6. I've Been Burning • ✔

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 Esse fardo pesado
Essa chama no meu peito
                     Não há nenhum seguro para pagar o dano...         
  - Sam Smith



Eram dez horas da noite e Harry ainda não havia chego, a comida estava fria, as velas já haviam se apagado e tomei a metade de uma garrafa de vinho sozinho. Desisti de minha calça apertada preta por calças de moletom e uma blusa branca que eu usava como pijama, sentado no enorme sofá cinza escuro e acochado na sala para esperar meu marido; a televisão estava ligada em algum programa culinário no qual eu não prestava um pingo de atenção, minha preocupação com Harry enchia meus pensamentos chegando a considerar telefonar para Liam mais uma vez.

Assim que peguei meu celular que estava em cima da mesa de centro a qual eu encarava com a esperança de que alguma mensagem ou ligação acendesse a tela, ouvi a porta sendo destrancada por fora, me levantei instantaneamente do sofá e fiquei aposto em frente à entrada só esperando Harry entrar; eu estava fazendo muito isso ultimamente.

─ Amor, você demorou! ─ Quando seu rosto apareceu já fui logo dizendo, ele me olhou assustado.

─ Me desculpe. ─ Pediu ainda pelo lado de fora da casa, abracei meu corpo sentindo o vento gélido. ─ As crianças estão em casa? ─ Mordeu o lábio inferior nervoso.

─ Não, elas foram para casa da minha mãe. ─ Sorri tremendo o lábio. ─ Harry, o que você faz ai fora? ─ A metade deu seu corpo estava para dentro enquanto ele segurava a porta. Seus olhos foram ao chão e voltaram para se encontrar aos meus, seus olhos vermelhos me fizeram lembrar-se da ligação que ele recebeu do hospital mais cedo. ─ O que aconteceu? Você foi ao hospital? ─ Minha voz transparecia preocupação. ─ Harry, entra logo! ─ Exclamei bravo.

Seu olhar se voltou ao chão e eu comecei a me desesperar e quando me movi para abrir a porta ele entrou por completo a fechando.

─ Amor... ─ Fungou, desfiz as mãos cruzadas em meu peito, descendo meus olhos por seu corpo preocupado, mas o que eu vi me fez desfazer a expressão preocupada.

Havia algo em sua mão direita, um bebê conforto e dentro uma pequena coisinha minúscula que se remexeu, a criança estava muito bem agasalhada por conta do frio.

─ Mas que bebê lindo! ─ Sorri calorosamente. Cheguei mais perto de meu marido que deu um passo para trás em defesa encostando a parte de trás de seu corpo na porta branca. Olhei em seus olhos não entendendo sua reação. ─ Amor... ─ Tentei de novamente ignorando sua reação. ─ De quem é? ─ Peguei-o em meus braços o bebê embrulhado por conta do frio.

─ Lou, nós precisamos conversar. ─ Estava distraído contornando meus dedos pelo pequeno nariz. ─ Lou... ─ Repetiu me fazendo olhá-lo. ─ Nós temos que conversar. ─ Assenti maravilhado com o bebê.

Eu amava crianças, sou o mais velho de seis irmãos. Gostaria de ter mais um filho pelo menos, mas o parto dos gêmeos foi complicado por conta da minha hipertensão, o médico nos disse que se eu tivesse mais um filho haveria um grande chance dele nos perder na mesa cirurgia, então decidi por parar ali nas três maravilhosas crianças que eu já tinha e se, caso eu e Harry quiséssemos mais, adotaríamos.

Meu marido chegou perto de mim para pegar a criança, o encarei sem entender o porquê de ele estar o levando embora de meus braços assim, tão rápido.

─ Eu vou pôr ele no berço de um dos gêmeos e já volto para conversarmos. ─ Concordei com um aceno vendo-o me dar as costas em direção ao andar de cima.

The Forgiveness - l.s (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora