Entrelinhas

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Finalmente, o capítulo!

Eu sei que não postei semana passada, e estou pedindo mil perdões por isso, mas aqui estou para postar esse lindo capítulo para deixar vocês felizes e não me odiando.

A espera acabou.



Minha boca estava seca, e sentia água minando de minhas mãos, ainda assim, continuei na pose. Não podia deixar meu plano ir abaixo agora. Era necessário ser forte.

Ele ainda me olhava atentamente, assustado, talvez. Suas roupas estavam amarrotadas, um pouco sujas e sua barba estava por fazer. Eu amava quando ele deixava a barba daquele jeito. Mas sua expressão era tão cansada, que comecei a me preocupar. Anne estava bem?

-Você...? – Foi à única coisa que ele conseguiu emitir, até que algo cai sobre sua consciência, e ele levanta um dedo até o rosto de Jack.

-Você! – Christian dá um passo ameaçador na direção do meu sócio que não reage, apenas observa. – Eu preciso da sua ajuda.

Oi? Eu estava escutando aquilo mesmo? Ele tinha mudado tanto assim?

-O que? – Jack parece confuso. A porta ainda está aberta, então seu assistente a fecha atrás de Christian, nos dando intimidade.

-Você. Eu não sei como, não sei quando, mas sei que é você. Preciso que venha até o hospital comigo.

-Hospital? – Minha voz torna-se urgente, e recebo o olhar dele. Droga! Concentre-se Ana. – Aconteceu alguma coisa? – Questiono maus dura.

-Minha filha est... – Ele fica em silêncio por alguns segundos. Seus olhos começam a se desfocar e conhecendo bem ele, eu acho que vai chorar. Solto um suspiro, mas ao invés do choro, ele arruma sua postura e se volta para Jack.

-Preciso de alguns minutos com você. – Ele está me ignorando? Que ousadia.

-Entrarei em contato com você. – Pego minha bolsa, aproveitando a deixa, e sinto seu olhar em mim, mas não correspondo. Preciso de ar.

Corro até o elevador e começo a pensar. O que será que aconteceu? Foi com Anne? Claro que foi sua idiota. Observo meu reflexo na parede espelhada do elevador. Estou com meu vestido ameixa, que contorna todo o meu corpo. Meu cabelo, curto na altura do ombro está do mesmo jeito desde que cheguei de viagem.

Será que ele percebeu? Droga, isso não importa Anastasia.

Fecho meus olhos e me concentro. Saio pelo salão movimentado direto para o ar gelado da rua. Os carros buzinam, as pessoas andam apressadas pela calçada, e todo o barulho combina com a fúria de emoções que sinto.

Procuro as chaves do meu carro e me jogo na cabine. Dentro, a silenciosidade do cubículo quente é o suficiente para que eu possa respirar e colocar minha mente em ordem.

-Não era para ser assim. – Digo a mim mesma, fechando os olhos e batendo com a testa no volante.

Minha ideia era vê-lo para que ele fosse surpreendido, e não eu. Será que consegui disfarçar bem? Sei que no final, dei muita mancada perguntando para ele sobre o que estava acontecendo.

-Você fica melhor de boca calada, às vezes. – Ligo o carro e saio o mais rápido possível dali. Eu não queria ficar pensando muito no que havia acontecido na sala. Deveria me focar em entrar em contato para marcar o encontro.

-Apenas uma assinatura. – Repito.

Mas a minha mente não parava de voltar para a sua situação. Ele parecia tão preocupado, sua roupa toda amarrotada, sua barba por fazer provando que ele não teve tempo para nada. O que será que estava acontecendo?

Just one more nightOnde histórias criam vida. Descubra agora