12. Beijo técnico

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Tom

Encarei o teto com um sorriso maroto

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Encarei o teto com um sorriso maroto. Era engraçado como o meu humor podia mudar drasticamente de uma hora para outra e tudo graças a um simples beijo. Um beijo que de simples não tinha nada.

Era segunda-feira 12 de junho, o Dia dos Namorados, e eu tinha acordado um caco. Tinha ido dormir tarde, depois de ouvir a playlist mais bad que achei no Spotify* e ainda tive um pesadelo horroroso, o que piorou ainda mais a qualidade do meu sono.

Sonhei com um certo geninho arrogante que sempre zombava de mim quando me encontrava e ainda acabava roubando a Sarah de mim.

No meu sonho, ou pesadelo, Henrique voltava de Tóquio decidido a reconquistar Sarah. Ele fazia serenatas, grandiosas declarações de amor em público e ainda criava um jogo com a heroína baseada nela. Era bizarro e me lembrava vagamente de Itazura na Kiss, o que só me apavorava ainda mais, já que esse era o mangá favorito de Sarah.

Acordei todo suado, com o pulso acelerado e a respiração ofegante, depois de presenciar a cena do casamento de Sarah com Henrique, ao som de "Kiss Kiss Kiss", da Cynthia – também conhecida como abertura de Itazura na Kiss: Love in Tokyo 2. Céus, que merda de pesadelo era aquele? Fazia anos que eu não assistia a esse bendito dorama, então por que raios ele estava perturbando meus sonhos?

Depois de refletir sobre o motivo de Naoki e Kotoko estarem novamente me enlouquecendo, fiquei sentado na cama, apoiando a cabeça nos joelhos e tentando entender a minha insanidade mental transitória, causada por um pé na bunda, até que minha mãe bateu na porta, me chamando pra escola.

Eu não estava em condições de cruzar com Sarah novamente tão cedo, então simplesmente deitei novamente na cama e disse à mamãe que eu estava doente. Minha cara estava tão destruída que ela prontamente acreditou e me disse para descansar e que mais tarde ela me levaria ao médico se eu não melhorasse.

Então passei a manhã toda depressivo, assistindo a filmes de terror e vendo membros serem amputados e cabeças decapitadas. Era mais fácil focar na dor dos personagens que na minha própria.

Até que por volta das 11:30 meu celular tocou. Era uma chamada do Skype, que eu ignorei por saber que era Jéssica. Mas aquela nanica não desistiu, ela continuou ligando até eu finalmente atender com uma cara de poucos amigos.

– Mas que cara de bosta é essa, Thomas? – Ela disse, assim que me viu.

Grunhi, irritado.

– Não estou com paciência para gracinhas, Jéssica. Diz logo o que você quer e me deixa em paz, por favor.

– Você tá pior do que eu imaginava. – Ela murmurou. – Desculpe, eu não imaginava que Sarah fosse agir como agiu.

– Não foi culpa sua. A culpa foi unicamente minha, por achar que um dia Sarah pudesse gostar de alguém como eu. Quer dizer, eu sou só... Bem, você entendeu.

Tom & SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora