Tentativa de Assassinato.

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Thay.

Essa semana tem sido calma e reconfortante. Eu e Jackson estamos bem, ele me pediu desculpas e reparou no seu erro, e se contentou com a minha felicidade com o Henry.

Marina, Phil e Ângela, vivem me dando dicas de lingerie e como soar sexy, e devo admitir que adoro, mas eu tento ser durona, não quero mostrar que quero ser sensual para o Henry.

Falando nele...

Estamos melhor a cada dia. Conversamos sempre que dá. Falamos sobre tudo. Como está sendo as gravações e como é exaustivo; comentamos sobre como anda as coisas na biblioteca, até digo sobre o Jackson e ele reage naturalmente. Nisso fiquei muito orgulhosa, ele está lutando contra as barreiras por mim, e o meu coração se enche de amor.

Conversei com Rose alguns dias depois do ataque de Lucy na biblioteca. Pedi desculpas pela forma que a tratei, e a mesma disse que eu estava certa, e que ela não deveria se intrometer na minha vida pessoal. Depois disso, voltamos ao normal, ela me tratando com muito carinho e atenção.

Estava vendo as fotos do meu aniversário de 18 anos. Todos os meus amigos ali, juntos a mim. E agora todos seguiram os seus devidos caminhos. Que saudade deles! Se eles soubessem o que estou vivendo, me diriam para não parar e ser feliz. E é exatamente o que estou fazendo.

Virei a página e o meu coração se contraiu. A foto me mostrava ainda pequena com o Alison dentro da bacia. Ambos estávamos nos refrescando no dia de verão no quintal da nossa avó. Eu tinha uns 5 anos, enquanto ele tinha 1 ano. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Como ele faz falta! Sinto falta das nossas piadas sem graças, das risadas inusitadas, até das brigas sem sentido... Ele se foi sem realizar o sonho de ser militar, e isso me dói tanto.

- Oi... - Olhei para a porta e vi Ângela encostada no batente. - Posso entrar? - assenti. Ela andou timidamente até sentar-se na cama. Viu a foto que eu estava a observar e sorriu. - Esse é...?

- Meu irmão. - sussurrei. Funguei.

- E qual é o nome dele? - perguntou enxugando as minha lágrimas.

- Ele se chamava Alison. - falei aos soluços. Ângela tirou o álbum de meu colo e me abraçou.

- Sinto muito, Thay. - disse acariciando o meu cabelo. - Shiii, ele está cuidando de você. Não fiquei assim.

- Cuidando de mim? - perguntei aos soluços. Ela assentiu.

- Me lembro que uma vez, que você comentou que dizia para um irmão que queria trabalhar com livros, morar em outro paíse, e tudo mais. - disse. - Suponho que deve ser esse irmão, certo?

- Ce-certo. - confirmei. - Ele foi morto por engano, Ang. A polícia estava fazendo varredura na favela, e o meu irmão e eu estávamos conversando e ele tinha me dito que tinha conseguido passar na prova militar. - desabei no choro. Ângela me abraçou com mais força.

- Nossa Thay, meu Deus. Sinto muito mesmo.

- Ele morreu nos meus braços. - respirei fundo. - Não tive forças de sair do lugar... eu via esse bebê da foto nos meus braços e um futuro militar. E tiraram ele de mim.

- Thay, eu sei o quanto essa dor deve ser. - comentou Ang. - A dor não irá embora, mas tente lembrar de coisas boas, e das palavras dele que a motiva. - aconselhou. - Tenho certeza que ele deve estar querendo que você enxugue essas lágrimas e vá a luta.

- Obrigada Ang, de verdade. - falei abraçando-a.


É hoje. O meu primeiro dia no Roger Grace Academy. Se estou nervosa? Tremendo. Nunca fiz um esporte, principalmente de luta, mas eu preciso, tenho que me exercitar e estar preparada se a Lucy tentar me atacar novamente.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora