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Boa sorte!
Pingos finos começaram a cair ao nosso redor. Conforme os raios mostravam sua força, a chuva parecia querer competir, então começa a castigar o telhado da pequena varandinha. Mas ali ainda estava eu, observando-o.
-Estou esperando, Christian. - Pauso antes de pronunciar seu nome, e quando ele sai de mim, ele fecha os olhos como se estivesse saboreando aquela sensação.
-Casei com Gia Matteo há seis anos. - O nome que ele diz me deixa confusa, e ele percebe, pois explica. - Ela é a minha ex-esposa.
Arqueio as sobrancelhas, mas ele me ignora e continua.
-Conheci ela no final da faculdade, e em três meses, descobrimos que ela estava grávida. De certa forma, aquilo foi uma surpresa, mas eu sabia que a partir daquilo, eu estaria criando a minha própria família. Eu lembro de amar ela. - Seu rosto se vira para a chuva agora, e depois abaixando seu olhar, ele completa seu pensamento. - Mas ela conseguiu destruir isso.
Como se fosse acordado por alguma lembrança, ele volta a me fitar. Continua sua narração.
-Ela era bem nova na época, eu, como entrei mais tarde, tinha certa experiência. Eu achava que estava pronto. Por ideia de seus pais, acabamos nos casando, quando descobrimos que na verdade, teriamos gêmeos. - Coloco minha mão na boca, imaginando duas crianças com seus olhos cinzentos e os cabelos loiros de Gia. - Quando as crianças nasceram, eu havia me tornado presidente da Greys, eu amava minha mulher, e estava simplismente babando pelo meus filhos. Gia reclamava muito de como estava seu corpo depois do nascimento, mas também amava os filhos, pelo menos eu dizia para mim.
"Nunca havia visto ela massageando sua barriga com a mão, ou pensando em quais seriam as suas primeiras palavras. Eu não via nada, mas achava que era porque nunca estava totalmente em casa. Não passamos necessidade, mas aquela era a minha família, não queria meus pais ou os dela dando dinheiro para nós.
Foram duas meninas, Sophia e Samantha..."
Seus olhos começam a se encher de lágrimas, e sinto meu peito apertar. Então além de tudo, ele era pai também? Ele volta a observar a chuva, continuando a falar:
-Duas garotas loirinhas dos olhos azuis. Os sorrisos mais lindos, tão meigas, carinhosas. Porém, conforme cresciam, fui percebendo coisas.
"Havia um primo meu que ela conheceu antes de mim. Elliot Grey era um dos meus primos que moravam fora do país e eles se conheceram e acabaram tornando-se amigos. Ele sim, era como as minhas filhas eram, ele sim. Comecei a achar que essas coisas eram loucuras da minha cabeça, mas a cada dia que estava com elas, eu via ele.
Em uma de suas visitas, ele ficou em casa e enquanto tomava banho, fui até o quarto de hospedes e roubei o copo que ele bebia aguá todas as noites. Com ajuda da duplinha, também consegui uma amostra e entrei com um pedido de teste de DNA."
Ele fica ali em silêncio por um tempo. Poças grandes já rodiavam o campo, com uma mistura da terra, fazendo uma grande lambança.
Ele fecha os olhos, e sua respiração pesada ocupa todo o silêncio que é dado por nós. Uma lágrima solitária desce por seu rosto, que ele enxuga correndo, e volta a me encarar.
"Como imaginei, eu não era o pai. Lembro de voltar chorando para casa quando estava com o resultado nas minhas mãos. Pensei em jogar na cara da Gia, querer saber o porque da mentira. Porém, eu não tinha forças. Eu havia perdido aquilo que eu tinha tanto orgulho.

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Just one more night
FanfictionEla amava o emprego, o ambiente de trabalho, as reuniões até altas horas, os clientes, os amigos que ali havia feito, o barulho de inicio e o silêncio do fim de expediente. Sua vida era sacrificar-se naquele trabalho. Até que seu superior a manda ir...