O Dia Esperado.

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Aqui estou eu, deitada numa maca, com roupa hospitalar, com tubos em meus braços e boca. Pessoas com roupas azuis passavam de lá para cá, me deixando zonza. Fechei os olhos e rezei para que ela cirurgia fosse rápida. Só quero ir para casa, e pensar nas desculpas para dar a tia Jéssica e para as minhas amigas.

Logo me senti ficar leve e com sono, e lá estava eu. Totalmente inconsciente.

Abri os olhos e estava sentada numa grama bem verde. Olhei para a minha frente e havia uma árvore enorme com flores e frutas. Fiquei admirando os raios de sol bater nas plantações e dar o ar de linda beleza.

- Oi maluquinha. - disse uma voz familiar. Olhei para trás e vi Alison com uma blusa social branca e calça jeans da mesma cor. Meus olhos não derramaram lágrimas, mas estava muito emocionada em vê-lo ali.

- Alison? - sussurrei. Ele sorriu e sentou-se ao meu lado. Não tirei os meus olhos dele, enquanto o mesmo olhava para o horizonte.

- Se lembra que eu falava que a minha vida era um inferno? - perguntou olhando a árvore. Assenti. - Era mesmo. - rimos.

- Porque mentiu? Pensei que confiasse em mim. - disse chateada. Alison olhou-me com tristeza nos olhos.

- Era preciso, me senti culpado em ter me envolvido com essa gente. Mas eu precisava proteger você e os nossos irmãos. - explicou. - Sabia das consequências Thay, e paguei por elas.

- Eu sofri muito. - disse abaixando o olhar.

- Eu vi. Mas fiquei orgulhoso com a sua atitude de fazer a sua vida, e recomeçar. - falou com a voz orgulhosa. - Thay, quero que você continue batalhando pelos seus sonhos.

- Alison, é difícil... sinto a sua falta. - sussurrei.

- Sei que é difícil, e também sinto a sua falta. Mas não quero que pense na minha partida, sempre estarei aqui. - falou pegando em minha mão. Estava quente, parece que ele não estava morto.

- Não vou desistir. - confirmei.

- Essa é a minha irmã coruja. - disse sorrindo com os olhos lacrimejantes. - Não desista dos seus sonhos. Henry irá somar a sua vida.


Abri os olhos e estava num quarto diferente. As paredes eram brancas e havia uma cortina azul claro ao lado. Olhei meus braços e neles haviam agulhas e esparadrapos, em meu dedo havia uma coisa cinza parecendo um pregador verificando a minha pressão, suponho.

Não havia ninguém ao meu lado, nem mesmo Henry. Meu coração ficou chateado, mas logo lembrei do sonho que eu tive com o meu irmão. Nunca havia conversado com ele em sonhos, só o via longe de mim, mas esse foi diferente, ele conversou comigo e eu o senti em minhas mãos. Ele me deu a coragem de não desistir e acrescentou que o Henry irá somar a minha vida.

Apertei uma campainha na lateral da cama, e logo apareceu a enfermeira Maria com os olhos arregalados.

- Maria mãe de Deus! - exclamou. - Garota, você abençoada pelo anjos do Senhor. - disse verificando a minha pressão. Fiquei sem graça com as suas palavras, pois nunca me falaram que sou abençoada.

- Como foi a cirurgia? - perguntei a ela. Maria ficou séria.

- Você teve uma parada cardio-respiratória, e o seu coração parou por 15 minutos. - falou. Fiquei em choque. Eu morri por 15 minutos? - O doutor Garret estava saindo da sala de cirurgia pronto para dar a notícia á sua família, mas aconteceu um milagre, o seu coração voltou a bater.

- Nossa. - falei assustada.

- É criança, você renasceu. - falou com o sorriso nos lábios. - Ainda bem, senão não sei o que seria do seu namorado. Ele estava uma pilha de nervos, ninguém conseguia acalmá-lo. - comentou. Pensei em Henry, e no seu gênio forte.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora