Bônus

378 21 6
                                    

Tom

Eu adorava o meu trabalho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu adorava o meu trabalho. Era gratificante depois de todo o meu esforço, dos anos dedicados aos estudos, finalmente poder cuidar da saúde de criancinhas dia após dia. No ponto em minha carreira havia chegado, no auge dos meus 33 anos, eu poderia me limitar ao atendimento ambulatorial no consultório, mas havia algo estimulante em atender às emergências durante os plantões que não me deixava largar o hospital. E as minhas emergências preferidas eram partos.

Eu não sou obstetra, apesar de ter feito alguns partos durante a residência, mas depois que os bebês nasciam se tornavam minha responsabilidade. E eu adorava cuidar de bebês, fazer todos os exames, monitorar bebês prematuros. Eu quase fiz uma especialização em pediatria neonatal, mas havia outra mágica que eu gostava de acompanhar: o crescimento dos bebês.

Uma das minhas maiores realizações era dar alta para bebês prematuros. Eu achava muito triste dizer para uma mãe que apesar de ela poder ir embora do hospital, seu bebê precisava ficar. Nenhuma mãe quer deixar o filho pra trás, mas muitas não têm escolha, precisam trabalhar, cuidar da casa, dos outros filhos, e seu contato com o recém-nascido era restrito a alguns minutos por dia. Então poder olhar pra uma mãe e dizer que ela finalmente poderia levar o filho pra casa, era sensacional! E acompanhar o bebê mês a mês, vê-lo crescer, era maravilhoso.

Acontece que viver cercado de crianças me fazia querer ter as minhas próprias. Eu sonhava com um casal de bebês loirinhos, mas sabia que Sarah estava num momento delicado da carreira dela. Ela havia sido promovida na empresa e estava terminando de escrever um livro de economia, além de escrever artigos quase todo mês pra revistas especializadas. Por isso, eu não achava que era a hora certa de sermos pais e mantinha meu desejo guardado só pra mim.
Mas então minha amada esposa me aprontou uma grande surpresa no dia do nosso casamento.

Grávida! Eu estou grávida, Tom.

Essas palavras ficaram se repetindo na minha cabeça até a ficha cair. Finalmente era real, Sarah estava esperando o meu filho, em alguns meses eu estaria segurando-o em meus braços. Eu cuidaria dele desde o primeiro suspiro, não só como médico, mas como pai. E era tão bom ser pai!
Ocorre que a notícia da gravidez de Sarah foi só a primeira surpresa.

Hello, Dr. Avelar! Giving a break? (Olá, Dr. Avelar! Fazendo uma pausa?) – Uma das enfermeiras perguntou, interrompendo meus devaneios.

Eu estava terminando um plantão de 36 horas, estava acordado há aproximadamente 40 horas e estava bebendo um gole de café antes de voltar para o consultório e atender meus dois últimos pacientes mais que especiais.

Yeah! I had a very busy night and some pacients this morning. I'm just tired. (Sim! Eu tive uma noite muito ocupada e alguns pacientes esta manhã. Eu só estou cansado.) – Respondi.

Tom & SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora