Jully
- Tem uma aluna no telhado, ela está ameaçando se jogar!
Todo o auditório se paralisa, um profundo silêncio é ouvido, os inquietos não sussurravam, os ansiosos não se desesperaram, apenas silêncio, centenas de expressões surpresas e confusas surgiram e nenhuma reação senão a falta dela aparecia.
Olho para Oliver, seu rosto abalado e medroso já estava direcionado ao meu, ele e todo o Grêmio caminham até mim, falhando em não chamar atenção.
Anny vira seu celular que já estava fora do bolso e nos mostra a câmera do terraço: Danielle se encontrava de pé na ponta do andar, ela não estava ameaçando se jogar, sequer havia uma multidão para ouvir tal pronunciamento, a garota apenas encarava o chão com os cabelos na frente do rosto.
A presidente guarda seu celular e rostos ansiosos por uma decisão sensata surgem, ela se volta unicamente a Oliver e a mim:
- Achem Gaivus, não me importo em como ele esteja, nem ao menos com quem, apenas leve-o ao terraço. Eu e os demais descobriremos o porquê.
- Anny, talvez seja interessante começar por aqui - tiro o poema que tivera encontrado e a entrego - não sei a proveniência, apenas estude-o.
Ela assente com a cabeça, estava pronta para procurar meu amigo quando Oliver puxa meu braço:
- Eu sei onde ele está, venha - Ele me guia até o laboratório de química, seu rosto fica evidentemente decepcionado - Gaivus está aí dentro.
Ouve-se risadas escandalosas provindas do interior do recinto, abro a porta impaciente. Gaivus ria com uma cara sonolenta, que se assunta ao me ver, ele tenta esconder a garrafa que segurava, mas eu não me preocuparia com esse tipo de situação agora. Não tentei ser discreta, muito menos sutil, apenas vim chama-lo e foi o que fiz:
- Danielle está no telhado, considerando se jogar - Dou a todos na sala um tempo de reação, que se resume em choque, fico impaciente com o retardo - Vá falar com ela!
~Anny
Tiro o poema do bolso, o analiso com cuidado, tento provar que não se relacionava com Danielle, mas não encontro motivos para tal:
Haviam amigos,
Haviam sorrisos,
Não havia você.
Seu corpo entrou,
Suas palavras saíram,
Seu sorriso apareceu.
Não me aborreço com você por tê-los tirado de mim,
Por parte a agradeço por me mostrar suas faces,
Seus desejos.
Não será mais necessário escolher entre os dois últimos na queimada,
Não será necessário manter a comida quente no domingo,
Não será necessário receber sorrisos corteses,
Nem ouvir sussurros-de-corredor sobre mim.
Não sei se agradecerei lá de cima,
Se sentirei sua falta lá de baixo,
Ou se apenas serei abraçada em suas memórias.
Espero que a felicidade que se esvaiu seja colhida por alguém,
E que a tristeza que se foi não seja lembrada por ninguém.
Mas isso...
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Adarim
Teen FictionTrês jovens são aprovados em um processo seletivo e entram em uma nova escola, com tantas pessoas novas para interagir, odiar e até mesmo amar, os três alunos vão criando uma amizade e, cada vez mais, intimidade...