como combinamos. Somos da mesma turma, do mesmo curso e temos os mesmos horários. Qual é seu problema?

- Jessy, combinamos que iríamos cedo e caminhando pra conhecer melhor o caminho, a cidade.  — Defendi minha teoria de fuga.

- Não, hoje Justin vai nos levar e nem discuta comigo.

- Tudo bem.  — Ergui os braços desarmada, não havia mais o que argumentar, ela sempre iria vencer.

- Descemos de elevador até o térreo, onde Justin se dirigiu a garagem nos deixando sozinhas na porta do prédio.

- O que pensa que está fazendo? Ele é meu irmão e vocês são apaixonados, pare de fingir que não e em vez de recuar invista nele sua idiota.  — Disse ela quebrando o silêncio.

- Não sei do que está falando.  — Fiz de desentendida.

- Qual é Jullie? Você passou meses sem sair, mudamos de cidade pra você tentar esquecê-lo. E tudo que você faz é ficar em casa, sozinha, talvez pensando no tempo que está perdendo, deixando que um erro dele possa mudar tudo, quando o que você quer é tê-lo. Então, deixa o erro dele no passado e tenta.

- Não posso, lembra, é pra recomeçar que estou aqui.  — Rebati. A buzina nos assustou. Olhei para Jessy sorrindo e entramos no carro. Por dentro eu batia palmas para mim, e para ele que me salvou daquela conversa.

- Nervosas ? Justin tenta puxar assunto olhando pra mim.

- Eu não, sinto que nasci pronta pra medicina.  — Disse Jessy confiante.