Jantar de Gala. Parte I.

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Henry Cavill.

"I listen to our favorite song

Playin' on the radio

Hear the DJ say love's a game of

Easy come and easy go

But I wonder does he know

Has he ever felt like this

And I know you'd be here right now

If I could have let you know somehow"

Jogado no sofá, fico encarando o teto ao som da banda Poison com a música Every Rose has it's Thorn. A cada palavra dita pelo cantor, é um tapa na minha cara, dizendo que fui um egoísta por ter deixado a Thayná. Olhei para o Kal, o meu pobre e querido cachorro estava deitado com o focinho entre as patas.

- Desculpa filhão, mas isso é necessário. - falei. Peguei o controle do rádio e aumentei. Minha mão foi em direção ao copo de whisky na mesinha de centro. Peguei-o e dei um grande gole, deixando-o vazio. A bebida desceu pela minha garganta queimando e deixando rastro de ardência. - Isso é bom. - murmurei para as paredes.

Fiquei ali no sofá entre um gole e outro da bebida, cantando os rocks românticos de forma mais errada que eu imaginei - e admito que gostei de tentar cantar -, mas foram em vão, pois a cada tentativa, a dor me infligia. Ao lembrar da cena do Jackson tocando na mão dela, o jeito dele de olha-la, como se ela fosse algo frágil e lindo - prestes a quebrar -, nascia um ciúmes sem mérito.

Porque ele tinha que entrar logo agora? Se o Jackson não existisse, eu e a Thayná poderíamos estar bem. Será? "Vou descobrir quem é ela", as palavras de Lucy vem em minha mente para me preocupar. Ela seria um risco para um novo relacionamento meu. Até entendo a dor dela, mas não posso alimentar um sentimento - que da minha parte -, não há mais nada.

- Deus do céu, mas que melancolia é essa Cavill? - gritou Ben. Levantei a cabeça e olhei-o parado ao pé do sofá onde eu estava jogado feito um mendigo.

- Bom dia, Ben. - falei pegando o copo e fiquei automaticamente triste. Estava vazio. - Agora não é bom dia. Acabou o whisky. - levantei e fui aos tropeços até a cozinha á procura de outra bebida.

O som foi desligado. Soltei um xingamento baixo, mas continuei a minha procura. Ouvi os passos de Ben até a cozinha, depois a cadeira sendo arrastada.

- Você está horrível. - comentou. Olhei-o e o mesmo estava com cara de "Que situação hein!?".

- Você nunca foi lindo. - soltei. - Acabou mesmo as bebidas. - disse triste.

- Ainda bem que acabou. - Ben pegou três latinhas de cerveja e arremessou no lixo, acertando todas. Bati palmas. - Você tem que está sóbrio hoje. - fiquei sem entender. Ele revirou os olhos e bufou. - Hoje é terça-feira, Henry.

- É eu sei. Amanhã eu vou embora. - disse pegando um pouco d'água. - Graças a Deus. - sussurrei. Irei voltar para Nova Zelândia e tentar esquecer esses 15 dias.

- Não me referi á isso. Me referi á hoje á noite. - virei-me para encará-lo. Ben estava brincando de malabarismo com as latinhas.

- Hoje á noite? O que tem a ver? - perguntei. Será que era algum jantar importante relacionada ao filme? Ben revirou os olhos de novo.

- A sua mãe não lhe contou? - neguei. - Ela mudou o jantar de gala de sexta para hoje á noite. - fechei os olhos. Santo Deus, não pode ser!

- Eu estou um caco.

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