Reprise

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Antes que vocês falem "mas nossa, postando outro capítulo?" Olha, VOCÊS NÃO QUERIAM MAIS? Então, toma!

Eu estava louca para escrever, e como ansiosa, não consigo segurar um capítulo novo por muito tempo. Você estão sedentos pela Ana de volta, eu sei, eu sei. Ela vai voltar, mas até lá, vocês não terão tempo de respirar.

Vocês irão ficar mais surpresas do que eu mesma quanto tive a ideia hahahaha

Enfim, vamos ler?



-Essa cortina é nova?

-Ah, você chegou! – Em seu vestido agarrado roxo, Gia sorri para mim, correndo com seu salto agulha, que um dia eu já achei excitante, e me abraçando, como se isso fosse à coisa mais natural do mundo.

Observo Anne atrás dela curiosa sobre o tecido novo que uma de nossas ajudantes está tentando ajustar. O tecido parece pesado.

-Eu pedi para parar de gastar tanto. – Ela joga um olhar para Anne que ainda parece mais ocupada com a cor chamativa da cortina. Sua mão aperta meu ombro esquerdo fazendo com que eu pule em surpresa, mas ainda continue rígido.

-Ainda temos dinheiro, está tudo bem. – Ela parece querer conciliar a tempestade que estava por vim.

-Já conversamos sobre isso. Eu disse que a situação não está boa...

-E o que você quer que eu faça? – Sua voz macia vai embora, e sua versão, aquela que ela tanto escondia da nossa filha, estava de volta. – Quer que eu comece a vender as coisas de casa? Como acha que a nossa filha ficaria?

-Não coloque a culpa em Anne. Ela não é como você. – Destilo meu veneno, algo que já tinha se tornado uma rotina sempre que estava com Gia.

Nos escaramos, em um confronto que já não me incomodava mais.

-Papa?

Sua voz faz com que eu volte ao ambiente. Anne parece não perceber, apenas está subindo as escadas de costas.

-Eu estô cum sono! – Sua mãozinha massageia um de seus olhos, enquanto ela carrega a lancheira com esforço pelos degraus. Ignoro Gia, e vou até ela, pegando-a no colo e subindo as escadas.

Sua porta branca esconde o paraíso que ocorre dentro daquele quarto. É rosa e branco do teto ao chão, e isso me faz lembrar ela de novo. Sinto meu coração começando a se afundar, e eu tento não transmitir isso.

-Aqui. – Coloco-a na cama, tiro seus sapatos, sua mochila, deixo sua lancheira na poltrona, pego seu macaquinho, e deixo ao seu lado, ao qual ela abraça, já envolvida em cobertas. – Não quer tomar banho primeiro?

Ela balança a cabeça. Sei que vai fazer isso mais tarde. Ela não aguenta ficar muito tempo suada. Adora se encher de perfume.

Deito ao seu lado, enquanto ainda com seu ursinho, ela deita sobre meu peito. Apoio meu braço em seu travesseiro e acaricio suas mechas loiras. Sua respiração começa a ficar pesada, imagino então que esteja dormindo.

-Você já amô a mamãi uma vez? – Isso me surpreende. Ergo minhas sobrancelhas antes de responder.

-Sim, eu amei muito sua mãe antes.

Ela continua quieta. Ela sempre foi muito reflexiva.

-Quem você ama agola, papa? – Anastasia.

-Você. – Respiro pesado. Minha mente ainda a traz todos os dias, a todos os momentos.

-Por isso seu colação ta batendo rápido? – Sorrio com sua percepção.

Just one more nightOnde histórias criam vida. Descubra agora