Epílogo

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A caixa pesa sobre meus dedos. Mas também, são dez anos de empresa.

Comecei cedo aqui, trabalhando antes mesmo de entrar na faculdade. Com o tempo, fui interessando-me nos assunto da empresa Greys. Um longo prédio de Nova York, dos grandes vidros espelhados que chamavam atenção pelas grandes bandeiras postas quando olhadas por cima, onde havia o sol como sua tela de fundo.

O elevador abre-se e eu entro com uma daquelas musicas de espera que se ouve no telefone quando se está esperando para ser atendido por uma linha telefônica. Comigo, normalmente, só acontecia quando eu queria reclamar da internet.

Observo as paredes de alumínio impecáveis que refletiam meu rosto defeituoso. Lembro que na minha primeira vez aqui, fiquei encantada com toda a magnitude contida ali. A mulheres bem vestidas, os homens com gel no cabelo, bem barbeados e alinhados. E eu ali, no meio deles, com um balde de água, produtos de limpeza e um rodo nas mãos, onde passavam a maior parte do dia limpando o chão.

Ahh... O primeiro emprego.

Nunca tive condições melhores que essa. Conforme fui crescendo e mostrando um conhecimento em engenharia, consegui ter sucesso e chamar atenção do meu chefe. Ele era adorável e ainda deveria estar chorando por minha saída.

Eu não o culpo, esse lugar sentiria a minha falta.

Não preciso ser mentirosa, eu era muito boa no que fazia. Havia terminado meu curso havia dois anos e agora lutava para terminar de pagar os empréstimos estudantis. Mas infelizmente, nem tudo são rosas.

O elevador abre-se novamente.

Ele me observa com seus olhos e sorri do jeito mais malicioso possível.

Tudo começou à partir daí.

Just one more nightOnde histórias criam vida. Descubra agora