"Pelas Pontas"

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~Kev

Estava em uma das muitas mesas do refeitório com a bandeja do almoço em minha frente, ao meu lado Danielle tagarelava sobre o quão lindo ela achava que Gaivus era, perceptivelmente apaixonada por ele, eu apenas fingia que prestava atenção quando Kelly se senta na nossa frente.

Eu e Danielle olhamos imediatamente para a garota, Danielle me olha com um olhar malicioso e se levanta:

— Tenho que terminar meu PowerPoint de Comunicação —Ela quase grita enquanto se retira, não me deixando tempo para reagir.

— Então — Kelly começa ignorando a atitude de Danielle —Você disse que estaria disponível, caso eu precisasse de um amigo.

  — E eu estou—Respondo com um sorriso aberto no rosto, ela retribui.

Nós começamos a conversar por assuntos diversos, não me recordo da metade do que falamos, estava com a cabeça em outro lugar.

No último intervalo, eu avisei a Kelly que estaria ocupado, e fui atrás de Gaivus, o encontrando rapidamente.

Ele me chama para conversar em uma parte superior da quadra, próximo à arquibancada:

  — Eu vi você falando com o Oliver particularmente alguns dias atrás —Ele começa, com uma cara de quem sabia que eu tramava alguma coisa.

  — Não foi nada de mais—Respondo, rindo descontraidamente.

  — É verdade?—Ele pergunta com a mesma expressão —Que a Izabelle está namorando "secretamente" com o Coelho?

  — Não —Respondo sorrindo —Apenas um plano para me aproximar da Kelly.

  — Você ainda gosta dela não é? —Ele pergunta, agora rindo também —Keven, Keven, sempre comendo o sanduíche pelas pontas.

  — É verdade —Eu respondo, deixando minha voz mais séria —Mas não é bem o sanduíche dela que quero comer.

Eu me aproximo de Gaivus, ele me encara com um rosto ansioso, eu dou-lhe um beijo no canto de sua boca e me afasto, fazendo-o corar.

  — Se você for me deixar vermelho, não será por tão pouco —Ele interrompe o silêncio me puxando para perto dele.

Ele começa a me beijar, nossos lábios se movem sincronia, ele põe as mãos no meu quadril e me levanta, enrosco minhas pernas em sua cintura. Continuamos colados por um tempo, nos separamos por falta de ar, ele me coloca no chão e segura em minha mão, eu achei que ele apenas ficaria me encarando, porém estava enganado, ele me puxa para o vestiário da quadra e nós nos trancamos em uma cabine.

Voltei para casa exausto, me deitei na parte de cima de minha beliche e fiquei respirando forte enquanto todas as memórias, todos os pequenos detalhes desse dia me passavam pela cabeça.

Eu não sabia que ele reagiria dessa forma, o beijo foi a epenas uma provocação para Oliver, mas depois daquela tarde, eu já não sei mais o que sentia por Gaivus. 

AdarimOnde histórias criam vida. Descubra agora