21. I Can't Say I'm Innocent • ✔

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O que é minha mão sem o seu coração para segurar?

Não sei pelo que estou vivendo

Se estou vivendo

Sem você...

- Demi Lovato


Frieza e indiferença são o que recebo de Louis nessas últimas semanas. Percebi que ele não havia dormido direito por causa de suas olheiras fundas e seu desanimo cotidiano, eu o pegava na maioria das vezes olhando para o nada com uma expressão pensativa. Semanas atrás a mesa em que sentávamos para tomar café era regada de risos, brincadeiras, beijos e abraços. Agora, era cada um no seu canto com uma caneca de café ou dando comida para as crianças que pareciam sentir a tensão. Belle começou a fazer coisas para chamar nossa atenção, semanalmente meu marido era chamado para ir à escola dela acarretando em um castigo a mesma.

Meu marido estava sobrecarregado e todas as vezes que eu tentava o ajudar era jogado de escanteio, ele se fazia de forte e buscava não demonstrar fadiga. Eu me orgulhava dele mesmo que tivesse vontade de sacolejá-lo e dizer para parar por um momento e respirar, entretanto, não havia espaço, Louis se distanciava não me permitia.

Eu havia acabado com a felicidade de meu marido, eu presenciava sua infelicidade todos os dias.

Entrava em nosso antigo quarto de noite quanto seus soluços cessava e esperava um estante sentado no chão com a cabeça apoiada na porta, quando percebia a quietude eu entrava e via-o dormindo com rastro das lágrimas no rosto.

Destroçava-me presenciar o seu sofrimento, mas eu fazia para que tentasse pegar sua dor para mim. Queria que um simples "Me desculpe" resolvesse tudo, todavia, não resolvia.

Nunca solucionava.

Dói-me não poder beijar Louis, chegar por trás dele o agarrando pela cintura rechonchuda a qual me lembrava dos filhos que ele havia me dado, enquanto fazia o café da manhã ou quando eu fingia que não conseguia fazer o nó da gravata só para segurar-lo em meus braços olhando em seus olhos concentrados para que saísse perfeito. Desejava lembrar-me do que transcorreu naquela noite, só viam flashes em minha mente me fazendo sentir mal por saber que eu tinha realmente aquilo, não era de meu feitio. Eu não me embebedava a ponto de perder a consciência. Porra! Sou pai.

Quero minha família de volta e farei de tudo para conseguir isso.

Olhei para Anne que só remexia a panqueca sem interesse. Seu apetite havia diminuído e seu rostinho só ficava triste. Isso me machucava.

─ Anne, coma mais um pouco. ─ Pedi fazendo Louis que dava a comida para os gêmeos olhar para ela.

─ Não estou com fome, papai. ─ Suspirei, eu e Louis trocamos olhares.

─ Filha, eu e seu pai queremos conversar com você. ─ Ela olhou para Louis e assentiu. ─ Ótimo! ─ Ele levantou e depositou um beijo na cabeça dela sussurrando. ─ Coma que eu sei que é seu preferido. ─ Sorriu e voltou a comer tudo. ─ Boa menina!

─ Mama, você poderia dar um beijo no papai já que ele comeu tudo. ─ Arregalei os olhos assustado e fitei meu marido.

─ Filha, nós... ─ Fui interrompido.

─ Claro, quando se come tudo a mama fica feliz. ─ Ele relutantemente chegou perto de mim pegando em ambas as minhas bochechas e fitando meus olhos.

─ Louis, você não precisa fazer isso. ─ Sussurrei só para que ele ouvisse, mas fui ignorado.

The Forgiveness - l.s (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora