"Novas Amizades"

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~Gaivus

Agora que sei o segredo do Oliveira, me sinto meio obrigado a andar com ele, não que eu sinta uma relação de amizade, mas acho que, se ele me considerar como amigo, talvez eu possa o ajudar a "se entender", se é que ele necessita dessa ajuda, o que eu acho bom pra ele, afinal ele parece muito tímido, ao mesmo tempo que parece merecer alguém legal.

Eu andei observando ele, e as vezes ele anda com um tal de "Ventorim" pelo intervalo.

Nas minhas tentativas de me entrosar com ele, acabei cometendo alguns deslizes, quando por exemplo o convidei para jogar uma Queimada, só que com regras diferentes. Ele parecia gostar do esporte, mas o problema é que logo nos tornamos rivais nisso, eu já conhecia muito bem o jogo e já era um dos melhores jogadores, enquanto ele, mesmo sendo um iniciante, já parecia dominar a arte daquilo há anos, e isso eu invejava dele, pois os outros jogadores não conseguiam se adaptar tão bem a tais regras que dificultavam o jogo bem mais do que a Queimada tradicional.

Esse mesmo jogo me ajudou a aumentar minha amizade com a Kelly, já que ela passava os recreios também jogando a Queimada de Pé(O nome que demos para o jogo, apesar de não utilizar o pé). Como ela é a paixão platônica do Keven, eu conto a ela o quanto ele era irritante falando dela, já que eu não o considero um amigo, apenas o aturo. E ele era muito irritante MESMO, do tipo que colocaria um papel de parede com a foto da garota na frente da cama.

Além da Kelly, eu não tinha amizades muito promissoras, mas até tentava formar amizades com os outros jogadores da Queimada de pé, no qual resultava sempre em uma amizade meio distanciada. O Ventorim, de vez em quando ia na quadra para jogar também, junto com o Oliver, mas na maioria do tempo estava com o "Bondinho", caminhando pela escola.

Também haviam dois garotos: o Roger e o Gabe, uma dupla inseparável, pois iam juntos a todo lugar, e pareciam um modelo de amizade perfeito.

A Marcella era uma das únicas meninas, juntamente com a Kelly, a participar do jogo regularmente.

Uma das melhores amizades que consegui nesse jogo foi com o Mikhael, que costumo chamar de Mika; ele era meio introvertido, mas se soltava quando estava com amigos.

Apenas observar o Oliveira não era suficiente, então comecei a andar com ele e o Ventorim. Todo intervalo da manhã caminhávamos em volta da escola, conversando, e era uma das melhores partes do dia com exceção da Queimada, pois o Oliver, mesmo sendo meu inimigo no esporte, me tratava amistosamente fora da quadra, mesmo receioso. Eu não sei explicar, mas ele me passava um sensação de conforto.

Enquanto todos a minha volta revelavam suas paixonites de colegial, eu guardava tudo para mim, pois era muito vergonhoso. Haviam suspeitas, mas não sabia o que sentia.

Como não poderia resolver minha vida, fui ajudar o Oliveira (à força) a tomar iniciativa com a Giulia, queria que ele esclarecesse a história (dizendo que não a admirava daquela forma) mas ele não queria fazer nada, então tive que tomar medidas drásticas:

Peguei o celular dele enquanto ele fazia a lição, e tentei mandar uma mensagem para Giulia, que ela receberia quando chegasse em casa, só que, para meu azar, o celular era um iphone, e só mandava mensagens usando a internet, não deixando mensagens para ser enviadas depois.

E o pior era que ele havia percebido a ausência de seu celular no intervalo, então ameacei mandar uma mensagem do meu celular se ele não tomasse iniciativa:

—Ou você manda uma mensagem para ela hoje, ou eu mando! Qual vai ser a escolha?—Exclamo de uma forma não muito calma.

—Não... Espera só um pouco mais... Me dá alguns meses — Ele responde assustado.

—Meses são muito tempo!—Começo a me estressar.

—Já sei! Em Julho vai ter uma saída para uma lanchonete com o pessoal do ônibus, e eu falo pra ela no restaurante — Ele insiste.

—E se você me enganar? E se eu não acreditar em você?

—Por favor, só me dá mais um tempo...

—Vou pensar no seu caso—Respondo, já sabendo que havia me rendido a seu pedido

Depois da aula eu cheguei na minha casa e me joguei na cama, estava pensando sobre a conversa com o Oliveira, acho que estou sendo muito intrometido, mas queria o bem dele, além disso a Giulia era uma ótima desculpa para criarmos intimidade, emfim, realmente não sei o que fazer, acho que vou dar tempo para ele, ele parecia muito desesperado, não quero dar medo ou até mesmo impor algo, mas fiz isso, acho que involuntariamente.

Depois de pensar nisso não resisti e caí no sono.

AdarimOnde histórias criam vida. Descubra agora