Estaca Zero.

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Thay.

Ele terminou tudo e me deixou aqui sozinha. Usou as minhas palavras desde o começo, me fez entrar na encrenca e agora sai e me deixa aos pedaços.

Fiquei no bar por muitos tempo, acho, pois a garçonete me informou que o bar estava para ser fechado. Assenti e sai. Atravessei a rua sem olhar para os lados e entrei no hotel.

- Tudo bem, Srta. Bernardino? - perguntou Carter. Olhei-o e vi que estava preocupado. Sorri.

- Está. - menti. Carter deu um sorriso amigável, assentiu e foi continuar o seu serviço.


Entrando no apartamento, me encostei na porta e escorreguei até o chão, libertando o choro. Porque eu me envolvi? Sabia que estava mexendo com fogo, e mesmo assim eu fui. Porque ele teve que ser tão complicado e arrogante? Jackson é só um amigo. Henry não tem o direito de ter feito aquilo, e agora acabou tudo entre nós.

Olhei para a sala escura, depois meus olhos dispararam para a cozinha. "Estou nessa encrenca á 4 dias" disse ele exatamente semana passada depois do ocorrido com o James. E depois ele me usou. O choro veio com mais intensidade, e soltei pequenos gritos e me culpei de ter me apaixonado por um homem que não ama.


O meu celular estava sendo muito insistente. Abri o olho direito, ainda estava escuro, e eu estava deitada no chão frito perto da porta. O barulho do celular não parava.

Levantei-me, a minha cabeça deu um giro e latejou. Ótimo, uma dor de cabeça é muito bem vinda agora. Andei feito um zumbi até o sofá e peguei o celular. Era a tia Jéss.

- Oi tia. - disse.

- Sabia que esse número era o seu, pilantra! - esbravejou. A voz não era da tia Jéssica, e sim da minha avó.

- O que a senhora quer?

- Quero saber qual é a sua! Fica fazendo charme por causa da morte do Alison, e agora está do outro lado do mundo, se achando a tal. - disparou. Respirei fundo.

- Olha, se a senhora acha que é drama meu, o problema é seu. - rebati. Nunca havia respondido a minha avó dessa forma. - E outra, se a senhora ainda fala da morte do Alison, é porque ainda sente muito remorso. Vai á igreja e reze por si mesma. Boa noite! - desliguei.

Fiquei olhando para o meu celular á espera de outra ligação dela, mas não houve. E se houvesse eu desligaria e não me aborreceria. O término com o Henry já foi o suficiente.

Fui tomar um banho, e mais uma vez voltei a chorar, por causa das lembranças que eu tivera com ele ali naquele chuveiro. Entrei no quarto e olhei para a cama desarrumada da nossa última transa. Com certeza os lençóis ainda devem estar com o seu cheiro.

A raiva tomou conta de mim, arranquei o lençol e joguei no canto do quarto. Peguei um novo que comprei e forrei a cama. Me troquei, coloquei o meu pijama. Olhei mais uma vez para a cama e solucei. Não conseguiria dormir ali hoje. Peguei o meu travesseiro e um cobertor e fui para a sala.


Ao acordar, percebi que eram batidas na porta. Bufei e me levantei sem me importar com o meu estado.

Abrindo a porta, vejo uma Ângela com cara preocupada, e ao lado dela, estavam Marina e Phil, ambos com caras horrorizadas.

- Sabe o significado de mensagem? - falou Ang.

- Bom dia gente. - falei rouca.

- Nada de bom dia, guria. - falou Phil. Eles entraram e Phil me pegou pelo braço e me sentou no sofá. - O que houve?

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora