Noite de Reconciliação.

3.6K 322 12
                                    

Thay.

Ele nunca vai aprender! Henry Cavill é egoísta demais para aceitar a entrada de outras pessoas na vida de alguém próxima a ele, diferente dele. Isso é machismo!

Desci as escadas as pressas e me dirigi para os portões de saída, a minha sorte foi que os carros não me atropelaram. Ouvi alguém me chamar, mas continuei andando. Não quero falar com ninguém, quero ir para casa, me deitar e chorar a noite toda, me crucificando por amá-lo ainda.

- Thay! Thayná! - gritou a pessoa mais uma vez. Virei-me e avistei de longe um Charlie quase sem fôlego. Ao me alcançar na rua, ele respirou fundo. - O que foi aquilo?

- Aquilo? - perguntei. - Ah sim, o seu irmão sendo uma criança. - a minha voz me traiu, mostrando fraqueza e meus olhos estavam quase derrubando as lágrimas.

- Thay, me desculpe, eu não sei que está se passando com ele. - comentou triste. - Deixe-me pelo menos levar você para casa. - pediu educadamente. Neguei. - Por favor, está tarde, frio, você está sem casaco, e aqui é perigoso. - alertou.

- Obrigada mesmo Charlie. Mas quero ficar sozinha, eu sei me cuidar. - disse.

- Então ficarei aqui com você, até aparecer um táxi. - sugeriu. Sorri. Todos os homens Cavill são super protetores, menos Henry...

- Não precisa, Charlie. Quero ficar sozinha. - pedi. Ele assentiu devagar derrotado. - Ei, mande lembranças e desculpas para os seus pais, eles não mereciam presenciar aquela cena. - Charlie assentiu e se foi para a continuação da festa de gala.


40 minutos. 40 minutos sentada nesse banco de ferro frio, tremendo feito um criança de cinco anos, e esqueci a minha bolsa na festa. Não irei voltar para lá, não quero me reencontrar com ele, e muito menos ver a cara da Tara King. Só de pensar naquela garota, o meu sangue ferve. Como ela é ousada! Me encara descaradamente e ainda por cima, se acha no direito de pedir uma dança com o Henry! Sorri de nervoso.

- Inferno de vida! - praguejei.

O vento não estava ajudando. Os meus braços estavam ficando dormentes, assim como os dedos dos meus pés. Rezei mentalmente para um táxi aparecer logo. Mas o que apareceu foi um porshe prata, de vidros escuros demais para enxergar alguém lá dentro.

Continuei sentada. O medo começou a tomar conta de mim. O vidro foi abaixando-se devagar, e o meu medo foi intensificando-se. Meu coração ficou aliviado ao ver que era o Henry, mas depois a raiva tomou conta de mim. Bufei.

- Oi. - disse ele. Fingi que não o vi e olhei para o lado. - Entra no carro. - disse bravo. Fixei-o friamente e o mesmo me devolveu o olhar.

- Com quem você pensa que está falando? - rebati.

- Com uma mulher teimosa que está congelando num ponto de táxi, que á essa hora não passa mais. - ele disparou. Como ele consegue ser tão irritante? - Agora entra no carro.

- Não. - disse. Ouvi o suspirar nervoso dele, e pra ser sincera, fiquei feliz com isso.

- Larga de drama, e entra logo. - falou devagar mirando o voltante.

- Já disseram que você é um mal educado? - perguntei inocente. Henry fechou os olhos e encostou a cabeça no assento e murmurou "Deus dai-me forças." - Seja educado, e veremos no que dá. - conclui cruzando as pernas. Henry me encarou irritado, seus olhos baixaram-se para as minhas pernas cruzadas e escureceram-se desejo.

- Entra no carro. - pediu controlando a irritação. Estreitei os olhos. - Por favor. - sorri por dentro.

- Obrigada, mas não quero.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora