Poucas Novidades.

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Thay.

Não, não, não! Mil vezes não! Isso não pode estar acontecendo. Era ele! ELE! Não pode ser! Porque Henry Cavill estaria em uma ilha do Canal? E porque tinha que trombar logo em mim? Porque em Jersey? O meu coração estava muito acelerado ao chegar ao hotel. Entrei as pressas, e só depois de 5 minutos percebi a recepcionista me chamando com urgência. Me virei quando a fiz trombar em mim. Jesus, será que hoje é o dia de "Trombar na Thayná?".

- Perdão, senhorita. Eu estava chamando-a, mas a mesma não estava correspondendo. - desculpou-se ela. Respirei fundo.

- Desculpa, eu estava só com pressa de... - fiquei sem fala. Como posso dizer a essa jovem que estava fugindo de um amor platônico? "Só estava fugindo do Superman", "Eu trombei num gato, fui arrogante com ele, mas só depois fui perceber que ele era o Henry Cavill!"; ela não acreditaria. - ... ir ao banheiro. Estou muito apertada. - foi que saiu.

- Ah sim, compreendo. Só queria dar um recado. A sua tia ligou, e disse para você retornar a ligação. - Hm... estranho.

- Tudo bem, obrigada. - disse. Ficamos paradas olhando uma para a outra. - Vou ao banheiro agora. - falei dando as costas á ela.

Chegando ao meu quarto, me joguei na cama com o coração na boca. Quem diria: conseguir um emprego, conseguir amizades e acabar trombando num ator super-gato, e acabar sendo arrogante com ele. Só eu mesma! Sentei-me e peguei meu celular da bolsa. Ótimo, 12 ligações perdidas da tia Jéss. Liguei o notebook velho que comprei numa lojinha de eletrônicos, e cliquei no Skype indo no nome do tio Zeus - já que a tia Jéssica não tinha Skype. Não demorou muito para que ele me atendesse. A sua imagem era de cansaço, tadinho.

- Oi tio, tudo bem? - que pergunta fui fazer!

- Oi lindinha, tudo na medida do possível.

- Aconteceu algo? - perguntei preocupada. - Cadê a tia e as crianças. - muito estranho, era difícil as crianças ficarem em silêncio.

- Ela foi levar as crianças na casa sua avó, mas já deve estar vindo. - comentou. Estranho.

- Porque? Vocês vão sair para fazer compras? - puxei assunto. As crianças só ficavam com a minha avó se os meus tios fossem fazer compras ou resolver alguns assuntos.

- Não, não. A sua avó não quer ficar sozinha, e pediu pra Jéss levar as crianças pra lá. - disse. Suspirei. - É lindinha, a sua avó foi tomada pela saudade.

- Ou arrependimento. - soltei sem pensar.

- Thay, você sabe que quando ela está de cabeça quente, solta o que não deve.

- Tio, ela já falou diversas vezes que sabe o que diz. - rebati. E me arrependi de ter falado com ele nesse tom. - Desculpa tio, o senhor não merece ouvir isso.

- Tudo bem lindinha. Pra ela você nunca irá crescer. Vocês três na verdade. - disse. Eu, Alison e o Richard somos os mais velhos dos 10 netos. Então, a minha avó sempre foi coruja conosco. E depois que assumimos a adolescência - e eu logo depois a maturidade, as coisas fugiram do controle dela.

- Ela tem os netos mais novos agora. - disse baixinho. - Pode matar a saudade nisso.

Ao fundo escutei barulho de carrinho de feira sendo conduzido e uma voz conhecida. Tia Jéssica entrou na cozinha com a cara vermelha de ter andado no sol. Quando me viu na tela, colocou o carrinho perto de mesa, e me deu um sorriso leve.

- Oi doidinha. - cumprimentou. Tio Zeus saiu da cadeira para que ela pudesse sentar-se e conversar comigo. - Ah, querido, guarda pra mim os picolés no freezer, e alguns legumes na geladeira. Por favor. - pediu ela a tio Zeus, e esse assentiu e lhe deu um beijo na testa. E depois voltou a atenção para mim. - Te liguei 12 vezes, aonde você estava? - perguntou interessada.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora