"Recomeçar"

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~Keven

Na manhã seguinte, acordei cinco minutos após o despertador tocar, não que esses cinco minutos façam diferença, mas não costumava acordar depois do horário. Fiz minha rotina diária e segui para colégio, estava com tanto sono que não me lembro o que fiz, nem como cheguei, a última coisa que me lembro é de entrar em minha classe e largar meu material na carteira.

Giulia se aproxima, de longe mais animada do que eu, e me questiona sobre noite passada.

— E então, como ele reagiu? —  Ela pergunta empolgada — Eu não sabia qual tinha sido sua resposta, então enviei o vídeo.

—   Ele foi seco novamente, ele não insiste em dizer que não sente nada! — Respondo desanimado.

—  Bom, agora ele será obrigado — Ela fita o garoto disfarçadamente.

— De que adianta isso tudo? — Ele vai continuar não se apegando — Me desanimo mais ainda.

— Mas ele pagará pelo que fez! Oliver ficará sozinho, Kelly verá o quão feliz você estará e você ainda terá Gaivus.

— Você tem certeza que isso dará certo? — Pergunto, um pouco mais empolgado.

— Com certeza! — Giulia me anima com um sorriso.

Eu sorrio de volta, poio meus braços sobre a mesa e deito minha cabeça, tento fechar meu olhos mas o professor chega entes que eu o faça.


~Jully 

Keven está passando dos limites com esse plano idiota! O que ele pensa? Que Gaivus não me encaminharia o vídeo? Sinto que devo tratar isso diretamente com ele, mas certamente pioraria as coisas mais ainda. Eles não precisam simplesmente parar, eles precisam aprender que ninguém mexe com meus amigos.

No primeiro intervalo, encontro Giulia no corredor e, por impulso, decido tomar uma atitude:

— Giulia! — Forço uma animação ao vê-la.

— Jully, você por aqui? O que quer de mim dessas vez? — Ele foi levemente agressiva com as palavras, mas seu tom de voz estava pleno.

— Gostaria de te agradecer, Oliver disse que esta confuso se é Gay ou Bi. Separa ele de Gaivus é uma estratégia brilhante — Minto para conquistar sua confiança.

— Por que você quer tanto que ele não seja Gay? — Ela levanta uma sobrancelha.

— Digamos que talvez eu seja um pouco homofóbica — Continua mentindo — Se você quer que eu te ajude a ficar com Oliver, estou disponível.

— Não confio em você o suficiente para revelar meus planos — Ela me encara com um olhar desafiador.

— O que preciso fazer para conquistá-la? — Fingo interesse.

— Apenas convença Gaivus que Keven é um futuro melhor do que Oliver, e então poderemos fazer algum acordo — Ela solta um sorriso sombrio.

— Verei o que posso fazer —  Me retiro com um ar de desdém.

Sinto que devo falar com Gaivus e Oliver sobre o assunto.


~Gaivus 

Eu almoçava com Oliver enquanto lhe mostrava o vídeo que recebi.

— Você deveria ficar com Keven — Ele diz olhando para seu garfo.

— Que!? — Quase engasgo com a comida — E quanto a nós?

— Eu tive uma ideia para podermos ter uma relação sem problemas, mas não deve soar bem quando for ouvida pela primeira vez — Sou fitado por um olhar de receio.

— Então me conte! — O incentivo.

— Você fica com Keven, fazendo ele nos deixar em paz e esquecer aquele maldito vídeo, e eu fico com Giulia, fazendo com que ela incentive Keven a parar com o psicopatismo — Ele revela seu plano de forma calma.

— Mas este plano pode ser implementado — Danielle surge de algum local indecifrável, se intrometendo, como o de costume — Você poderia apagar o vídeo do celular do Keven, Gaivus, enquanto Oliver grava um vídeo beijando a Giulia. Depois vocês dois voltam a ficar juntos e não tem a imagem comprometida.

Eu e Oliver nos olhamos, uma ideia genial tivera vindo da pessoa mais improvável.

— É uma excelente ideia Dani, vamos dar, imediatamente, início a ela — Me levanto, deixando a bandeja sobre a mesa, e saio em procura de Keven.

Keven estava no vestiário da quadra, eu o abordo:

— Então foi aqui que tudo começou, não é mesmo? — Surpreendo o garoto, que estava se trocando.

— E é aqui que você pretende que isso acabe? — Ele se vira em minha direção e questiona, sem se dar ao trabalho de subir a calça ou cueca.

— Eu estava pensando em, talvez, recomeçar — Sorrio maliciosamente — O que me diz?

— Eu não me importo mais se você sente algo por mim ou não — Me desespero, estava dando errado? — Eu apenas me importo com você — Ele tenta ser carinhoso, me tranquilizando.

Eu me aproximo dele, atuando como se quisesse tomar alguma atitude e ele, sem roupas, me puxa para uma cabine, onde ficamos todo o almoço e ainda perdemos algumas aulas.

 

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