Comemoração. Parte 1.

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Thay.

Não dá pra acreditar! Quanto mais eu rezo, mais a sombração aparece! O que deu nele para vir falar comigo? E ainda por cima me chamar de desligada e burra? Só porque ele é um ator de grande sucesso, não tem o direito de tratar as pessoas assim!

Voltei bufando e andando as pressas para o hotel. Como eu pude ser tão infantil ao ignorar o que ele estava me dizendo? pensei. Desacelerando os passos fiquei repassando tudo o que aconteceu á 10 minutos atrás. Ele tem razão, eu fui errado em não pedir desculpas e assumir o meu erro. E nisso odeio admitir, fui burra em ser tão imatura. Suspirei.

Parei uma cafeteria e sentei-me numa mesa. Nem precisei ver o cardápio, pedi um chá desnatado e um cupcake. Ao colocar o meu pedido na mesa, me veio lembranças com as minhas amigas: Cristiane e Victória. Temos a mesma idade, mas só de pensar que uma delas irá se casar no ano que vem e a outra provavelmente irá ficar, me deixa de coração partido.

Peguei o celular e disquei o número da Vic, já que a Cris está trabalhando a essa hora. No terceiro toque uma voz masculina atende:

- Alô?

- Fala sorriso. - cumprimentei Gabriel com o apelido que arranjei para ele.

- Hey Thay! Tudo bem? - Gabriel é um tipo de homem que valoriza uma mulher. A Vic teve muita sorte de fazer amizade com ele no último ano do colegial e depois conseguir enlaçar para casar!

- Tudo sim. Só estou com saudades. A Vic está por aí?

- É, eu fiquei sabendo do ocorrido com você. Sinto muito. Vou chama-la!

- Obrigada. - A linha ficou ocupada por um tempo. Depois ouvi a voz da pequena e delicada - só que não -, Victória.

- Oi mozona! Pensei que nunca mais entraria em contato, só porque foi para o exterior. - fingiu sentir nojo. Dei risada e ela me acompanhou.

- Oi mozona. Claro que iria entrar em contato, é que estou no horário de almoço. - comentei.

- Você já conseguiu um emprego? - disse espantada. Sorri.

- Sim, e adivinha! Numa bi-bli-o-te-ca! - soletrei cantarolando. Afastei o celular de meu ouvido, por conta dos gritos de Vic.

- Meu Deus, dois sonhos seu está se realizando! Morar fora do Brasil e agora trabalhar numa biblioteca! - disse feliz. Eu precisava do entusiasmo dela. - Me conta amiga, como é?

- Ah, é lindo. Não tão grande, mas é sofisticado, bem visitado, e muito organizado. Tem a saga completa do Assassins' Creed. - falei. Mais um berro. Victória é uma leitora voraz também, mas prefere a pedagogia do que a literatura.

- Acho que vou fazer uma vaquinha para ir te ver. - brincou. Ouvi o Gabriel reclamar. Dei risada. - Calma, amor, eu estava brincando. Eu sei que temos muitas coisas para resolver do casamento. - disse ela para o noivo.

- Mozona, e as coisas para o casamento? - mudei de assunto.

- Ah estão indo bem, acredita. Conseguimos ver os convites, algumas coisas da decoração. - comentou. - Se lembra que eu ia ver a cor dos vestidos das daminhas?

- Sim, já decidiu? - perguntei dando a terceira garfada no meu bolo. Hm... está uma delícia.

- Rosa bebê. Pode ser com renda, sem renda, improvisado. Mas quero as minhas daminhas lindas de rosa bebê. - disse empolgada. Tenho certeza que a Cristiane terá um treco. É a quinta mudança de planos para a cor dos vestidos.

- Ótimo. Espero que você não mude de ideia, porque não está chovendo dinheiro tão fácil. - dei um toquei.

- Eu sei mozona, relaxa. Essa é a minha decisão final!

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora